Feiticeiros G

4.Chafariz de Gaustal

Ao atravessar o portal, Carlos nota que já estava a noite e se deslumbra com a paisagem que via. Um vasto campo cheio de flores ao seu redor e com muitos pássaros também. Um chafariz bem grande localizado no meio deste campo. E ao fundo, podia-se ver um castelo com aparência medieval extremamente grande, com fortalezas ao redor. Tudo parecia muito atraente.

A troika pousa próximo ao chafariz e o garoto desce. Carlos chega próximo ao "monumento" e põe a mão na água que saía dele. Água cristalina e bem fria, deixava o rapaz muito feliz.

Carlos sente tocarem seu ombro e vira rapidamente. Era uma garota muito linda, com os olhos esverdeados, cabelo liso comprido de cor castanho claro, corpo atraente e com relevos, sua roupa era uma saia curta de algo que parecia couro, sua blusa era regata com uma jaqueta de couro por cima. Seu coração batia mais rápido agora, era inevitável.

—Olá! Meu nome é Katerine Ladeia, mas prefiro que me chamem de Kate, Katerine soa estranho, não acha? Qual o seu?

Kate observava cada detalhe de Carlos, —Mesmo que eu ainda não tenha falado, Carlos tem o cabelo preto com o corte arredondado alto na parte superior e quase zerado na parte inferior, um tipo de degradê com tigelinha e tinha uma franja até os olhos também. Seu físico era magro, porém, ele tem músculos até que grandes para alguém com seu porte físico. Seus olhos são pretos e ele usa um pequeno brinco em sua orelha esquerda. —mas ela disfarça.

Carlos parecia estar hipnotizado pela forma que foi abordado.

—Ah! Perdão! E—Eu me chamo Carlos Duarte, prazer.

Eles trocam olhares por segundos e logo Kate quebra o clima.

—Certo, Carlos. Seu primeiro ano aqui?

—Sim, o seu também? Na verdade, acabei de chegar aqui. Literalmente.

A garota olha para Carlos e sorri.

—Está correto, este será meu primeiro ano em Gaustal. — Kate se aproxima de Carlos e continua —Agora somos amigos, Carlos.

Daquele momento em diante as vidas desses dois jovens estavam interligadas, estavam unidos por um destino em comum.

Mais pessoas começam a aparecer ali. Algumas destas pessoas possuíam características únicas e novas aos olhos de Carlos. Pessoas com cabelos compridos e orelhas pontudas, outras com olhos de cor diferentes, com tons amarelados, esverdeados, azul claro quase cintilante, uma pele clara e outros com um tom acinzentado.

—Que tal irmos para o castelo, Carlos? —Disse Kate segurando a mão do garoto.

—S-Sim. —Carlos estava com o rosto bem avermelhado.

Indo na direção do castelo, os garotos avistam um outro rapaz alto e com um físico invejável. Este que estava fazendo algo que parecia bullying com um garoto que aparentava ser o oposto deste, isso deixa Carlos nervoso, então, Kate diz para seu novo amigo:

—Devemos fazer algo a respeito?

Carlos cerra os punhos e responde:

—Não temos o que fazer, não sabemos o que pode ter acontecido.

Mas ao dizer isso, Carlos percebe que a garota já não estava mais do seu lado. Kate estava indo em direção ao brutamontes.

—Ai meu Deus! Espera por mim! —Exclama o garoto seguindo Kate.

Em um outro cenário, via-se o garoto brutamontes e o tímido com óculos, em uma discussão nem um pouco tranquila. O primeiro, tem o cabelo natural ruivo e bagunçado, mas os outros pelos de seu corpo e tom de pele eram mais escuros o que não tinha nada a ver com seu cabelo. Ele parecia estar com o humor alterado. Já o segundo tem o cabelo cacheado no corte degradê e com a parte de cima maior, e o rosto quadrado, além disso, ele usava pequenos brincos argola, um em cada orelha. Este estava acuado, não sabia o que fazer.

—Vamos, moleque. Peça desculpas por existir! —Levanta a voz o brutamontes.

