Contatos Extraterrestres 👽

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Brenda e Charles tinham finalmente conseguido comprar uma fazenda no interior do Arizona, com o dinheiro que Charles levara dois anos para juntar. Lá, eles pretendiam começar uma nova vida e criar seus futuros filhos longe do caos da cidade grande.

Toda manhã, Charles ia até o pasto ordenhar as vacas e Brenda ia até o galinheiro pegar ovos. O homem também cuidava das plantações que tinham ali.

Durante a noite, as únicas fontes de iluminação no lugar eram provenientes da Lua ou dos vaga-lumes que pairavam sobre o campo.

Os dois já queriam ter filhos há um bom tempo, porém não conseguiam. Já haviam consultado diversos médicos especializados na área e, mesmo assim, nada da moça engravidar.

Ás vezes, nas sextas-feiras ou sábados, Charles ficava no bar até mais tarde com seus amigos. A mulher não aprovava muito aquele comportamento, mas tolerava.

Foi numa dessas noites que Brenda acabou indo dormir mais cedo do que de costume, enquanto o marido não voltava do bar. Deitada na cama, olhando para o teto do quarto, ela começou a devanear sobre seu sonho de ser mãe e não demorou a pegar no sono. Foi então que algo muito estranho aconteceu.

Uma luz tênue e amarelada invadiu o quarto. Ela não soube identificar da onde a luz vinha. A televisão começou a piscar, mesmo sem ninguém ter nem encostado nela. O celular de Brenda começou a emitir chiados estranhos. O lençol da cama começou a se dobrar sozinho, como que puxado por mãos invisíveis.

Brenda começou a ter a estranha sensação de que algo a sugava, forçando-a a ficar em pé. O mais inexplicável era que, embora não estivesse mais deitada, ela não precisava fazer esforço algum para se sustentar sobre suas pernas. Era como se ela levitasse pelo quarto.

- Devo estar sonhando... - ela pensou consigo mesma, enquanto seu corpo parecia passar pelo corredor da casa, com os pés raspando de leve no chão.

Pouco depois, Brenda sentiu a brisa noturna soprar sobre seu rosto inconsciente. Havia chegado ao exterior da casa. Todos os seus músculos estavam totalmente relaxados e inertes. Seus cabelos esvoaçavam naquela luz não identificada.

Ao tentar abrir suas pesadas pálpebras, a moça achou que ficaria cega. Um clarão de proporções inacreditáveis provinha do céu. Era como se o Sol brilhasse a todo vapor em plena madrugada. Em meio aquela tontura, ela pensou discernir a silhueta de um gigantesco círculo no céu da noite.

- Que sonho mais maluco... - ela pensou, ainda dormente, começando a se incomodar com o que sentia.

Agora, seu corpo já não pairava mais. Subia verticalmente. Quanto mais subia, mais forte o clarão misterioso se tornava e menos a adormecida sentia o vento ou o frio da noite. Foi aí que Brenda apagou de vez.

Daquele momento em diante, só o que ela viu foram flashes. Não soube identificar se havia mais alguém ali com ela, seja lá onde ela estava. Mas teve a desconfortável sensação de que uma máquina estava conectada ao seu corpo. Ela pôde sentir dores nas partes íntimas e uma estranha presença em seu ventre.

Brenda só voltou a pensar com clareza quando despertou, cansada e confusa, em sua cama. A luz do Sol já brilhava pela janela. Seu marido se barbeava no banheiro, sem camisa. Ela tinha a sensação de ter dormido por dias.

- Querido? - ela perguntou, sentindo falta de ver algo normal em sua frente.
- Bom dia, amor! - Charles respondeu do banheiro. - Dormiu bem?
- É... mais ou menos. - ela respondeu, com a voz ainda um pouco pastosa. - Tive uns sonhos muito estranhos. Me sinto meio cansada até.

Charles deu uma risadinha e se vestiu para ir trabalhar. Aos poucos, sua esposa foi superando aquela noite esquisita e retomou sua rotina.

Conforme os meses se passaram, porém, Brenda começou a sentir coisas que antes não sentia. Passou a ter náusea frequente, indisposição e dores agudas em seu abdômen, como se fossem pequenos chutes em sua barriga. Quando relatou esse mal-estar para seu marido, os dois decidiram ir a um médico para que fosse averiguado o motivo daquilo.

Depois de alguns exames feitos, os dois aguardavam na sala de espera do hospital quando o doutor apareceu, com um sorriso no rosto, dizendo:
- Senhora Brenda Harris, gostaria de anunciar que a senhora está grávida!

O casal não se conteve de emoção. Finalmente haviam conseguido engravidar, coisa que queriam há tanto tempo. Foi uma época muito alegre para os dois. Parentes e amigos entravam em contato dando parabéns aos dois a todo o momento.

Passados nove meses, Brenda estava assistindo TV com seu marido quando começou a sentir dores insuportáveis. Era a hora do parto.

Em uma correria doida, Charles a colocou em sua caminhonete e acelerou rumo ao hospital, num misto de emoção e nervosismo.

Os médicos e enfermeiros rapidamente colocaram Brenda em uma maca e a levaram para um quarto vago onde iniciaram o trabalho de parto. Charles aguardou na sala de espera, roendo as unhas, pois não gostava de ver sangue.

Minutos depois, uma enfermeira veio falar com Charles, porém ela tinha um semblante um tanto preocupado.
- Senhor Harris, já concluímos o parto...
- Sério? - perguntou ele, radiante. - Então eu sou pai?!
- Senhor... - ela começou, não muito animada. - Gostaria que o senhor me acompanhasse até o quarto, por gentileza.

Sem entender, Charles foi com a enfermeira até onde sua esposa estava. Ao chegar lá, notou que todos os médicos presentes pareciam boquiabertos e mudos.

No colo de Brenda estava o filho recém-nascido dela, com um crânio enorme e oval, pele acinzentada e dois grandes olhos completamente pretos. Com seus dedos surpreendentemente compridos, ele tocava o dedo indicador da mãe.

    
                        BONS PESADELOS

Contos de Terror e MonstrosWhere stories live. Discover now