XIX. Holiday

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Remus observava o Mapa do Maroto depois de tantos anos, enquanto os quatro jovens permaneciam sentados bebendo uma xícara de chocolate quente. Sorriu bobo ao ver os nomes transitando pelo pergaminho e depois colocou-o sobre a mesa.

Harry segurava firmemente sua xícara, com uma expressão fechada no rosto. Estava um tanto chateado com os gêmeos por nunca terem comentado o fato de que Sirius Black, por algum motivo, pediu para que seu pai fosse padrinho de um deles. Não era uma informação irrelevante que se omitia durante três anos.

— Tomem muito cuidado com ele, entenderam? — pediu Remus, referindo-se ao mapa.

— Pode deixar, papai — disse Therion.

— Agora podemos voltar ao fato de vocês nunca terem me contado que meu pai era próximo o suficiente de Sirius Black para ser padrinho de um dos filhos dele? — bradou Harry, olhando severamente para os Black.

— Desculpa… Não sabíamos como contar essa história…

— Contando? Ele está atrás de mim, Therion! De nós três, e vocês me escondem as coisas. Eu quero saber de TUDO!

— Papai…

Lupin respirou fundo, convocando uma cadeira para se sentar também. Olhou para Harry, mais uma vez vendo o seu melhor amigo através dele. O garoto realmente merecia conhecer a história, ou ao menos parte dela. A parte que não revelava seu segredo sobre ser um lobisomem.

Pensou em por onde deveria começar e o que dizer. Ainda era um assunto doloroso para ele, mesmo depois de todos aqueles anos — principalmente após a fuga de Sirius. Não parava de pensar na noite de 31 de Outubro de 1980 desde que viu a notícia no Profeta Diário meses atrás, sempre apertando firmemente o pingente do cordão em seu pescoço e dizendo a si mesmo para ser forte por seus filhos e por Harry.

Não podia fraquejar. A segurança deles dependia disso.

E se Harry ficaria sabendo de tudo, melhor que fosse por ele. É o que James e Lilian iriam querer.

— Eu vou contar — suspirou. — Você merece saber.

Ele ponderou por alguns instantes, sob o olhar ansioso de Harry. Revirou suas memórias em sua mente, todos os momentos que viveu desde que conheceu os melhores amigos, comprimindo os lábios com força.

— Sabe que eu era muito amigo de seus pais — começou. Harry assentiu com a cabeça, encarando-o ansioso. — Sirius era nosso amigo também. Estudamos todos juntos no mesmo ano, ele, eu, seu pai… E também havia outro amigo nosso, Peter Pettigrew, o Wormtail... — Apontou para o mapa, sabendo que o apelido de Peter apareceu junto aos outros. — Ele foi o bruxo que Sirius matou naquela noite.

— Estraçalhou ele, melhor dizendo — comentou Canis secamente.

— Tudo que restou dele foi um dedinho! — disse Therion, e tanto Harry quanto Merliah arregalaram os olhos.

Potter tentou imaginar o estrago que deveria ser causado para restar apenas um dedo da pessoa. Sentiu pena do pobre Peter, mesmo que não soubesse exatamente quem era.

— Sirius realmente era muito amigo do James. Já eram muito próximos quando nos aproximamos e começamos a ficar amigos. Viviam aprontando juntos e indo para a detenção, como certas pessoas que conheço — continuou Lupin e voltou seu olhar para os filhos, que deram de ombros. Olhou para Harry também e riu baixo, guardando em sua mente que eles eram mais parecidos com os pais do que imaginavam. — Éramos todos muito amigos. E acho que os meninos já mencionaram que a mãe deles era próxima de Lilian.

— Sim, disseram — confirmou Harry, um tanto atordoado enquanto processava aquelas informações.

— Eles foram o padrinho e a madrinha do casamento dos seus pais. — E mais uma vez Harry esboçou surpresa. — Quando Karina, a mãe deles, descobriu que estava grávida de gêmeos, ela queria que Lily fosse a madrinha dos dois, mas Sirius queria dividir o apadrinhamento entre mim e James porque segundo ele: "se teria dois filhos, não seria justo escolher apenas um amigo como padrinho".  — Riu ao lembrar-se de ouvir isso de Sirius.

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