"Só tem uma cama."
"Não estou cego."
No passado Mabel sofreu um acidente de carro com seu namorado, e acabou sofrendo um aborto espontâneo por conta disso, e seu namorado não resiste aos ferimentos e acaba falecendo também. Agora com vinte e quatro...
Quando eu tinha treze anos minha mãe descobriu um câncer no seio esquerdo, lembro de chorar bastante quando ela me contou isso; depois disso eu vivia com medo dela morrer porque nós não tínhamos dinheiro para pagar o tratamento.
No meu aniversário de dezoito anos eu acordei e desci para tomar café como todos os dias, a diferença era que eu esperava uma surpresa por conta do meu aniversário como todos os anos, mas eu estava enganada, no lugar da surpresa tinha apenas uma carta amarelada em cima da mesa, mamãe havia ido embora.
Mas agora ela estava à minha frente, parecia ainda tão jovem, seus cabelos que antes eram castanhos escuros iguais aos meus, agora estavam em algum tom de cobre, seu rosto parecia mais preenchido, antes sua face era magra por conta da doença; mamãe parecia tão viva quanto antes.
- Será que não podem abrir uma exceção? - Minha voz saiu embargada, eu estava prestes a chorar. Minha mãe deve ter me reconhecido nessa hora, porque seus olhos se arregalaram. - Preciso mesmo abrir essa conta. - Tiro os óculos escuros que estava usando.
Minha mãe parece ficar paralisada por uns instantes.
- Me acompanhe até minha sala, por favor. - Kerrie diz e logo começa a andar, cubro o rosto um pouco com a peruca e sigo a mesma.
Atravessamos o hall e seguimos por um corredor até chegarmos a uma porta, Kerrie abre a mesma e logo entramos em um escritório espaçoso.
Ficamos ali por longos instantes nos encarando.
- Não vai dizer nada? - Pergunto, minha voz estava chorosa.
- Me desculpe. - Kerrie diz e logo me puxa para um abraço apertado. - Eu não queria ir embora.
Me permito abraçá-la e logo começo a chorar.
- Eu senti tanto a sua falta. - Falo aos prantos, era real, minha mãe estava viva e bem, mas se ela está viva e bem, então por quê foi embora? Solto minha mãe bruscamente. - Por que foi embora? Ainda está com câncer?
- Foi o seu pai. - Ela diz.
Sempre tem que ser ele, velho maldito.
- O que ele tem a ver com isso? - Pergunto limpando as lágrimas.
- Mesmo depois da nossa separação sempre mantivemos contato, e eu cometi o erro de contar à ele que estava com câncer. - Ela diz.
- Você sempre teve contato com ele? Então por quê infernos ele nunca nos ajudou? - Pergunto imaginando como a nossa vida seria diferente se tivéssemos ajuda dele.
- Porquê eu não queria, Mabel. - Mamãe diz. - Mas com a descoberta do câncer eu precisei da ajuda dele, ele falou que iria ajudar, mas nós tínhamos que nos mudar para cá e viver com ele. E a minha decisão de não querer envolver você nisso ainda é firme, mas seu pai não gostou.
- E por acaso ele tem que gostar de algo? - Digo irritada, como eu odeio o meu pai.
- Ele colocou uma condição, pagaria meu tratamento e não me obrigaria a trazer você para Espanha, mas eu teria que ficar com ele, e deixar você. - Kerrie diz chorando. - Me desculpe filha, não tive escolhas, eu iria morrer.
- Você poderia ter falado comigo, eu entenderia. - Digo receosa.
- Eu nunca conseguiria dizer olhando nos seus olhos que iria te deixar. - Mamãe diz e me abraça de novo.
- Eu senti tanto a sua falta. - Repito novamente.
Minha mãe me solta e olha para mim.
- Esperei que você completasse dezoito anos para mim poder ir, e quando o tratamento acabasse eu iria arrumar um jeito de sair desse país odioso; mas até agora não consegui. - Ela diz. - Seu irmão irritou o seu pai quando resolveu trabalhar com o rival dele, e agora Edgar está de olho em mim, está achando que eu tenho algo a ver com isso.
- Como Aron conseguiu sair daqui? - Pergunto confusa. - E como ele me achou?
Minha mãe sorri.
- Mesmo longe, não deixei me preocupar com você. - Ela acaricia meu rosto. - Quando soube que entrou para o FBI, pedi à Aron para se mudar para a Itália e ficar de olho em você.
Sorri fraco.
- O que faz aqui nesse banco, mãe? - Franzo o cenho.
- Sou gerente daqui. - Ela diz.
- Como se tornou gerente daqui? - Pergunto intrigada, isso não é nada bom.
- Uma grande parte da fortuna de Edgar fica aqui em um dos cofres, e eu cuido disso. - Minha mãe diz.
Santo Cristo, eu não sabia disso, mas tenho a total certeza que Vincent está ciente disso, filha da puta. Se Vinnie roubar esse banco ele vai estar travando uma guerra com o meu pai, será que aquele loiro burro não pensa nas consequências?
Continua...
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Voltei cedo amores, amaram? Vi mtas pessoas aqui nos comentários perguntando se a mãe da Mabel já tinha aparecido, não gente, ela só apareceu agr Vi tbm vcs falando q o plot dá fic tá mto boa kjkkjkkkkk isso me dxa contente Oq vcs acham de tudo q está acontecendo hein? Até o próximo capítulo, bjss
