27. Crises de rejeição

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Marcus jamais aceitaria de bom grado que o "nerd" passou em sua frente. O garoto sabia que não poderia discordar de Gaustal, mas ele tentaria dar a volta por cima, encontraria uma maneira de provar seu valor para o diretor.

—Nem que eu morra, mas preciso disso, preciso ser o melhor e mais poderoso desse Colégio.

Marcus já estava em seu dormitório. O garoto andava de um lado para o outro, inquieto. Alguns minutos depois, ele tira sua jaqueta, sua camiseta regata que estava por baixo, mostrando todo o seu físico desejável, sua calça, mostrando suas pernas peludas e musculosas, ele senta em sua cama, pega a pequena bola de couro que guardava debaixo da cama e a joga para cima.

—Não vou desistir de ser o mais forte, mamãe. —Marcus olhava para cima —Nunca esquecerei do que aqueles malditos soldados do rei, fizeram com você. Prometo a você também papai. Prometo que serei forte o suficiente para conseguir tirar você e meus irmãos do vilarejo. —o garoto estava derramando uma lagrima —Prometo a vocês, irmãos, que nunca, serei um perdedor, mas nunca mesmo! Pois somente eu sei o quanto vocês sofreram para conseguirem o apoio do papai.

Inconsolável, Marcus buscava se apoiar em suas memorias.

—Tentei conseguir tudo, tudo, para vocês, mas alguns mereceram mais que eu. Sinto muito, pessoal.

Marcus vira para a parede, põe um dos travesseiros entre suas pernas musculosas, e outro ele abraça.

—John conseguiu, Kate conseguiu, e até o idiota do Theo conseguiu. —Marcus sorria levemente enquanto as lagrimas escorriam em seu rosto —Se ele conseguiu, eu também consigo.

A porta do quarto abre. Marcus fingia estar dormindo. John entra e o interroga.

—Oi, Marcus, já está dormindo?

Marcus não responde e seu amigo continua.

—Olha só, sei que ficou muito furioso e com receio por não ter entrado na equipe, te conheço muito bem, tão bem que sei que está fingindo agora. —John senta em sua cama, que fica ao lado da de Marcus. —Que tal comemorar que seu amigo conseguiu? —John olhava para as costas do garoto —Sabia que o Carlos estava muito confiante de que você seria um novo Feiticeiro G?

Marcus abre os olhos e escutava em silêncio.

—Pois é, ele ainda disse que você melhorou muito desde o começo do ano letivo. —John solta um pequeno riso ao concluir.

Na outra cama, Marcus respirava fortemente, mostrando que estava com o choro em sua garganta.

—John, —Marcus falava com tom de choro —estou feliz por você, mas na boa? Não me obrigue a encher tua cara de porrada.

John põe os braços na cama, apoiando seu corpo, enquanto sorria.

—Prometo a você que nunca mais perderei novamente.

Marcus encerra suas palavras, John levanta e vai até o garoto. Marcus deita de bruços, John para em frente a cama do garoto e como se desistisse do que ia fazer, ele sai do quarto.

—Desculpa, John, não pude ser uma pessoa melhor, mas prometo que talvez, talvez eu mude.

Chorando em silêncio, Marcus procurava uma maneira de se desfazer das péssimas atitudes que talvez tenha tomado em sua vida, após a morte fria de sua mãe. O garoto passava por uma crise, crise de ansiedade e uma que talvez seja a pior, a crise por achar ter sido rejeitado, por todos e principalmente por seus amigos, por aceitarem Erica.

Abaixo dos dormitórios, no grande salão, os alunos estavam empolgados. Os formandos, alunos do quarto ano, estavam se divertindo o bastante, seus copos de bebidas estavam sempre cheios, os alunos dos outros anos ficavam interessados pela magia que Gaustal pôs em suas bebidas. E pensar que com uma única palavra-chave, eles também poderiam se embriagar.

John, após sair do dormitório, desce para se juntar aos seus amigos Feiticeiros G, Carlos estava junto também.

—Aposto como vocês nunca descobririam a palavra-chave do álcool.

—Está interessado, Theo? —Erica dizia enquanto bebia um gole.

Theo cruza as pernas, ao sentar perto de Carlos.

—Qual é pessoal! Temos que comemorar!

—Na boa, Theo. Bebidas alcoólicas me dão dor de cabeça.

—Exatamente por isso que é boa, não? —Theo dá dois tapinhas no colo de Bryan.

—Faremos assim, eu distraio um formando, e vocês tomam a bebida dele, pode ser? —Bryan se dedicava em explicar.

—Eu te amo, amigo! —diz Theo animado.

Bryan finge levantar de sua cadeira, mas volta a sentar enganando Theo.

—Ah, qual é?! —Theo abaixa a cabeça próximo de sua perna.

—Me perdoe, amigo, mas não posso permitir que infrinjamos as regras. —Bryan falou enquanto comia algumas batatas fritas. —Tem mais uma coisa, a palavra-chave só funciona para quem a pronúncia, por isso, mesmo que tentamos, nunca iremos sentir o gosto.

Theo fica chateado, come algumas batatas e continua seu plano de encontrar alguém que possa lhe dizer a tal palavra. Ele sai de perto de seus amigos e vai em direção aos formandos, tenta se enturmar, mas falha miseravelmente. Retorna para o lado de Carlos e todos riam de sua falha.

—Ao menos você tentou, cara. —Carlos tenta o confortar.

A festa continuo até as duas horas da madrugada, quando todos os alunos são forçados a voltarem para seus dormitórios, Gaustal ordenou que os Feiticeiros G, em sua primeira missão, retirassem todos os alunos do grande salão. Os únicos que não foram de bom grado, foram os formandos.

Com o acabar da festa, os alunos e funcionários retornam para seus quartos e encerram aquele dia cheio de emoções.

Feiticeiros GWhere stories live. Discover now