capítulo 6

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tenham paciência. os primeiros capítulos são bem chatinhos, eu sei!! mas eu juro q é pq pra história começar, tem q ter desenvolvimento. juro, vcs não vão se arrepender😭😭😭

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Meu coração se afundava completamente. Meus batimentos cardíacos se aceleravam em uma corrida interminável, aumentando a intensidade cada vez mais da dor.

A angústia era tão profunda, que eu me sentia a última pessoa da terra. Um sentimento de solidão eterno. Eu estou com medo, assustada, apavorada e um sentimento disforme de pânico.

Minhas mãos tremem, junto ao meu corpo, que pede por socorro. Aparentemente eu havia chegado ao limite. Não posso aguentar muito tempo, não posso. As lágrimas percorrem pelo meu rosto, elas descem incessantemente, parecem nunca cessar.

Eu me olho no espelho, atentando a minha fisionomia. Eu realmente teria perdido tudo. Nem eu mesma posso me identificar. Essa sensação, que me vem me matando aos poucos, me destruindo cada vez mais e mais. Eu sentia isso, posso sentir que não vou durar muito tempo. Eu perdi a cabeça.

Sabia que não iria demorar muito tempo para ter a próxima crise, mas tinha que ser tão cedo?

"É só isso que você sabe fazer? Chorar? Ninguém faz isso como você Scarllet. Não seja tão fraca. Nunca será considerada minha filha de verdade."

A frase que ouvi quando tinha oito anos, de minha mãe percorre por minha cabeça. A frase cujo eu sempre ouço em minha cabeça, todas as vezes que tenho crises.

Ela sempre está aqui, e só consigo ouvi- la todas as vezes que tenho conflitos. As imagens de uma garotinha aflita, por saber que seu filhotinho de cachorro havia morrido, depois de apenas um mês de vida. Essas imagens percorrem por minha mente, como um filme.

Eu desato um grito enquanto as lágrimas descem freneticamente, ao ponto de minha visão se encontrar totalmente embaçada. Já não podia respirar pelo nariz. Precisava fazer algo para cessar, queria que aquilo acabasse.

Meu olhar cai sobre a tesoura, que se encontra na pia. Eu a apanho, mergulhando fundo em minha imagem devastada, no espelho.

Ao encostar a ponta, em meus pulsos, antes de fazer qualquer coisa que vá me machucar fisicamente, respiro fundo.

Mas não faço nada. Ao invés disso, desprendo o coque que segurava firme meus cabelos. Eles caem, e os divido em duas partes, e os corto, desesperadamente, os deixo de pedacinhos.

Os fios decaiam sobre o ralo da pia, e desapareciam junto a água da torneira, que descia com força.

Corto- os, até minhas mãos não aguentarem mais. Até as lágrimas pararem. Não tirou minha dor, mas me ajudou a lidar com isso. Eu já me encontrava tranquila, já me encontrava mais leve.

Verifico às horas, eram 03:08 da manhã. Eu precisava sair deste dormitório, então pego minha jaqueta de frio, e o celular.

Destranco a porta com silêncio e cautela. Eu não poderia ser pega de forma alguma. Desço pelas escadas, dando passos suaves, para não ser ouvida.

Hilary uma vez, comentou que a porta do primeiro andar à esquerda, ficava aberta todas às noites, já que os alunos sempre saem com frequência às escondidas.

Sempre é trancada pelos monitores do prédio, mas alguns alunos possuem cópias das chaves, e após a vistoria acabar, eles a destracam.

Ao chegar ao lado de fora, corro para a direção do "pequeno" bosque que fica atrás do residencial feminino, próximo ao lago.

A última noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora