Capítulo 38

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"Da minha decepção só nasce dureza

Do meu amor só nasce tristeza

Não sei o que quero

Mas sei o que não posso ter...”

****

Maria só conseguiu respirar tranquilamente quando ouviu o diagnóstico dado por seu médico.

Em sua cabeça tantos exames e tanta demora só podia significar uma coisa: esterilidade, ou qualquer outra doença que dificultasse uma gravidez, mas para sua sorte, o oposto foi dito.

As palavras do médico a acalmaram, um peso gigantesco fora tirado de sobre seus ombros e agora podia seguir tentando, mas dessa vez com a certeza que em seu corpo tudo estava em ordem.

...

Logo que deu a notícia ao marido eles festejaram, e não só no sentido figurado, mas trataram de organizar uma festa a dois, que envolvesse muita paixão e pouca roupa.

Naquela noite Estêvão e Maria se amaram como nunca antes.

Ela estava mais leve, sem preocupações, então não havia nada que a impedisse de, naquela noite, ser apenas uma mulher, e foi o que aconteceu.

Na manhã seguinte ainda havia trocas de olhares maliciosos da parte dos dois, mas ela não deixou de salientar que ele também deveria procurar um médico para espantar qualquer sombra de dúvidas sobre eles. E foi o que ele fez.

Estêvão procurou um especialista e contou tudo que vinha acontecendo (com o rosto em chamas, já que jamais se colocara numa posição daquelas).

O médico o ouviu de forma atenta e então os exames. Dias após a realização, ele voltou à clínica, dessa vez não com vergonha, mas com certo receio. E se o fato de, até agora, Maria não ter engravidado for culpa dele? E se ele fosse um infértil?

Estêvão estava em curto. Dissera inúmeras vezes à esposa que tivesse calma e agora só o que precisava era que ela estivesse ao seu lado segurando sua mão devolvendo as palavras de consolo, mas ao invés disso tinha o amigo Alex caçoando dele.

Contudo para o seu alívio as palavras que vieram a seguir não foram só boas, foram ótimas. Tal qual Maria, sua saúde era de ferro, e se continuassem ativos, certamente não demoraria muito e logo teriam um bebê nos braços.

...

As palavras que o médico dissera foi: Se continuassem ativos, certamente não demoraria muito e logo teriam um bebê nos braços.

Maria se animou, mas seu ânimo não durou muito.

Seu ânimo ia embora cada vez que ia ao banheiro e se dava conta que mais uma vez estava naqueles dias.

Seu ânimo ia embora cada vez que andava na rua e via uma mulher exibindo aquele lindo barrigão para quem quisesse ver.

Tentava de todas as formas permanecer intacta, confiante, mas parecia que tudo à sua volta queria o contrário, como ficar inabalável desse jeito?

Embora houvesse uma tristeza bem nítida no fundo dos seus olhos, nunca deixava de sorrir, afinal, tinha mais motivos para agradecer do que para reclamar, e no tempo certo sua alegria estaria completa, era nisso que ela acreditava, esse virara seu mantra, no tempo certo.

— Pai, Sabrina? – os chamou a certa altura logo que entrou e não viu ninguém.

Já haviam algumas semanas que não via os pais, aliás, não visitava sua antiga casa, já que Vicente, ela via todos os dias. Então resolveu que precisava voltar às origens antes que Sabrina aparecesse no seu apartamento lhe dando uma boa bronca. Helena havia ido com ela.

Sintomas de AmorOù les histoires vivent. Découvrez maintenant