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Madrugada de sexta pra sábado, 01:28...

Priscila!

- Que é?- coloquei as mãos na cintura, arqueando a sobrancelha após ver que ele secava descaradamente o meu corpo.

- O Novinho me ligou e pediu pra passar aqui, pegar a carteira dele que ficou no quarto da tua irmã- cruzou os braços, arrumando a bandoleira.

- Menino do caralho, só não esquece a cabeça pq tá grudada- murmurei, saindo da cozinha- espera aqui que eu vou buscar- avisei.

Ele me ignorou, sentando no sofá.

Subi a procura da carteira, rodei o quarto inteiro e não achei.

- Bora, porra. Tenho o dia todo pra ti não!- ele gritou do andar de baixo.

- Mimimi- reclamei baixo, procurando a bendita carteira.

Após olhar em cima de tudo e dentro do banheiro do quarto, me abaixei pra ver se estava embaixo da cama.

- Ele ligou aqui já, tava na bolsa da tua irmã- ouvi a voz grossa dele atrás de mim, oq me fez dar um pulo de susto- tu tava uma delícia nessa posição- sorriu maldoso.

Oxe, que intimidade é essa que eu não te dei?

- Vaza daqui, sai- o empurrei, na intenção de o tirar da minha casa.

Foi sem sucesso, já que ele era bem maior e mais forte que eu.

- Vai fazer a boa moça mermo?- passou a palma da mão sob a própria boca.

Arqueei a sobrancelha, o olhando.

- Tá achando que eu sou as puta que tu come, é? Se toca! Sai da minha casa- apontei pra porta do quarto, e ele riu.

- Eu só não vou te dar uns coladão e perdoar por tá me expulsando, por causa do teu pai que é meu padrinho no crime e na vida. Maior respeito pelo finado Cabeça!- se aproximou, apertando meu maxilar- mas, me respeita! Que agora o patrão sou eu- sussurrou, me soltando em seguida.

- Babaca- murmurei- grande merda que você é o patrão!

- Fé pra tu, mina- riu de lado, saindo.

Fechei o quarto e desci também, ele já não estava mais em casa.

Agradeci aos céus e voltei pra cozinha, guardando meu brigadeiro na geladeira.

- Kaká, meu amor- abri a porta da sala, sorrindo pra ele.

- Fala tu- tirou o olho do celular, me olhando.

- Vai comprar lanche pra mim, por favor- sorri.

- Ih, essa hora?- olhou pro Rolex que estava no seu pulso.

- É dia de baile, a lanchonete da principal só fecha quando acaba o fluxo- falei, entregando uma nota 50 na mão dele- compra um pra você também e duas coca!

Ele assentiu, pegou a nota e montou na moto dele, saindo.

...

Na favela!Where stories live. Discover now