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Segunda, 20:03...

L7!

- Parabéns pra nós, irmão- fiz toque com o Novinho, sorrindo de felicidade.

- Muita felicidade pra gente, maninho- ele chorava de emoção- quem diria, né? Quem diria...- olhou pro morro lá embaixo.

Chegamos na quebrada por volta de 13:30, depois da reunião nós só tomou aquela ducha de lei e já meteu o pé pra cá. Várias parada pra resolver.

Uma tiazinha lá da comunidade que arrumou nossas coisas e eu mandei buscar.

Passamos a tarde averiguando a contabilidade da favela, e tá uma merda! Faturamento baixo, nem baile de favela os cara não tão fazendo pra levantar uma grana, pagode, nada!

Numeração de funcionário da boca também tá baixinha, tamo com poucos vapor e menos ainda de armamento.

Dispensa de droga também tá vazia.

Mas tá suave, essas coisas são o de menos. Rapidinho nós triplica tudo!

- Eu vou lá buscar a Fernanda- fungou, levantando.

- Manda um beijo pra maluca- sorri fraco, ainda sentado lá no chão, olhando pra nossa favela.

- Aí, manda tu mermo- riu.

- Não tenho o número dela não, manda aí pra mim- peguei o celular, esperando que ele enviasse.

- Firmeza, já vou encaminhar aqui- encostou na árvore, pegando o celular.

- Aí, aproveita que tu já vai tá lá pela quebrada e traz o Caio? Na humildade, tem como?- o olhei, desviando a atenção do morro- se não tiver tá suave, eu mermo busco- dei de ombros.

Ele me olhou, pensou um pouco e sorriu.

- Relaxa aí, eu trago- balançou o celular no ar- tô me saindo, já já encosto de novo!- foi descendo.

Dei risada, ligando no número que ele me mandou.

No terceiro toque ela atendeu.

- Que é? Tem pão velho, não!- já atendeu resmungando.

- Larga de mal humor, garota- balancei a cabeça.

- Ah, é você- riu- fiquei sabendo que a gerência ficou pra você e pro Novinho, né? Parabéns!

- Achei que teu pai ia dar pra outra pessoa, na moral- ri.

- Eu disse que ele não é injusto, você merecia a gerência e o Novinho também! Não tinha como ele entregar pra outra pessoa- estalou a língua- ligou pq, em?

- Por nada- cocei a nuca.

- E ligou só pra ouvir minha voz bonita, foi?- riu.

- E tu? Atendeu só pra ouvir minha voz grossa?- zombei.

Ela gargalhou.

- Ó, vou desligar aqui que eu tenho mais oq fazer- resmungou.

- Humrum, firmeza- balancei a cabeça como se ela pudesse ver e ela logo desligou.

Me levantei e desci alí do caminho de barro, começando a pegar a calçada em direção a boca.

- É L7, né?- uma novinha brotou, começando a caminhar do meu lado.

Arqueei minha sobrancelha e encarei ela.

- Te conheço?- a olhei de cima a baixo.

Era até gostosinha.

- Não, mas pode conhecer quando quiser- sorriu, passando a mão no meu braço.

- Tô firmão- balancei a cabeça, me afastando.

- Você é novo aqui, né? Nunca te vi pela comunidade- deslizou a mão pelas minhas costas.

Revirei os olhos e montei na minha moto, dirigindo em direção meu barraco.

Não tinha garagem, então estacionei a moto lá na frente mesmo e já fui entrando.

Casa era pequena mas era aconchegante! Não tinha quintal, só 2 quartinho, sala, cozinha e banheiro.

Luiz ajeitou uma casinha parecida com essa pra ele também.

Eram pequenas mas eram só por hoje, já combinamos de dar uma fugida da boca amanhã pra olhar umas casas.

Hoje não deu tempo!

Tomei um banho rápido e fui pra cozinha comer alguma coisa, mas os armários e a geladeira estavam vazios.

Revirei os olhos, lembrando que eu não tinha ido no mercado e peguei as chaves da moto e de casa.
...

Na favela!Where stories live. Discover now