16. A Guerra

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— Neville? – questionou Hermione, ao passo em que ele já corria para nos abraçar.

Ao nos afastarmos, vi que Neville carregava uma aparência bastante machucada.

— Eu sabia que vocês viriam! – ele disse eufórico, intercalando seu olhar entre mim e Harry. – Sempre disse ao Simas que era uma questão de tempo!

— Nev o que aconteceu com você? – questionei.

— Isso? – ele perguntou, apontando para os arranhões e manchas de sangue na bochecha. – Nada de mais. Então vamos?

Minha testa se enrugou em pura desconfiança, mas assentimos e Ron subiu no console, sendo seguido por Hermione e Harry.

— Obrigada, Aberforth – falei. – Espero que você mude seu ponto de vista sobre a Guerra e passe a acreditar que ganharemos – seus olhos incrivelmente parecidos com os de Dumbledore me estudavam minuciosamente. – Por que é isso que acontecerá.

Subi no console e entrei no buraco atrás do retrato de Ariana. O túnel era escuro, e o cheiro horrível e penetrante de paredes úmidas e velhas, somado ao tamanho do lugar, fizeram meus pelos se arrepiarem. Um arrepio que não era possível ser desfeito.

Segui para frente, ao lado de Neville. Ele começou a nos atualizar sobre o quão horrível estava a situação em Hogwarts, e nós resumimos nossas férias de maneira rápida e nada sólida com a veracidade do que realmente acontecera.

— Amico ensina o que costumava ser Defesa Contra as Artes das Trevas, só que agora é apenas Artes das Trevas. Temos que praticar a Maldição Cruciatus nos alunos que ganharam detenções...

— QUÊ? – as vozes de Harry e Hermione se propagaram pelo túnel.

— Poderia tê-lo matado daquela vez, S/n – disse Ron e eu me lembrei da vez em que tive a chance, no Ministério.

Continuamos andando e conversando. Eu mechia em meus dedos para afastar o cheiro de umidade que preenchia meu nariz, e tudo o que eu queria era sair do lugar o mais rápido possível. Espaços fechados e escuros demais não eram o meu forte.

Harry, há muito se colocara ao meu lado novamente e vez ou outra me dava um empurrãozinho ombro a ombro ou entrelaçava nossas mãos, tentando me distrair.

Sorria sempre com sua demonstração de preocupação.

No escuro, vi que o colar brilhava. A pedra em cor púrpura segurada pelo dragão parecia ganhar vida ali e eu podia, mesmo que sem ter a certeza, sentir a magia correr por minhas veias, quente como chamas flamejantes. 

— Chegamos – disse Neville, de repente.

Viramos um canto e logo adiante a passagem terminava. Um pequeno lance de escadas levava a uma porta igual a que havia atrás do retrato de Ariana. Neville abriu-a e galgou a escada.

— Vejam quem está aqui! Eu não disse a vocês?

Ao emergir da passagem para a sala além, ouvi gritos e aplausos...

— HARRY!

— S/N!

— É Potter, é POTTER! POTTER E BENNET!

— Ron!

— Hermione!

Eu estava confusa mas o tempo para processar a recepção calorosa foi mínimo. No instante seguinte estávamos abraçados, recebendo palmadas nas costas, tivemos os cabelos despenteados e as mãos apertadas aparentemente por umas vinte pessoas.

Quando todos se afastaram, vi Louis vindo em minha direção com os braços abertos. Me atirei sobre ele, o abraçando de forma apertada enquanto ele retribuía o ato na mesma intensidade.

𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿Where stories live. Discover now