Capítulo 12

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Quando me olha, congelo.

Quando me toca, meu corpo entra em erupção.

Quando sorri para mim, empalideço.

Quando me beija, sinto meu corpo ser envolvido por todas as cores do mundo.

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Maria não mostrou nenhuma resistência ao pedido de Estêvão. No início, até quis torturá-lo um pouco, mas ele não merecia, já havia castigado-o demais aquele dia.

Percebeu que havia tomado a decisão certa quando a resposta à sua resposta foi um sorriso que incendiou sua alma, um sorriso que não estava apenas em seus lábios, mas em seus olhos, no calor de sua mão.

Havia perdido as contas das vezes que o sorriso de Estêvão causara agitos em sua barriga. Uma, duas, três vezes. Até aí conseguiu manter sua contagem, mas tantas foram as vezes que aquele sorriso lhe tirou o fôlego, que parecia insensato continuar enumerando.

E então chegou o grande dia, sexta-feira.

Maria fez toda a questão de se manter afastada de Estêvão durante todo o dia, somente para deixá-lo ansioso. Embora não dissesse isso em alto e bom som, ela também se sentiu nesse mesmo estado grande parte do dia, mas teve êxito em sua missão.

Ao chegar em casa após o fim do expediente, trocou meia dúzia de palavras com Sabrina e Elisa e foi direto ao quarto, ignorando as perguntas das duas.

Vez ou outra, enquanto se arrumava, percebia que sorria, um sorriso bobo que vinha como um extra na vestimenta que escolhera para abrilhantar ainda mais sua beleza.

Quando se recordava do convite, seu coração saltava de expectativa.

Logo se lembrou das palavras de Carol. Todas as sensações que Estêvão lhe causara teria nome? Seria amor o nome daqueles estranhos e agradáveis sentimentos?

Não, não, era coisa da cabeça de Carol. Era certo que ela tinha mais experiência e mais vivência, mas Maria sabia exatamente como lidar com seus sentimentos e, certamente, o que sentia por Estêvão não era nada demais, era só um carinho de amigos, que trazia consigo algumas vantagens, mas nada além disso.

— Nossa, como você está linda! – Sabrina, vendo a porta do quarto entreaberta, entrou, e olhou a enteada através do espelho.

— Você me assustou, Sabrina – se virou para ela, rindo, e espantando aqueles pensamentos.

— Vai sair? – se sentou sobre a cama, vendo-a terminar os últimos detalhes da sua arrumação.

— Uhum – disse ela, mantendo sua atenção nos objetos dentro da sua bolsa – vou jantar com uma amiga.

— Você está arrumada demais para jantar com uma amiga – semicerrou os olhos desconfiada. – Tem certeza que é mesmo com uma amiga?

Maria a fitou como se perguntasse "uma hora dessas, Sabrina?" mas não disse nada, e continuou colocando coisas na bolsa.

— Sabe o que eu estava pensando?

— Hum?

— Agora que o Danilo está de volta, e aqui – acrescentou com ênfase – pensei que vocês pudessem, sei lá, se aproximar um pouco mais – ela mexia a mão no ar, falando com certa malemolência.

Maria não conseguiu permanecer séria.

— Sabrina – bem humorada, ela se juntou à madrasta – quantas vezes eu vou ter que dizer que o Dani e eu somos só amigos?

Sintomas de AmorWhere stories live. Discover now