𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿

8. Acidinhas

Nas aulas de Poções que seguiram Harry continuava a usar o livro do Príncipe Mestiço, o que despertou uma tremenda euforia em Slughorn e um mal-humor em Hermione.

- Queria saber quem foi ele. - disse Harry enquanto faziamos nossos trabalhos, em uma mesa ao canto da comunal.

- Ou ela. - retrucou Hermione - Pode ter sido uma menina, a caligrafia parece mesmo mais feminina.

- Hermione, o livro diz Príncipe Mestiço - respondeu Harry calmamente -, quantas meninas são príncipes?

Hermione amarrou a cara para ele e se voltou para seu trabalho de runas. Eu ajudava Ron com suas atividades quando Harry consultou seu relógio e guardou depressa na mochila.

- São cinco para as oito, é melhor nos irmos, S/n, se não vamos chegar atrasados no Dumbledore.

- Ooooh! - exclamou Hermione, erguendo imediatamente a cabeça. - Boa sorte! Queremos saber o que ele vai lhes ensinar!

- Espero que tudo corra bem - disse Ron.

Harry e eu saimos pelo buraco do retrato. Apostamos corrida pelos corredores vazios, eu estava na frente e acabo chegando primeiro no corredor do sétimo andar

- Não, Harry, para - digo em meio a gargalhadas quando o menino chega por trás de mim fazendo cócegas - Harry James Potter - gargalhei mais alto, e senti minha barriga doer.

Ele para, rindo e tentando controlar sua respiração, assim que nos ajeitamos paro em frente a gárgula na parede.

- Acidinhas - disse Harry. A gárgula saltou para o lado; a parede oculta se abriu, e surgiu uma escada circular de pedra, na qual pusemos os pés para sermos levados até a porta com a aldrava de latão que dava acesso ao escritório de Dumbledore.

Bati.

- Entre - ouviu-se a voz do diretor.

- Boa-noite, senhor - cumprimentamos em uníssono, entrando no escritório.

- Ah, boa-noite, crianças. Sentem-se - disse Dumbledore, sorrindo. - Espero que sua primeira semana na escola tenha sido prazerosa, Harry.

- Foi, obrigado, senhor. - vejo ele esconder um sorriso e me viro para o lado examinando as muitas tralharias que o diretor possuia, tentando não rir.

- Deve ter andado muito ocupado, já recebeu uma detenção!

- Ãa... - começou Harry sem jeito, mas Dumbledore não parecia muito severo.

- Combinei com o professor Snape que você cumprirá sua detenção no próximo sábado.

- Certo.

- Então - disse o diretor em tom objetivo - Vocês certamente têm se perguntado o que planejei para as suas... por falta de uma palavra melhor... aulas.

Confirmamos com um movimento de cabeça.

- Bem, agora que você sabem a verdade concluí que já é tempo de lhes passar certas informações.

Houve uma pausa.

- O senhor disse, no fim do último trimestre, que ia nos contar tudo - disse Harry hesitante, embora seu tom se assemelhasse a acusação - Senhor - acrescentou.

- E de fato contei - concordou Dumbledore placidamente. - Contei-lhes tudo que sei. Daqui para frente, estaremos deixando o terreno firme dos fatos para viajar juntos pelos turvos alagados da memória e nos embrenhar pelo matagal das suposições mais absurdas. Deste ponto em diante, posso estar lamentavelmente tão enganado como Humphrey Belcher, que acreditou que havia aceitação para caldeirões de queijo.