—Ma-as eu não fiz nada. —Responde o tímido com a cabeça baixa.

—O que está acontecendo aqui, garoto, você está bem? —Interroga Kate ao tímido.

—O que você acha que está fazendo? —se intromete o brutamontes.

—Cale-se, não falei com você. —Retruca Kate com um olhar sério.

—Quer resolver isso de outra forma, princesa?

—Está tudo bem, não precisam brigar! —Interrompe o garoto com óculos, mas parece não ter adiantado. O brutamontes aponta um dedo para Kate e diz:

—Vou te mostrar onde fica o seu lugar, moça.

Uma luz se formava em torno do braço do brutamontes, que continua:

—Feitiço de fogo: rosas de fogo! —Ao dizer isso, uma pequena flor de fogo em tom de vermelho sai do dedo do garoto, que estava com a mão no formato de uma pistola, em uma velocidade incrível.

—Você quem pediu! —diz Kate— Feitiço de rosas: pétalas azuis. —Este feitiço faz com que a visão do brutamontes desvie, fazendo o mesmo com seu ataque.

Carlos fica impressionado ao ver aquilo. Seu corpo estava paralisado. O garoto só podia observar aquele show de luzes intensas.

Durante o pequeno duelo entre os dois jovens, um Homem adulto, com as sobrancelhas grossas, grandes músculos, uma pequena cicatriz na bochecha, usando um short de trino apertado, um apito de juiz pendurado em seu pescoço e uma jaqueta moletom cinza. O homem aparece interrompendo completamente. Ele segura os braços de Kate e do brutamontes com força e diz:

—Alunos do primeiro ano, não se deve iniciar duelos sem permissão dentro do território colegial! Vocês já devem estar cientes das consequências!

—Foi ela quem se intrometeu na conversa entre mim e John! Estávamos aqui "de boa" e ela apareceu do nada! —diz o brutamontes.

—Não importa quem começou ou o que fez acontecer, alunos devem seguir as regras mesmo em problemas. O castigo de vocês, deixe-me ver... Será estudarem na mesma classe. Está decidido.

—E quem é você para nos dar ordens e decidir isso por nós? —Diz Kate.

—Garotos tolos. Eu sou Maison Snow, professor de artes marciais do colégio Gaustal! Como professor posso escolher em que sala colocar dois ou mais alunos. E quem são vocês? Preciso enviar uma mensagem ao diretor.

Arrependidos de terem desacatado uma autoridade da colegio, Kate e o brutamontes ficam pasmos e sem reação.

—Eu sou Kate, aluna do primeiro ano. —As palavras pareciam sair sem que a garota quisesse.

—Meu nome é Marcus Silmeon, entrei para o primeiro ano.

—Olha só! Parece que estão arrependidos. Pois bem, devo certificar Gaustal agora mesmo.

O professor de artes marciais cruza os braços e é cercado por uma neblina densa, que o faz desaparecer dali.

Carlos observou tudo aquilo e depois do que houve, conseguiu sair do lugar, indo em direção aos demais garotos.

—Onde você estava, Carlos? Me deixou tomar bronca sozinha com esse idiota? —diz Kate pondo a mão na cintura.

—Quem você está chamando de idiota? Foi você quem se intrometeu, mulher! —Questiona Marcus.

Todos se encaravam por um instante, mas John quebra aquele clima.

—Meu nome é John Moltgarth, Marcus e eu somos conhecidos desde a infância. Por isso disse que não precisavam brigar. Este idiota sempre me encurrala e me faz pedir desculpas por algo, mesmo que seja ele quem faça as confusões.

Kate e Carlos ficam surpresos com o depoimento do garoto. Tudo não havia passado de um tremendo mal-entendido.

—Tsc! Eu disse que não deveria ter se intrometido, princesa. —diz Marcus, encarando Kate.

—Devido a situação ter sido um engano, pedimos desculpas. Certo Kate? Devemos entrar no castelo, não é? — Se intromete o Carlos.

Kate faz que sim com a cabeça e os dois saem de perto de Marcus e John.