19. Os dias de cão acabaram

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"5 anos depois..."

Acho que ficarei encarregado desse caso — disse Harry. — Até que apareça alguém qualificado, eu cuido disso.

— Certo – respondeu Ron. — E o caso das vassouras? Meu pai está doido para saber mais sobre.

Harry franziu o cenho.

— Caso das Vassouras?

Ron fez que sim com a cabeça, e Harry se endireitou a frente da mesa do amigo, onde segundos atrás o mesmo estava curvado, analisando os muitos papéis depositados em cima da tábua de madeira escura.

— Aparentemente o Departamento está relatando bruxos vendendo vassouras para os trouxas – explicou Ron. —Eles vão varrer suas casas e as mesmas acabam por varrer mais o ar do que o chão.

Ron sorriu, meio que sem querer. Imaginou como seria a reação de alguém ao ver seu utensílio doméstico voando.

— Preciso que dê um jeito nisso para mim, ok? – respondeu Harry, sem sequer alterar o tom de voz. — Tenho uma reunião com o Ministro da Magia daqui a pouco, e mais tarde preciso ver o que Hagrid quer.

O homem voltara a atenção para os papéis antes mesmo de terminar sua fala. Não percebera que Ron o encarava nos segundos adiante.

— Harry.

O moreno aparentemente não ouviu seu amigo o chamar.

— Harry.

Os olhar verde e penetrante vidrou no ruivo. Sem muita paciência, fez um gesto com a cabeça, indicando para que o outro falasse o que desejava.

— Hermione está querendo dar um jantar lá em casa hoje, ela pediu para que eu falasse com você. Talvez seja bom para você descansar um pouco, não sei, você anda muito ocupado com... bem, com tudo isso.

Alguns segundos pareceram o suficiente para Harry pensar a respeito.

— Vou fazer o possível para ir, tudo bem?

Embora Ron soubesse que ele estava se esforçando ao máximo, os últimos anos não foram nada fáceis para Harry. Focou no trabalho, e no fundo todos sabiam que era para tentar esquecer S/n, embora falhasse diariamente ao chegar em casa e ver as fotos da namorada.

O amor que ele sentia por ela era como uma droga, ele era um viciado e viciados não precisam de pena. Precisam de cura. No caso, o antídoto estava no próprio veneno.

— Tudo bem – Ron se levantou. — Vou indo então, se precisar estarei em minha sala.

Harry concordou com a cabeça, dando a volta na mesa.

Quando o amigo fechou a porta, o moreno sentou em sua cadeira, soltou um suspiro cansado, descarregando todo o peso do corpo no assento.

A sua mesa possuía a bagunça de sempre, papéis, livros, penas e tintas por todo o lado... mas ao canto algo sempre estava ali, intocável. Dedos humanos, na percepção pouco metódica de Harry, sujariam a memória associada ao objeto.

Um quadro trouxa, onde jazia a foto de Harry e S/n, sorrindo minutos antes do baile do sexto ano. Os olhinhos esmeralda do menino pairavam por lá, passeando pelo rosto da menina. Faziam anos já, e meses que ele não chorava pela partida dela.

Seus olhos lacrimejaram, e antes que contesse estava chorando. Sentia falta dela a cada segundo, imaginando como seria feliz a sua vida se ela estivesse ali e agora, abraçando-o daquele jeito quentinho que só ela conseguia.

Harry se viu novamente afogado naquele mar de tristeza, e após tanto tempo sem molhar os pés nessa água, deleitou-se pelas ondas de tudo aquilo mais uma vez.

𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿Where stories live. Discover now