Capítulo 7

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Após a breve conversa com Namjoon, Seokjin subiu para o quarto e tomou um banho. Vestiu o roupão para sair rápido do aposento antes que o alfa entrasse, quando lembrou que não havia feito a mala. 

Apressado, pegou a valise de couro preto e colocou aberta sobre a cama.

— Não se preocupe com a mala. Cancelei a viagem esta tarde — a voz dele informou da porta.

— Oh, querido — o ômega disse sarcástico. — Chansung vai ficar desapontado.

As palavras dele atingiram-no como um soco. Namjoon fechou a porta e em duas passadas alcançou-o, segurando-o com força pelos ombros largos.

— Não aguento mais — ele murmurou. — Nada que eu faça ou fale vai mudar a ideia que faz de mim?

— Mas eu mudei minha ideia sobre você! — disse, desafiante, com um leve medo ao ver o brilho que ardia nos olhos de Namjoon. — Sempre pensei que fosse um santo, agora sei que não presta!

— Eu vou mostrar como não presto! — ele disse, alterado, e beijou-o com violência.

Seokjin gemeu em protesto, mas foi em vão. Namjoon apertou-o contra seu corpo, beijando-o com paixão enquanto o menor lutava para se desvencilhar. O alfa mergulhou a língua em sua boca e Seokjin sentiu uma onda de desejo percorrendo seu corpo. Por mais que quisesse odiá-lo, era vulnerável a sua presença. Tentou chutá-lo, mas não adiantou.

O corpo do ômega fervia de desejo, e não conteve um gemido quando sentiu o membro rígido do outro através do roupão.

"Não é justo! Ele não pode me usar assim!" Odiou-se e desprezou o alfa por torná-lo consciente da própria fragilidade.

— Eu te odeio! — gritou.

— É verdade. Mas você também me quer, Seokjin. Está tão desesperado de desejo quanto eu, eu sei. Lembre-se, eu posso te sentir mesmo sem te tocar, estamos atados.

A amarga verdade despertou nele uma raiva descontrolada. Seokjin atacou-o com as unhas. Só o reflexo rápido salvou o rosto de Namjoon, que ficou com um vergão enorme no pescoço.

— Odeio você! Vá pro inferno! — o ômega esbravejou.

— Bom — rosnou e, segurando o outro com força, colocou-o de costas para si. — O modo como vou fazer amor com você não vai mudar em nada seus sentimentos.

— Tudo bem, assim posso acrescentar assédio e estupro ao adultério no pedido de divórcio. Aposto que consigo uma ordem de restrição contra você.

— Assédio? Estupro? E desde quando precisei fazer qualquer coisa desse tipo com você? Em toda minha vida, nunca conheci um ômega tão ávido por sexo!

— Meus mais sinceros vai se foder, Kim Namjoon.

— Estou falando sério, sempre fomos muito bons na cama.

— Tenho certeza que você e Chansung também são muito bons.

Namjoon virou-o de frente e ele percebeu o olhar atormentado do alfa.

— Pare com isso, Seokjin! Não me provoque mais ou vou acabar agindo de um modo que nós dois vamos nos arrepender depois!

Era o que estava fazendo? Sim, estava provocando-o quando o mais sensato seria sair rápido do quarto. Queria alimentar o ódio e a angústia que sentia desde que Hyuk ligara. 

— Então dê o fora daqui! Por que não age com dignidade e vai embora? Ninguém o está obrigando a ficar! Eu e os meninos nos viramos bem sozinhos. Nada aqui está te impedindo de ir para os braços de seu precioso Chansung!

— Não pode parar de mencionar este nome?

— Chansung — provocou. — Chansung, Chansung, Chansung!

Um brilho de dor passou pelos olhos de Namjoon. Seokjin não sabia se era pela situação em que se encontravam ou por ele ter mencionado o precioso nome da nova paixão do alfa. Namjoon sentia saudades do outro ômega? Se caso não tivessem filhos, Namjoon já o teria largado para ficar com Chansung? Que tolice, claro que sim, até porque, se não tivessem filhos, nem casados estariam.

