Capítulo 1

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O telefone começou a tocar. Seokjin, que descia a escada, resmungou em voz baixa e, segurando firme o pequeno Jungkook de apenas sete meses, desceu rápido os últimos degraus. 

Quando viu seu reflexo no espelho atrás da mesa do telefone, assustou-se. Os fios negros estavam bagunçados. A camisa azul respingada da água do banho das três crianças não melhorava sua aparência. Jungkook ainda colaborava, puxando os botões da camisa. Apesar de ser uma criança dócil, no momento estava cansado e impaciente.

— Não — ele disse firme, afastando a mãozinha dos botões. — Logo vai jantar. 

Atendeu ao telefone.

— Alô?

Seokjin não percebeu a pequena pausa tensa, antes que a pessoa do outro lado da linha falasse com cuidado.

— Jin? É Hyuk.

— Oi, como vai, Hyuk? — Pelo espelho, reparou que seu rosto suavizou a expressão ao escutar a voz do melhor amigo. — Jungkook, por favor, espere mais um pouco! — disse ao garotinho que insistia em puxar-lhe os botões.

O pequeno olhou-o bravo e Seokjin sorriu divertido. Jungkook era o mais genioso e exigente dos filhos, mas o ômega o adorava. Seu gênio era bem parecido com o de Namjoon, seu marido.

— As crianças ainda não estão dormindo? — Hyuk perguntou.

Não era segredo para ninguém que crianças irritavam o beta. Hyuk, executivo sofisticado, não tinha tempo a perder e nem paciência para lidar com crianças. Seokjin levava uma vida diferente. 

Além de ser seu melhor amigo, Hyuk era o único com quem ainda mantinha contato depois de deixar o colégio.

— Dois já dormiram, só falta o caçula. Jungkook está com fome, mas pode esperar.

— Namjoon já chegou para o jantar?

Seokjin percebeu a desaprovação no tom de voz do amigo e sorriu. Hyuk e Namjoon não se entendiam bem.

— Ainda não, por isso pode xingar à vontade que ele não vai ouvir.

Não se importava que o beta criticasse Namjoon quando ele não estava presente, era melhor que fazê-lo na presença do alfa. Porém, desta vez, um silêncio estranho pesou entre os dois.

— Alguma coisa errada, Hyuk?

— Escute, Jin, vou me sentir péssimo, mas você tem o direito de saber.

Naquele momento, um dos gêmeos desceu a escada, fingindo atirar com um revólver. Jungkook mexeu-se inquieto ao ver o irmão que se aproximava, acompanhando-o com os olhos.

— Quero tomar água — o atirador respondeu à pergunta muda de Seokjin e foi para a cozinha.

— Escute — Hyuk parecia impaciente — sei que está ocupado. Ligo mais tarde, talvez amanhã. Eu...

— Não ouse desligar. Espere um momento que já volto.

Seokjin percebeu que o que Hyuk tinha para dizer era importante, então preferiu não adiar a conversa. Colocou o fone na mesa e foi atrás do filho mais velho. 

As pernas longas e bem torneadas eram realçadas pela calça fuseau branca que usava com meia soquete e tênis. O ômega possuía um corpo longilíneo e bem-feito apesar das gravidezes. Quando tinha tempo, Seokjin sempre se exercitava fazendo ginástica, nadando ou jogando tênis.

— Peguei você! — disse para Taehyung, o filho de sete anos, que estava com a mão no pote de biscoitos. O garoto corou e ele continuou. — Tudo bem, leve um para Jimin e nada de migalhas na cama!

A cozinha era grande e confortável. Seokjin colocou o bebê no carrinho encostado no canto e deu-lhe um biscoito para se distrair enquanto voltava ao telefone.

— Ainda está aí, Hyuk?

— Por que você não arruma alguém para ajudar com as crianças? Às vezes elas são insuportáveis!

— Eu tenho uma ajudante uma vez por semana, mas, principalmente à noite, gosto de ter a casa só para mim. Fico mais à vontade.

— Mais à vontade e sonolento. Pelo amor de Deus, Seokjin! Pare de bancar a Gata Borralheira e trate de acordar.

— Acordar para quê?

— Jin, onde está Namjoon?

— Trabalhando até mais tarde.

— Ultimamente, ele tem trabalhado muitas vezes além do expediente, não é?

— Sim. Está muito ocupado com o caso Lee. Você sabe, ouvi vocês discutindo o caso na última vez que veio jantar aqui.

— O caso Lee terminou há séculos!

Será que Hyuk viera jantar havia tanto tempo? Sim, Jungkook estava com três meses. Puxa, isto fora há noventa dias!

— Hyuk, você precisa aparecer logo para jantar. Não nos vemos há tanto tempo! Vou perguntar a Namjoon quando ele terá uma noite livre...

— Jin! Por favor, não liguei com o intuito de que me convide para um jantar, apesar de sempre valer a pena. Não sei como encontra tempo para cozinhar tão bem, com o trabalho de casa e essas três crianças levadas, sem mencionar que ainda tem o egoísta...

Hyuk reprovava o modo como o amigo se dedicava à casa, fazendo quase todo o serviço. Achava que Namjoon não ajudava em nada, sobrecarregando o ômega. Seokjin não julgava o amigo por pensar assim, sabia que ele não tinha ideia de como o alfa era ocupado e como fora difícil para ele subir na carreira e sustentar a família ao mesmo tempo. Ele trabalhava muito pela família, para lhes garantir segurança no futuro, Seokjin sabia disso.

— Não posso mais me conter, Jin. Você é meu amigo, não ele. Já é hora de alguém alertá-lo para o que está acontecendo bem debaixo do seu nariz!

— Um momento, o que quer dizer com isso?

— Que está fazendo papel de idiota. Namjoon não chega em casa tarde porque fica trabalhando além do horário de expediente. Ele está com outro ômega!


🥀


Oi, gente! Por hoje, é isso.

Espero que gostem da fanfic!

Beijos

Beijos

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Despedaçados | NamjinWhere stories live. Discover now