"Só tem uma cama."
"Não estou cego."
No passado Mabel sofreu um acidente de carro com seu namorado, e acabou sofrendo um aborto espontâneo por conta disso, e seu namorado não resiste aos ferimentos e acaba falecendo também. Agora com vinte e quatro...
Essa é a terceira vez que acordo na cama de Vincent, qual é a porra do meu problema? Por falar no diabo, o loiro está deitado ao meu lado, de costas para mim; o que me proporciona uma bela vista de sua tatuagem no centro de suas costas.
Quantas tatuagens será que ele tem? Bom, aparentemente são várias, Hacker usa o seu corpo como se fosse um quadro de pintar, mas não estou reclamando, as tatuagens combinam com ele.
Olho para o relógio ao lado da cabeceira e ele marca oito e meia da manhã.
Ainda é cedo, ontem eu e Vinnie fomos dormir pela madrugada, logo depois de eu montar o cara, nossa, isso foi bom. Mas por incrível que pareça, não estou cansada. Mas meus pulsos estão machucados, merda, vou ter que usar alguma pomada de cicatrização.
Levanto silenciosamente da cama e ando pelo quarto em busca das minhas roupas, eu vou dar o fora daqui antes que esse loiro abusado acorde. Visto rapidamente minha calcinha e o vestido que estavam espalhados pelo quarto, junto com os meus sapatos. Pego eles, mas não os calço, caminho até a porta do quarto de Vinnie e a abro, mas antes, olhei uma última vez para ele.
Ainda está na mesma posição, ele não se mexeu, será que está morto? Bom, se estiver, será menos uma pedra no meu sapato.
Saio do quarto e fecho a porta devagar, ando pelo grande corredor, mas paro subitamente quando vejo Bryce vindo em minha direção contrária, ele está mexendo no celular, ainda não me viu, acho que veio pelas escadas, ou saiu de algum cômodo desse andar; demorou cerca de alguns segundos para ele perceber minha presença. Então o moreno para de andar também, ficando somente a poucos metros de mim.
- Oi, Bryce. - Falo um pouco sem jeito, eu queria falar com ele em algum momento, perguntar o por que de ele não querer falar comigo quando voltei da viagem com Vinnie, Bryce nem se quer se despediu de mim quando voltei para casa depois que Vinnie fez aquele maldito comentário desnecessário.
- Oi, Mabel. - A voz do moreno sai mais baixa que o necessário.
Mabel, ele me chamou pelo meu nome, não pelo apelido que ele deu a mim.
Algo dentro de mim entristeceu, mas por que?
- Desistiu do suicida? - Tentei forçar um sorriso, mas Bryce não me respondeu, apenas me fitou com os olhos mais intensamente. - O que eu te fiz? - Perguntei, preciso resolver isso.
- A mim? - Ele perguntou. - Nada, mas a você, sim.
Franzi o cenho.
- O que quer dizer?
- Que você está se metendo em uma furada, Mabel.
Meu sangue ferve.
- Se você está se referindo a Vincent, nós não temos nada. - Falo firmemente.
- Não é o que as marcas no seu pescoço insinuam. - O moreno cruza os braços.
De repente, sinto vergonha de mim mesma.
- Nós não temos nada. - Digo, isso foi mais para mim mesma do que para Bryce.
- Você precisa se afastar dele. - Bryce diz.
- Fiz um acordo com ele, Bryce, e eu costumo comprimir com a minha palavra. - Falo firme.
- Que se foda esse acordo, saia da merda da Itália, vai para algum lugar do outro lado da porra do mundo, mas fique longe de Vinnie! - Bryce exclama.
- Para que? Para ele ir atrás de mim e me matar? - Ergo as sobrancelhas.
- Se você fizesse isso, pode ter certeza, que Vinnie não iria encontrar você de jeito algum, eu não iria deixar.
- Você é amigo dele, porque iria agir pelas costas de um amigo?
- Porque conheço Vincent, ele tem suas qualidades, mas também tem seus terríveis defeitos. - O moreno falou. - E é por isso que eu quero que você se afaste, Vinnie vai acabar magoando você.
- Por que você se importa tanto? - Perguntei, e Bryce chegou mais perto de mim, parando a poucos centímetros, meu corpo ficou tenso.
- Porque eu me preocupo com você, Mabel. - O moreno levantou sua mão direita e acariciou minha bochecha. - Você tem uma vida inteira pela frente, tem um emprego decente, por que estragar isso tudo se envolvendo com Vincent?
- Ele ameaçou minhas amigas, Bryce, eu não me importo se acontecer algo comigo, mas com elas, com elas não. - Digo firmemente.
- Eu sinto muito, você entrou nesse jogo quando dormiu com Vincent, princesa, não vai conseguir sair mais. - O polegar dele roçou de leve meu lábio inferior.
- Por que não se despediu de mim quando voltei para casa? - Perguntei mudando o assunto.
Bryce ficou quieto por um momento.
- Você é inteligente, vai descobrir a resposta. - O moreno beijou minha bochecha. - Até mais, suicida. - Um sorriso travesso apareceu em seus lábios, e então Bryce seguiu o seu caminho, até o fim do corredor, entrando em um cômodo; e eu segui o meu.
Acho que está tudo bem entre nós.
Continua...
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Desculpem o atraso, semana tá corrida para mim, mas toda segunda vou postar, ok? Amo vcs! Até o próximo capítulo, bjss
