Para Scarllet, sua vida deveria ser seguida à risca, com muitas expectativas a cumprir. Ao crescer cercada por muros de colégios internos, obedecendo normas, e prestes a completar dezoito anos, pela primeira vez em sua vida, esteve presa em um mar d...
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(Contém conteúdo sexual explícito, não recomendável para menores de 17
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Precisaríamos olhar um para o outro, em algum momento. Não importa se por um minuto ou um segundo. Mas o carro parecia vazio. E por um tempo, eu pensei que estivesse.
Eu apoio a cabeça na janela, contorcendo os dedos na intenção de estar ocupada para impedir que a situação me engolisse ainda mais. O silêncio era sufocante. Abrasador.
A velocidade do carro ultrapassa cento e noventa quilômetros por hora. Quanto mais distante estávamos daquele lugar, mais rápido Thomas dirigia. Não havia uma direção correta. Não era a mesma direção pela qual viemos. Era apenas uma direção.
Vejo a forma como sua mão está presa ao volante. Como o aperta com firmeza, deixando as veias marcadas em sua pele. Ele desvia de uma avenida, afastando-se para longe da movimentação da cidade. Não fiquei surpresa quando percebi que estávamos na direção contrária de qualquer coisa que conhecíamos. Escola ou mansão.
Thomas nos levava para um lugar distante, que somente ele conhecia. Minha garganta secou, quando ele finalmente desviou os olhos para mim. Isso durou cerca de dez segundos, até que prendesse a atenção na estrada, outra vez.
Desde então, não houve nenhum sinal. Nenhum desvio de atenção. Durou cerca de dez minutos, até que eu fechasse os olhos. Até que dormisse.
Acordei com um sobressalto causado pelo meu próprio corpo. Estava frio. Muito muito frio. Ao lado de fora, a corrida se assemelhava a um filme, quando em processo de aceleramento. Mas o chão está mais escuro. Chuva. Havia chovido. Gotas de água voavam com o vento, deslizando forçadamente pelo vidro da janela.
Thomas suspirou enquanto dirigia. Eu olhei densamente para ele e por um breve momento tomei coragem para perguntar a ele para onde íamos. Fracassei terrivelmente. As palavras congelam dentro da minha boca. Mas eu precisava conversar com ele. Isso era arremessado contra o meu próprio peito, enquanto imaginava as consequências da nossa "discussão".
