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Meta de comentários: 5Quinta, 22:22...
Priscila!
- Problemática- Novinho riu de uma palhaçada da Fernanda.
- E meu primo, Nandinha? Vem quando?- Caio sorriu sapeca.
- Já tamo em treinamento já- Luiz gargalhou.
A Fernanda chutou areia nele.
Dei risada, virando pra olhar o L7, que fumava um baseado olhando pro mar com uma cara de abatido.
Depois de comer, viemos na praia sentir a brisa antes de voltarmos pro morro.
- Você tá bem?- juntei as sobrancelhas, o encarando
- A gente vai dar uma volta com o Caio, qualquer coisa liguem- Fernanda riu, puxando os meninos pro calçadão.
- Ei, eu tô falando com você- cutuquei o L7, que me olhou de sobrancelha arqueada.
- Colfoi?- jogou a fumaça pro ar, me olhando.
- Você tá com uma cara triste, aconteceu alguma coisa?- não contive minha curiosidade.
- Só pensando na vida- deu de ombros, desviando o olhar.
- Qual parte dela?- me aproximei, sentando ao seu lado.
- A parte em que tu fecha a boca- sorriu debochado.
Fiz careta.
- Vai, fala logo- insisti.
- Nada po, tô só pensando- riu- na minha vida antes do tráfico- suspirou.
- Eu pensei que você era do tráfico a vida toda- dei de ombros.
- Não- arqueou as sobrancelhas- entrei tem uns 5,6 anos!
- E você sempre sonhou ser traficante?- não contive a curiosidade.
- Ninguém sonha com trabalho, Priscila- deu um sorriso de lado- mas eu queria ser engenheiro, não queria seguir os passos do meu pai e entrar pro crime!- desabafou, levando o baseado de encontro com os lábios novamente.
- E pq entrou?- juntei as sobrancelhas, sem entender.
- Eu sempre fui atrás do meu corre, tá ligada? Desde menor nunca gostei de depender dos meus pais, até pq eu sabia que todo o dinheiro deles vinha do tráfico e odiava isso! Aí eu me virava pra conseguir o meu desde pivete, com papo de 8, 9 anos eu já vendia bala no sinal, vendia geladinho na praia, corria atrás mermo! Com 20 eu comecei a trampar em obra como pedreiro, aquela casa que nós entrou hoje, do WD, foi eu que construí, po! Mas aí eu conheci a mãe do Caio e ela engravidou logo no começo do relacionamento- estalou a língua- ela era mercenária, queria cada vez mais dinheiro, fazia chantagem falando que se eu não entrasse pro crime pra dar a vida que ela merecia, ela sumia com o meu moleque, po!- passou a palma da mão bruscamente sob o rosto, enxugando uma lágrima grossa que escorria na sua bochecha- era meu filho, Priscila! Como que eu ia deixar a mulher ir embora com ele? Tive que fazer oq ela pediu, larguei tudo e me joguei no tráfico pra trabalhar com o Cabeça e com o meu pai- sorriu de lado.
- Mas você ainda pode sair do crime, cursar sua faculdade de engenharia...- ele me cortou.
- Pra mim não tem mais jeito, Priscila- negou com a cabeça- minha cara já é pixada na pista, os comédia me conhece e me odeia! Pra mim sair do crime agora, é só sendo preso ou morto- riu.
Fiquei calada, observando o mar.
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