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Vou ficar uns dias sumida por aqui, então vou liberar alguns capítulos agora pq depois, não sei que dia volto! (Ficarei distante provavelmente entre 5 e 10 dias)

Segunda, 08:12...

L7!

Respirei fundo, estralando minhas costas enquanto olhava meu reflexo acabado diante do espelho.

Mais uma noite sem conseguir dormir, com várias fita na mente.

Passei a noite em claro, olhando pro teto!

Umas 4hr da matina a Priscila dormiu no meu peito, enquanto eu não consegui pregar o olho nem por um segundo, fiquei acariciando o cabelo da Priscila até uns 20 minutos atrás, quando deu minha hora de levantar.

- Que horas são?- observei pelo reflexo do espelho a Priscila bocejar, ainda deitada.

- Oito- espirrei um pouco de perfume no corpo, calçando a chinela- dorme mais um pouco, ainda tá cedo!

- Não posso, tenho que resolver algumas coisas- levantou, enrolando o próprio corpo no lençol da cama.

Passei a mão na boca, limpando a baba que já ameaçava escorrer e fui na direção dela, a puxando pra um beijo.

- Gostosa- murmurei, dando alguns selinhos nela.

- Adorei a noite- sussurrou.

Deslizei minha mão das costas pra bunda dela, deixando um tapa forte no local antes de tirar aquele lençol do corpo dela

- Já nem lembro mais como foi, precisamos fazer de novo pra eu lembrar- sorri.

- Deixa de ser safado- ela riu, caminhando na direção do banheiro.

Balancei minha cabeça, desviando o olhar daquela bunda e peguei minhas chaves.

- Aí, tô indo lá pra boca, firmeza?- encostei na porta do banheiro, observando ela jogar água em cima do próprio corpo.

- Tão cedo?- fez careta.

- Teu pai marcou uma reunião agora, pra anunciar quem vai ficar com o comando do Alemão- revirei os olhos- depois vou ficar direto pro plantão!

- Mataram o Marcondes?- abriu maior olhão, se ensaboando.

- Eu matei ele ontem, era ele quem tava comandando a invasão- expliquei.

- Então a gerência não deveria ficar com você?- me olhou sem entender.

- Sim, só que teu pai tá bolado pq eu tô saindo contigo- ri, balançando a cabeça.

- Ele vai dar pra você, meu pai não seria injusto- me olhou- vem cá, pra eu te dar um beijinho de boa sorte- sorriu, me chamando com a mão.

Me aproximei e me encostei no box, puxando ela pra um beijo calmo.

- Agora tô me sentindo até mais disposto- brinquei, me afastando antes que eu entrasse debaixo daquele chuveiro com ela.

- Boa sorte- acenou.

Sorri, me saindo de casa.

Passei na padaria pra tomar café antes de subir pra boca.

- Aí, último café como vapor, em- Novinho sorriu, se aproximando de mim.

- Será?- murmurei, dando uma mordida no meu mistinho.

- Certeza, irmão- balançou a cabeça, sentando ao meu lado na bancada da padaria.

- Sei não, em? Teu sogro pareceu bolado comigo ontem- ri.

- Nosso sogro- sorriu sacana- manda um mistinho e um café pra mim- acenou pra atendente.

- Aí, só espero que tua cunhada não fique colada na minha, sacou? Não tenho paciência pra mulher pegajosa- joguei o último pedaço do meu mistinho na boca, dando um gole no café em seguida.

- Quando tu ver que ela não é igual as putas aqui da favela, tu vai surtar- riu.

Cocei a cabeça, dando o último gole no meu café.

- Oi, meninos- ouvi a voz dela- trás um suco de laranja pra mim, por favor?- se escorou no balcão, olhando pra atendente.

- Eae, cunhadinha- Novinho sorriu, observando ela sentar ao lado dele.

- A Fernanda já tá acordada? Combinei de ir lá no asfalto com ela- pegou o copo de suco de cima do balcão, brincando com o canudo antes de dar um gole.

Guria nem olhou na minha cara, menó.

Fiquei intrigado, confesso.

- Aí, tá acordada sim- balançou a cabeça- tava tomando banho quando eu saí!

- Entendi- deu de ombros.

- Eu conheço essa blusa aí, em?- um sorriso divertido brotou no rosto do Novinho.

Me fiz de lesado, olhando a atendente trabalhar.

- Gostou? Eu achei jogada lá em casa- deu um sorriso debochado.

Encarei ela e arqueei uma sobrancelha.

- Oi, amores!- a Fernanda abraçou o Novinho por trás, sorrindo.

- Eae, amor- puxou ela, dando alguns selinhos.

Fiz careta.

Melação logo cedo?

- Quer?- a Priscila ofereceu o resto do suco pra irmã.

- Já tomei café em casa- ela negou.

- Eu também já tomei café lá na casa deles, só pedi esse suco pq vai ser na conta do Luiz- sorriu, recebendo um dedo do meio do Novinho.

- Aí, bora lá pra boca, né? Já já o Cabeça começa a reunião sem nois- Novinho tirou uma nota de 50 de dentro da carteira- cobra os mistinho e os café aqui, fazendo favor- entregou a nota pra atendente.

- Deixa que eu pago, carai- neguei com a cabeça, pegando a carteira.

- Aqui não deu nem 30 conto, deixa que eu pago! Aí no almoço, a gente sai pra comer por tua conta- piscou pra mim.

- Cobra meu suco aí também, não esquece- Priscila estendeu o copo vazio pra atendente.

O Luiz pegou o troco e acenou, caminhando com a Fernanda pra fora da padaria.
...

Na favela!Onde histórias criam vida. Descubra agora