3.Viagem e desculpas

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Chegou o dia da viagem, mas Carlos não sabia que avião pegaria, muito menos o horário. Sua mãe estava prestes a terminar de arrumar as malas do garoto quando se ouve batidas na porta.

—Quem será? Carlos! Va atender, por favor.

Carlos desce a escada e vai até a porta, ainda estava pensativo, por isso foi devagar. Ao abrir, Carlos vê a figura de um homem adulto, aparentava ter uns -0 anos, ou mais.

—Bom dia, garoto! Seus pais estão?

O garoto responde:

—Minha mãe está ocupada no momento, o que deseja?

O homem vai entrando na casa da família Duarte, e se senta na poltrona próxima a televisão.

—O senhor não pode entrar assim! —Exclamou Carlos.

—Não irei demorar. Poderia se sentar também?

O garoto olha para a expressão no rosto do homem e diz:

—Por favor, se puder ser breve, tenho uma viagem para fazer hoje.

—E se o que tenho a falar seja sobre sua viagem?

Imediatamente Carlos senta-se para ouvir.

—Prossiga, por favor. —O garoto põe a mão sobre o queixo, como se estivesse atento demais.

—Certo, ouça com atenção. Você está indo para um colégio de feitiços e habilidades magicas, mesmo que nunca tenha usado magia antes, seu corpo já está preparado para isso. Pode levar poucas roupas, já que não serão muito necessárias, pois terá seu uniforme que deverá usar de forma integral, então, esteja pronto antes do meio dia e diga "Para Gaustal", imediatamente aparecerá seu transporte mágico. Parece clichê, mas será dessa forma. Lembre-se também que não deve dizer que veio daqui, pois você está indo... como posso dizer... para outra dimensão, mas não se assuste, é um local muito bonito e com bastante pessoas incríveis.

O homem olha para o garoto e percebe que seu rosto está praticamente brilhando, ter uma vida interessante e cheia de mistérios era o sonho de Carlos. Seu herói favorito era o Dr. Químico, um personagem de quadrinhos cujo seu poder era descobrir como funcionavam todas as coisas na vida, o ser mais inteligente e aventureiro que existe.

—Certo! Então irei agora mesmo! —Muito animado, diz o garoto.

—Tenha um bom dia.

—Você também! — Carlos percebe que o homem já não estava mais ali.

O menino volta para seu quarto e é abordado por sua mãe, que o interroga.

—Quem era?

—Um homem atrás de um gatinho perdido.

—Serio? Nossa, que moço descuidado.

Carlos se viu na necessidade de mentir, pois como o garoto diria a sua mãe o que de fato havia ocorrido? Não haveriam explicações.

Já eram onze horas, a mala estava pronta. Carlos sugeriu a sua mãe que o haviam informado por e-mail que o garoto seria obrigado a usar uniforme, e que o colégio o doaria este tal.

Onze e meia, o garoto e sua mãe estavam no aeroporto, agora Carlos deveria dar uma ótima desculpa para que sua mãe saísse de perto, pois para ir ao colégio, o garoto deveria chamar seu transporte mágico.

—Mamãe, não sou mais um bebê a senhora pode me deixar embarcar sozinho.

—Mas de jeito nenhum! Sou sua mãe e devo me certificar de que meu filho está bem.

—Para isso que servem os celulares, por favor mamãe. Estou passando vergonha.

Essa era a jogada de Carlos, mas sua mãe não parecia ter acreditado no garoto.

Onze e quarenta, Carlos já estava desesperado, mas algo estava prestes a acontecer. O celular de Jenny toca. Era Deniel, a mãe do garoto atende e recebe a notícia de que Deniel estava em cima de uma árvore e que não conseguia descer.

—A senhora deveria ir! E se meu irmão cair e quebrar um braço? Mamãe, vou ficar bem, eu prometo.

Jenny se ver encurralada e decide ir ajudar Deniel, então a mulher abraça Carlos e o deseja tudo de bom na viagem, disse também para o garoto se cuidar, deixando assim Carlos sozinho e sem grandes preocupações.

Onze e cinquenta e oito, o garoto corre para o banheiro do aeroporto e verifica se não haviam testemunhas. Ao conferir de que não tinha ninguém por ali, o garoto diz:

—Para Gaustal!

Toda a parede do banheiro desmorona, mas só o garoto podia ver isso. Forma-se um portal escuro no vácuo que transformou o local, e sai de dentro uma troika sem cavalos. Era possível ouvir uma voz ao fundo, que dizia para o garoto subir no transporte.

Carlos sem hesitar sobe na troika que levita e entra no portal. Agora estava próximo do início da jornada do jovem garoto.

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