O alfa agarrou-o, trazendo-o para bem perto de seu corpo:

— Não! Você, você, você!

— Se você acha que vou cair nesse seu papinho barato...

Num movimento brusco, o alfa puxou-o e juntos caíram na cama.

O que aconteceu a seguir foi menos amor e mais uma batalha. Uma guerra para ver quem excitava mais o outro, onde cada carícia era respondida por outra mais envolvente. Quanto mais excitado um deles ficava, mais o outro acariciava, afundando-os numa onda de emoções fragmentadas.

Ambos estavam necessitados e chateados. Parar a discussão com sexo não era saudável e não resolveria os problemas deles, mas, no momento, eles não se importavam. 

Houve um momento em que Namjoon tomou consciência do que estavam fazendo e ameaçou afastar-se, mas Seokjin percebeu, e com medo de perdê-lo, beijou-o tão profundamente que ele gemeu seu nome como se fosse uma súplica.

Era Seokjin que conduzia o ato desde um começo desesperado a um fim tumultuoso, onde o alfa, sob seu corpo, tremia em êxtase e ele frustrava-se por não conseguir se aliviar. Depois que o alfa gozou dentro de si, Seokjin sentiu o corpo esfriar.

Concluiu que nenhum dos dois vencera a batalha. Sentia-se péssimo com seu comportamento, consciente de ter agido assim por medo de perder Namjoon, apesar do que o alfa havia feito, e por uma necessidade de tê-lo completamente para si.

Ao enlouquecê-lo de desejo, sentia segurança e poder. Será que Chansung conhecia tão bem o corpo do alfa como ele? Será que, com poucos toques, conseguia fazê-lo gozar gemendo seu nome também?

Finalmente reconheceu que queria Namjoon acima de tudo, acima de seu orgulho e amor-próprio. Mas não fora o suficiente para aliviá-lo do desejo reprimido na última semana. Era como se sua alma ferida se recusasse a permitir que o seu corpo alcançasse a conquista final e gozasse de prazer.

Não conteve as lágrimas. Vencera ao provar seu poder de sedução e perdera com o fracasso em corresponder. A confiança cega que nutria pelo alfa se fora, levando consigo o seu direito de amar e corresponder com liberdade.

Mesmo que agora admitisse que ainda queria Namjoon, questionava-se se eles conseguiriam ser um casal novamente. Seokjin conseguiria se entregar ao alfa como antes algum dia? Seria possível consertar aquilo que parecia tão quebrado? Poderia perdoar e esquecer todo aquele sofrimento?

Se Namjoon simplesmente o tivesse abandonado, sairia menos ferido e magoado, porque saberia que nunca mais seria o mesmo com ele, e nem teria o alfa ali, perto, tentando se aproximar a qualquer custo. A presença do alfa ao mesmo tempo que o fazia bem, machucava-o ainda mais.

— Seokjin?

O ômega virou a cabeça no travesseiro e encontrou o olhar sombrio do alfa.

— Desculpe — Namjoon disse, com um tom de voz triste.

Estaria se desculpando por não ter conseguido que Seokjin chegasse ao clímax? Ou pela loucura que haviam acabado de cometer? Ou pelo estado deplorável que chegara o casamento deles por conta de suas ações? Não importava, nada parecia importar.

A amargura inundou o ômega e pedidos de desculpas não o fariam sentir-se melhor. Começou a chorar outra vez.

— Estou tão envergonhado. — confessou.

— Venha cá — o alfa puxou-o para perto, encaixando o seu corpo no do menor. — Este é o juramento de um homem que nunca se sentiu tão miserável na vida. Seokjin, juro para você que jamais farei qualquer coisa que possa te magoar outra vez. Eu te amo, Seokjin!

— Não! — O ômega o cortou em alto e bom tom. Ele acreditara em Namjoon uma vez e não faria isso novamente, não queria sofrer mais. Afastando-se dos braços do alfa, encarou-o tristemente. — Não fale mais de amor comigo. Amor não tem nada a ver com o que acabou de acontecer! Daqui para frente, não me faça mais promessas, não posso mais acreditar nelas.

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Despedaçados | NamjinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora