Capítulo 6

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Namjoon estava sentado no sofá da sala quando Seokjin entrou. Segurava um livro na frente do rosto, dando a impressão de ter ficado na mesma posição durante horas. Como não deu o menor sinal de vida, o ômega ficou na defensiva, esperando por uma explosão que não aconteceu, então fechou a porta e foi para a cozinha.

Sorriu satisfeito ao entrar no cômodo, pela primeira vez em muito tempo sentiu que o alfa estava preocupado com ele.

Enquanto pagava o motorista do táxi, observara o movimento na cortina da sala. Namjoon o estava observando. Porém, quando entrou, encontrou-o no sofá, com um livro, fingindo que não ligava para a sua chegada. Contudo, estavam ligados, Seokjin podia senti-lo irritado e preocupado.

O ômega jogou o casaco em uma cadeira e começou a preparar um café. Namjoon entrou de mansinho, descalço, vestindo um short e uma camiseta.

— É melhor você telefonar para o Hyuk — disse, ao puxar uma cadeira e deixar-se cair sentado.

— Por quê?

— Porque eu o perturbei o dia todo atrás de você.

— Você enche o saco dele e eu que tenho que ligar?

— É sério, Jin. Pensei que estivesse lá e ele não quisesse me contar.

— E como sabe que não foi exatamente isto que aconteceu?

Houve uma pausa antes que ele respondesse relutante.

— Porque pedi para minha omma ficar com as crianças e fui até o apartamento dele para me certificar.

— E agora ele e a sua mãe sabem que passei o dia fora. Possivelmente, acham que eu pirei porque saí sem avisar para onde iria.

O café ficou pronto e Seokjin colocou-o na garrafa térmica.

— Não pode me culpar por ter ficado preocupado com esta sua saída maluca — ele disse, sem graça.

— Era só o que me faltava... — resmungou baixinho. Se Namjoon ouviu, preferiu fingir que não.

Sentou-se na frente de Namjoon, aquecendo as mãos na fumaça que saía da xícara de café. O alfa apoiou os braços na mesa e tamborilou os dedos como se quisesse dizer alguma coisa e não tivesse coragem. A expressão estava tensa, o cabelo despenteado. Nunca o vira naquela postura abatida antes.

— Seus pais também sabem — ele falou de repente. — Telefonei para eles quando não imaginei outro lugar onde você pudesse estar. Esperaram por você durante toda a tarde. É melhor ligar e dizer que chegou bem.

Então, depois de procurar em dois lugares, ele esgotara as possibilidades de encontrá-lo. O que tal atitude do alfa lhe dizia sobre si mesmo? Decidiu deixar de lado tal questionamento, já fizera muita autoanálise por um dia. Em vez disso, sugeriu:

— Vou lhe dizer uma coisa, Namjoon. Por que não liga para eles você mesmo, uma vez que foi você quem os deixou preocupados? Ligue para sua omma e depois para Hyuk também, peça desculpas por tê-lo importunado em pleno domingo.

— Eu... eu estava preocupado. Hyuk é seu único amigo, imaginei que você iria até ele.

— É, mas não fui. E você atrapalhou o domingo dele à toa. Você colocou-o nesse rolo depois de ter dito que ele não deveria ter se intrometido na nossa vida, então, se pensa que ele está preocupado, telefone!

— Todos nós ficamos preocupados! — ele respondeu, irritado.

— Eu não faço o gênero suicida, você sabe muito bem — disse, tomando um gole do café. Quanto mais tenso Namjoon ficava, mais à vontade Seokjin se sentia. — Tenho sido um tolo no que se refere a você, mas não pense que vou destruir minha vida por sua causa.

— Jamais o considerei tolo.

— É claro que sim. Quantas vezes pensou em desperdiçar seu precioso tempo comigo?

Namjoon inspirou profundamente para se acalmar.

— A questão não é esta. É perigoso para ômegas andarem sozinhos por aí, você sabe disso. Afinal, aonde você foi?

— Até o centro.

— O que foi fazer por lá? Está fora de casa desde as dez horas da manhã. Que diabos achou para fazer num domingo, com todas as lojas fechadas, durante quase doze horas?

— Talvez eu tenha encontrado com algum alfa... — provocou. — Afinal, para mim, realmente não é difícil conseguir um.

O rosto de Namjoon ficou pálido. Era a primeira vez que ele o enfrentava.

— Talvez eu tenha decidido procurar conforto fora porque não estou encontrando muito aqui em casa.

Namjoon levantou-se com raiva e derrubou a cadeira.

— Pare! Pare de tentar me agredir, Seokjin! Nem parece você, com esse prazer em magoar os outros!

Não parecia mesmo. Era engraçado como a natureza das pessoas podia mudar de um dia para o outro. Sempre fora um ômega gentil e doce, mas agora sentia um impulso incontrolável de ferir! Nem mesmo se importava com a preocupação dos pais ou de sua sogra naquele momento.

— Então vá fazer os telefonemas — Seokjin falou, olhando para a xícara que tinha nas mãos. — Assim não precisa ouvir mais nada.

Namjoon encarou-o, pronto para reagir à provocação, mas sacudiu a cabeça e saiu da cozinha. Ao escutar a porta do escritório ser fechada com violência, Seokjin deu um sorriso.


🥀

Despedaçados | NamjinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora