Capítulo 12

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Entraram em uma sala escura. Da entrada, Seokjin enxergou apenas o outro lado, o bar e um pequeno palco onde um grupo de músicos tocava uma melodia calma.

Namjoon conduziu-o até a pista e tomou-o em seus braços. Na mesma hora, o ômega foi assaltado por um sentimento incômodo, como se estivesse nos braços de um estranho. Não evitou um suspiro. 

O alfa percebeu a tristeza e fez mais pressão na mão que segurava. A outra mão dele desceu das costas para a cintura, puxando-o mais para perto. O alfa começou a se mover no ritmo da música e Seokjin o seguiu.

Ficaram em silêncio durante as três primeiras músicas, permitindo-se, aos poucos, mergulharem em lembranças de outras épocas do relacionamento.

Seokjin lembrou do dia em que se conheceram, da primeira vez que dançaram juntos. Dançaram colados à noite toda, a mão de Namjoon acariciando as costas de Seokjin num movimento íntimo e sensual. Seokjin ainda lembrava do frio na barriga e das outras demais sensações que aquele alfa de olhos bem desenhados despertou nele desde o primeiro segundo que o viu.

Já Namjoon lembrou da primeira dança depois de casados, na pequena festa de casamento que tiveram. O ômega estava radiante em seus braços. Já estava grávido dos gêmeos, mas o terno branco disfarçava o pequeno volume que estava começando a aparecer na sua barriga. Ele sorria abertamente, estava feliz. Namjoon faria de tudo para que o seu ômega voltasse a sorrir como antes.

Ambos, embriagados com a saudade de tempos mais simples, deixaram-se levar. O ômega fechou os olhos e aspirou o cheiro do seu alfa. Ele quase podia escutar as batidas do próprio coração enquanto aproximava ainda mais o seu corpo do marido. Segurou bem as costas fortes de Namjoon e descansou a cabeça em seu ombro. 

A aproximação de Seokjin produziu um efeito imediato no alfa. Uma onda de calor e desejo inundou seu corpo. O maior inclinou-se e roçou os lábios carnudos no pescoço do marido.

— Nada mudou entre nós. Depois de tantos anos, ainda temos este incrível efeito um sobre o outro.

Infelizmente, ou felizmente, ele tinha razão. Com um suspiro, Seokjin permitiu-se fazer o que mais ansiava e ergueu os lábios para beijá-lo. Pela primeira vez, depois de várias semanas, o ômega fazia um movimento voluntário na direção dele. Namjoon tremia.

— Vamos para casa — o alfa disse com a voz rouca de desejo. — Quero muito mais que dançar com você.

Namjoon uniu a sua mão a do ômega e o puxou para fora do clube. No carro, ficaram em silêncio durante o caminho. Vez ou outra, o alfa olhava para o marido, torcendo para que aquele clima de paz entre eles não acabasse tão cedo. 

O ômega mantinha suas atenções no caminho, fugindo dos olhares do alfa. Mas, mesmo fingindo indiferença, ele podia sentir a forte presença do marido no carro.

Quando chegaram em casa, cumprimentaram Jiwon, a qual avisou que as crianças já estavam dormindo. Namjoon abriu a carteira para dar o dinheiro do táxi para a mãe, mas Seokjin o interrompeu, colocando sua mão sobre a do alfa.

— Namjoon, vá deixá-la em casa. 

O alfa pensou em recusar, estava ansioso para ficar sozinho com o ômega, mas acabou acatando o pedido do marido. Enquanto Namjoon e Jiwon saíam, Seokjin subiu para o quarto do casal e tomou um longo banho. 

Mesmo que desejasse o marido mais que tudo, agora longe da influência da sua presença, Seokjin sentia o coração apertado. Mais uma vez, permitiu-se chorar durante o banho em busca de aliviar a angustia que carregava em seu peito. O ômega faria de tudo para que aquela dor parasse, para que tudo voltasse a ser como antes, mas ele simplesmente não conseguia.

Despedaçados | NamjinWhere stories live. Discover now