capítulo 10

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Estou tentando me concentrar a leitura do livro que o professor havia mandando que lêssemos. Mas sou interrompida a cada segundo, toda vez que sinto as bolinhas de papel sendo arremessadas contra mim.

Eles dão gargalhadas a todo tempo. E arremessam ainda mais bolinhas em mim. O professor, parece concentrado demais para perceber,enquanto copia algo na lousa.

— Eu vou recolher alguns materiais. Você ficam aí em silêncio até o horário de saída. — ele diz antes de sair.

Por favor, não me deixe aqui sozinha com eles. Faço um apelo mental.

A sala está quase vazia. Ocupada apenas por mim e mais seis alunos.

Não demora muito para alguém ter iniciativa de vir até mim. Nicolas empurra minha mesa com os pés, fazendo os livros decolarem para o chão e a mesa bater ser atirada para a parede. Rapidamente me encolho na cadeira.

— Olha Scarllet, você derrubou seus livros no chão. — ele diz rindo da minha cara.

— Pegue. — seu olhar recaiu sobre os livros.

Um medo se aloja em meu estômago. Isso não é justo. Não podem me tratar assim. Não podem. Isso é desumano.

— Você não ouviu? Eu disse pra você pegar os livros do chão.

Prefiro ficar paralisada. Não sei como agir neste tipo de situação. E muito menos o que fazer. Sou fraca demais, e me odeio por isso. Talvez devesse obedecê-lo, mas isso não mudaria nada.

— Escuta aqui sua putinha miserável — ele aperta meu rosto com os dedos, me forçando a olhar para ele.

Luto contra as lágrimas, apesar de já estar cansada fazer  isso.

Então Nicolas crava suas unhas em minha pele sensível me causando um leve desconforto.

— O que foi? Você quer chorar? — esbraveja. — Diz alguma coisa! Revide Scarllet.

Tento conter a respiração. Uma pequena gota de lágrima desce sobre meu rosto. Eu tentei. Deus como eu tentei não chorar. Mas essa merda toda vai continuar me perseguindo. Eu já não estou instável o suficiente para aguentar.

— Vai pro inferno. — murmuro.

— Então você sabe falar?

— Apenas me deixe em paz. — grito.

— Cele a boca vadia. Você ainda costuma mandar fotos íntimas como pedido de namoro?

Não o respondo. Estou elétrica. Nicolas é tremendo psicopata. Não duvido dele tentar fazer algo comigo. Mas sei que não será o bastante. O que ele poderia fazer de tão ruim com uma garota como eu? Já estou despedaçada demais. Dava pra ver isso em meu rosto.

—  Tem belos lábios. Por que não usa pra algo decente? — Nicolas faz um gesto para seus amigos, que entendem o recado. Me forçando a ficar de joelhos perante ele.

— Desabotoe minha calça vadia. — ele diz com um sorriso peverso. — Vou ensiná-la a como usar essa boquinha.

Assim como gelo, eu congelo. E o que tampouco segurava minhas lágrimas, acabara de ceder. Eu dasabo em um choro diante dele. Mal sinto minhas pernas.

Ele não pode fazer isso comigo.

— Aposto que nunca fez um antes. Não prometo que irei ser cauteloso com você. — ele dizia isso com paixão e entusiasmo. — Vamos, desabotoe.

Eu encaro o chão. Cabisbaixo. Meus cabelos curtos, em pedaços, tapam a visão. Aos poucos sinto minha visão dissipando-se. Uma vez que as lágrimas preenchem meu rosto.

A última noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora