Emi Jaeger quer com todos os seus esforços ajudar o pai e o irmão que sempre fizeram de tudo para criá-la. Com o pai doente e o irmão trabalhando além do necessário, ela acha uma saída estudando, para participar de um projeto numa instituição, que o...
⚠️ Esse capítulo pode conter cenas de gatilho, se for sensível pule, ficar é seu critério.
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POV's Jaeger
Enquanto estávamos na estrada, eu não conseguia deixar de passar todas as conversas que tive com meu pai sobre esse momento. Ele me pediu que não chorasse, que não desistisse de tudo, e aquilo só mostrava como ele me conhecia, porque era justamente o que eu pensava, em largar tudo e voltar para casa, que para começar eu não deveria ter saído, deixar meu pai sozinho foi muita burrice.
Jean segurou minha mão durante toda viagem, já que seu carro era automático. Eu me sentia ligeiramente mais tranquila, só por ter ele ali, mas também pensava que estava atrapalhando ele, envolvendo ele demais na minha vida pessoal sendo que não éramos nada mais que um consolo, bom, pelo menos eu era.
Chegando ao hospital, procurei na recepção pelo quarto de UTI que meu pai estava e logo eles me liberaram, aos poucos minha ficha foi caindo sobre o que estava acontecendo, minha respiração começou a falhar e eu sentia minhas pernas tremerem. Ao chegar na porta eu pude ver a figura do meu pai desacordado cheio de fios e tubos, e aquilo me fez sentir a pior sensação do mundo, eu não conseguia mais segurar minhas lágrimas, meus joelhos não conseguiam mais me manter de pé, e então eu desvencilhei enquanto cobria minha boca tentando conter o grito que me ocorreu no desespero.
— Eu sei mana, mas a gente prometeu para ele ficar bem, ele odiaria ver você assim. — Eren me agarrou pelos ombros e me aconchegou em sua braços. Ergui o rosto para cima e encarei meu irmão que parecia calmo demais.
— Como consegue manter a calma com o papai nesse estado?! — Perguntei sentindo uma raiva me consumir, aquilo não era justo, meu pai não chegou até aqui para morrer assim.
— Emi, eu passei todos os dias com ele, na como, não durmo desde aquele dia que ele internou, eu já chorei tudo que tinha de chorar aos poucos, não arrume motivos para brigar, sei o que está sentindo. — Ele falou sorrindo fraco. Ele de fato parecia mais magro e os olhos dele estavam cansados. Me levantei com a ajuda dele e me aproximei do meu pai tentando ignorar o aperto no peito.
— P-Posso ficar sozinha com ele? — Falei me virando para Eren e pude ver Jean escorado no batente da porta que logo se retirou e Eren fez o mesmo depois.
Me aproximei dele e segurei a mão dele conectada a alguns fios, e limpei meu rosto com uma mão só antes de falar qualquer coisa. Respirei fundo e me segurei para não chorar ainda mais, eu não conseguia controlar a proporção que as lágrimas corriam pelo meu rosto.
— Ah, papai, queria que nossa última conversa não fosse com você desse jeito, eu não deveria ter ido embora correndo aquele dia. — Falei olhando para o corpo dele, ele estava ainda mais magro e tão pálido que se não fossem os aparelhos eu acreditaria que estava morto, isso é horrível.
— Eu sei que eu prometi ser forte, mas não pode me culpar, o senhor é tudo na minha vida e na vida do Eren, eu amo muito você. Céus, eu não quero me despedir, isso é ridículo. — Neguei a cabeça e apertei os lábios, aquilo estava sendo muito mais doloroso do que eu esperava, eu nunca senti meu peito apertar daquela forma.
