Capítulo 8

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Pov: Danielle

Era segunda feira outra vez, e agradeci mentalmente quando acordei no conforto da cama de Stefania, alguns raios solares invadindo o quarto pela fresta da janela, após uma noite inteira de sexo, meu corpo estava dolorido e coberto de marcas, a italiana marcou cada cantinho, o jeito que ela deslizou sua língua em minha pele ainda estava presente na minha mente, estiquei meu braço para procurar por Stefania e senti um vazio ao meu lado, resmunguei, sentando em posição de índio enquanto tentava despertar, passei as mãos meus cabelos e soltei os lençóis, pensando em algum motivo para ela não falar comigo antes de ir trabalhar, ou não ter me esperado, porque a cafeteria ficava no caminho do prédio da escola, virei meu corpo para procurar pelo meu celular e soltei um gemido quando senti um tapa em minha bunda, a morena estava parada ao lado da cama, tentando pentear seus cabelos, não consegui esconder minha surpresa, pressionando meus lábios quando voltei a ficar sentada, sorrindo sem graça por cada pensamento na minha cabeça.

- Parece que você viu um fantasma.

- Cale a boca, achei que você tinha ido trabalhar sem falar comigo.

- Só fui tomar banho, Danielle, eu não tinha forças para levantar da cama.

- Você deveria deitar comigo, nós temos alguns minutos.

- Nem pensar, pode ir tirando esse sorriso da cara.

- Nossa, Stefania, assim eu fico magoada.

- Você não vai trabalhar?

Arregalei meus olhos, gemendo frustrada e afundando meu rosto no travesseiro, não estava com uma sensação boa sobre meu dia no trabalho, mas era apenas a frustração de precisar levantar daquela cama tão confortável, e ficar longe do cheiro de Stefania. Trocamos alguns beijos rápidos e corri para o banheiro enquanto a italiana passava nosso café, montando um café da manhã com torradas com ovos, café, leite e salada de frutas, era uma de suas especialidades.

*

Entrei na cafeteria, respirando fundo quando a mesma sensação voltou, abri alguns botões da minha blusa e tentei ignorar outra vez, vestindo meu avental enquanto minha mãe aproximava do balcão, levantei meu olhar, ela estava impaciente, peguei meu bloco de notas e a caneta, curvando sobre o balcão.

- Você está bem? - Perguntei baixo, não queria preocupar os outros funcionários, ela encarava a porta, sem esboçar reações que eu pudesse pensar em alguma coisa.

- Danielle, seu pai está aqui.

- Meu pai? - Acho que falei alto demais, porque Jay parou alguns segundos antes de entrar na cozinha para preparar algum pedido, suspirei, sentindo minha cabeça começar a doer, meu pai foi embora antes que eu pudesse entender o que eu tinha quando adolescente, ele era um dos que me chamavam de louca, e também quem quase obrigou minha mãe a me levar para um hospício, por tudo que eu contava, para ele, eram histórias sem cabimento algum e coisas da minha cabeça, engoli minha saliva, largando os objetos no balcão, aquilo não deveria estar acontecendo. Meu pai entrou na cafeteria acompanhado de uma mulher, e eu pressionei meus lábios, sentindo meu coração bater mais rápido dentro do peito.

Pelo estado que eu me encontrava no chão daquela cafeteria, chegando a ser vergonhoso o tanto de olhares em minha direção, o encontro com meu pai não tinha sido agradável, não lembrava de nada, mas ele não estava mais no local, e Jay estava abanando meu corpo com uma bandeja, passei a mão por meu rosto, tirando alguns cabelos que estavam grudados em minha boca, não era a primeira vez que eu desmaiava no meio de tantas pessoas e não seria a última, pedi para minha mãe pegar meu celular entro da bolsa atrás do balcão, entrei no chat da minha melhor amiga.

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