Feiticeiros G

16.Interrogações

Enquanto os alunos e funcionários dormiam, Newmoon se encontrava com um prisioneiro no calabouço.

—Vamos, demônio. Sei que você é um peão, mas peões precisam de ordens, não é? —O diretor faz um gesto com as mãos e uma corrente que segura o demônio o faz cair no chão —Foi um dos reis? A rainha...ou foi alguém do submundo?

O demônio parecia ter aceitado sua morte e não falava nada para Newmoon.

—Certo, nunca achei que seria fácil. —Gaustal estala os dedos —por isso eu trouxe um amigo.

Sai da sombra um rosto já familiar. Era o professor de venenos e poções, Matias Albuquerque, acompanhado de sua rã sangrenta.

—Me deixe fazer isso, meu senhor. —Matias olha atentamente para o demônio —Habilidade magica: cópia de movimentos. —Ativando essa habilidade, o professor conseguia literalmente imitar o inimigo como uma sombra e ainda podia controlar os movimentos do inimigo. —Vamos ver se ele não fala agora, não é mesmo, querida?

A rã sangrenta do professor parecia frenética, parecia gostar de ver seu mestre usando a magia.

Matias faz o demônio levantar do chão enquanto ele sentia dor no pescoço, que era onde estava as correntes.

—Seja rápido, professor, por favor.

—Serei, meu senhor. —Matias agora faz o demônio andar para perto da cela de sua prisão —Agora, não perca o foco, abra bem os braços.

O demônio peão estava agonizando de dor, mas ele sequer gemia.

Enquanto o professor abria os braços, e o demônio o imitava, ele ativava um de seus venenos por movimentos.

—Existem milhares de tipos diferentes de venenos, e eu tenho o conhecimento de todos eles, consequentemente também sei todas os antídotos. Este que estou te obrigando a ativar se chama: bem-me-quer. Você deve estar curioso para saber o que ele faz...

—Eu também estou. —diz Newmoon sorrindo de leve.

—Então me permitam explicar. O bem-me-quer é um dos poucos venenos por movimento, —enquanto fala, Matias faz vários movimentos com os braços abertos —então, quando ativado, quem o ativou sofre intensamente por delírios, desta forma, não há ninguém que consiga evitar, exceto usuários de magias ancestrais e eternos. Mas como você é só um peão manipulador de tempos curtos, sua energia magica é bem fraquinha...deve ser horrível não poder se controlar, não é? —Matias rir enquanto ver o desespero do demônio —Me deixe acabar com esse sofrimento desnecessário.

A cela do demônio fica cercada por uma névoa de cor roxa, era o veneno bem-me-quer invadindo.

Matias encerra sua habilidade, mas já havia sido suficiente para o veneno cercar seu corpo e do demônio. O professor Matias tem a imunidade conhecida como "santa", pois seus organismos são imunes a efeitos de venenos ou poções, por um lado isso é bom, mas por outro não, já que se perder muito sangue ou ter ferimentos graves em uma luta, poções, remédios e venenos não teriam nenhum efeito sob ele.

—Atordoado? —Matias pergunta para o demônio que o responde que sim com a cabeça. —Ótimo! Agora você responderá todas as perguntas de Newmoon Gaustal, o diretor.

Newmoon se aproxima do demônio e lhe interroga.

—Me diga, quem o mandou?

O demônio atordoado, cai de joelhos no chão e o responde.

—Minha rainha, A Rainha.

Gaustal abre a cela da prisão e se aproxima do demônio.

—Está falando da Rainha, aquela que carrega o maior poder do exército de demônios guerreiros?

—Sim, minha Rainha.

Gaustal encerra o interrogatório, põe a mão na testa do demônio e diz:

—Vá em paz, filho da terra.

O demônio é consumido por um feixe de luz, se desintegra sumindo.

Essa foi uma demonstração do incrível poder de Gaustal. Com a ordem de ir em paz, o demônio não teve outra escolha a não ser deixar de existir.

O professor Matias se mostrava empolgado, mas não sobre a morte do demônio e sim por outro assunto.

—Meu senhor, sobre o torneio, já sabe quem vai escolher, não é?

—Querido, Matias... isso é confidencial até mesmo para você.

Após aquilo, Newmoon Gaustal encerra suas atividades do dia e vai para seus aposentos. O dia de amanhã seria decisivo para todos naquele colégio... e mundo...