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Domingo, 13:57...

L7!

- Eu vou subir na velocidade, marca um 10 aí!- avisei, já caminhando na direção das escadas- fica a vontade, qualquer coisa sobe lá!

- Tá bom- virei pra trás, observando ela sentar no sofá e voltei a subir as escadas.

Entrei no quarto de hóspedes e tomei um banho rápido, saindo do chuveiro alguns minutos depois.

Vesti uma bermuda de tecido preta e uma camisa azul clara da lacoste, no pé coloquei minha havaianas branca e no pescoço uma correntinha fina de ouro.

A única que eu ainda tinha, já que as outras tive que vender a preço de banana alguns dias atrás.

Ajeitei o relógio no pulso e espirrei perfume no corpo, dando uma ajeitada no cabelo antes de pegar a carteira e sair do quarto.

- Aí, bora encostar na praia? Tô precisando tirar um tempo desse morro- murmurei, descendo as escadas.

Ela me olhou, dando um sorriso assim que pousou o olhar em mim.

- Vamos sim, só preciso passar em casa pra colocar um biquíni rapidinho. Você me deixa lá?- levantou, ajeitando o short no corpo.

- Claro po, bora lá- coloquei meu celular no bolso e peguei a chave da moto, já me saindo em direção a monstra.

Meu carro eu vendi ontem, ele não tinha documento e era roubado, então só consegui 7k nele, apesar de ser um puta carrão do caralho.

Estacionei na frente da casa da Priscila e ela logo pulou da garupa, me entregando o capacete.

- Quer entrar? Eu não vou demorar- avisou.

- Não po, vai lá- balancei a cabeça, me encostando na moto pra esperar ela.

Alguns minutos depois que ela entrou, o Novinho saiu e veio na minha direção.

- Até que enfim desentocou- sorriu, fazendo toque comigo- só a Priscila mermo pra conseguir esse milagre!

- Fica na tua- revirei meus olhos- vou levar ela na praia, tirar um lazer, minha cabeça tá estourando, cuzão- balancei a cabeça.

- Tem quantos dias que tu não dorme, Lucas?- estreitou os olhos pra mim.

- Muitos! Toda vez que eu deito pra dormir, vem a imagem da Catarina na minha cabeça me lembrando de pagar ela, aí já me levanto logo e vou pra boca!- cocei a nuca.

- Quer uma moeda emprestada? Pra pagar uma parada pra morta de fome da Priscila- dei risada, negando.

- Ainda tô com o dinheiro do carro, fica suave! Valeu aí- sorri.

- E tu e ela? Vai rolar?- arqueei uma sobrancelha, encarando ele.

- Rolar oq, Luiz?- cruzei os braços.

- Namoro, po! Cês formam um casal bonitinho- sorriu.

Dei risada.

- Po, ela é mó mina firmeza, papo 10! Mas eu sou todo errado- neguei com a cabeça- última vez que nós se trombou, troquei mó ideia com ela. Falei da minha vida antes do tráfico, me abri com ela na humildade, coisa que eu nunca tinha feito com ninguém!- suspirei- ela me trás um sentimento muito bom, pique de paz, tá ligado? É mó bom- sorri fraco.

- Ala, tá de quatro pela branquela- riu- se ela der uma moral, tu assume? A Priscila não é mina que tu pega hoje e larga amanhã- olhei pro chão, pensando.

- Não assumo- balancei a cabeça- minha vida tá uma correria, Luiz. Tu acha que tenho tempo pra pensar em namoro? Tenho nada!- sorri torto.

Fiquei alí conversando com o Luiz até ouvir a voz da Priscila, oq me fez olhar por cima dos ombros do Novinho e encarar ela, que conversava com um vapor enquanto se aproximava da gente.
...

Na favela!Where stories live. Discover now