"Não te amo com os olhos que te percebem mil defeitos, mas com o coração que apesar do que vê adora se apaixonar!”
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Quando Maria disse que ela escolheria onde passariam a noite, Estêvão ficou confuso. Não pensou que fosse tão ousada a ponto de irem à sua própria casa, estão descartou logo essa possibilidade.
A única opção lógica seria um motel. Contudo, ao longo do caminho passaram por alguns, mas em nenhum ela pediu que parasse. Passou pela sua cabeça que era teria um preferido, e isso o deixou desconfortável. O fato de Maria ter um motel favorito o deixou enciumado.
Quanto mais ele perguntava onde iam, mais Maria ria. Ele teria adorado ainda mais aquele clima se não estivesse com vontade de estrangulá-la.
De repente achou que ela queria que repetissem a primeira noite de amor que tiveram, mas a ideia repentina se foi da mesma maneira que chegou.
Estêvão encarou Maria com um semblante desconfiado quando ela pediu que parasse frente à portaria de um condomínio que nunca estivera antes.
O porteiro liberou a passagem, e ele ainda a olhava com aquela cara intrigada, e claro, Maria adorando todo aquele clima de suspense.
— Seja muito bem vindo à minha nova casa – exultante, ela entrou no apartamento rodopiando, com os braços abertos.
Estêvão pasmou. Não falou nada durante um bom tempo. Estava surpreso, não esperava por aquilo, nem mesmo em sonho.
— Casa nova? – perguntou rindo. – Por que não me disse que tinha saído da casa dos seus pais? – fechou a porta atrás de si e se juntou a ela no meio da sala.
— Porque era surpresa, ora – deu de ombros. – Na verdade ainda não vim para cá de vez. Quando você me surpreendeu com a serenata, estava fazendo minhas últimas malas. E então, gostou? – mordeu o lábio inferior, ansiosa por seu parecer.
— É lindo! – afirmou , olhando em volta. – E bem maior que o meu – comentou rindo. – Conseguiu me superar, hein.
— Isso não era uma disputa – cutucou o nariz dele com o indicador. – E é claro – uniu seus corpos, segurando as mãos dele na altura da cintura – que as portas sempre estarão abertas para você – ficou na ponta dos pés e deixou um selinho nos lábios dele.
— É muito bom saber disso – se inclinou para baixo para devolver o selinho.
— Tem um cômodo especial que quero que conheça.
Maria o puxou pelo braço para o interior do apartamento. Estava mesmo ansiosa, como se fosse uma criança que acabara de ganhar uma bicicleta de natal e queria mostrar a todos o quanto estava feliz pelo presente.
— Esse quarto é quase do tamanho do meu apartamento – brincando, ele disse.
Maria riu do comentário bem humorado.
— Acredita que pensei em nós dois quando escolhi esse apartamento?
Sua voz rouca e seu olhar oblíquo fez o clima de brincadeira mudar por completo, transformando-se em algo extremamente quente. Parecia que o quarto gigantesco tinha se tornado um cubículo.
— Se você queria me deixar emocionado, minha senhora – ele viu a pele dela se arrepiar ao som de sua voz sussurrada e de sua respiração quente perto do ouvido – quero dizer que conseguiu.
Ela o olhou com um sorriso lindo. O beijo veio a seguir.
Apenas um beijo os separava, e então esse contratempo foi resolvido num instante. Lentamente ele os uniu com um beijo tão suave e tão sutil quando um suspiro.
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Sintomas de Amor
RomanceMaria levava a vida no modo automático, e isso não parecia incomodá-la, e por que incomodaria, já que vivia, a seu modo, um conto de fadas? Porém seu "felizes para sempre" chega ao fim. Num minuto Maria tem a vida perfeita, e no outro vê seu casame...