Quarta-feira, 19:21...
L7!
- Lucas, a gente precisa conversar- Priscila falou do outro lado da linha.
- Oq aconteceu? Tá serinha- sorri fraco, soprando a fumaça pra cima.
Me levantei do meio fio e comecei a descer a ladeira, indo na direção de casa.
- Tô te esperando, não demora- e desligou na minha cara.
Dei risada, entrando em casa.
Tomei um banho e fiquei bem cheirosinho pra minha branquela, passei aquele perfume que eu sei que é o preferido dela.
Coloquei uma bermuda de tecido preta, havaiana branca e uma camisa básica preta também. Ajeitei meus cordões de ouro, botei o rolex que a Priscila me deu no dia dos namorados no pulso e joguei um boné branco na cabeça.
Peguei minhas chaves, a carteira e fechei a casa, colocando meu capacete antes de subir na moto.
Não demorei pra estacionar na frente da casa do Cabeça, encontrando o mesmo na frente de casa de trelele com o vigia.
- Tem pão velho não, mete o pé- avisou assim que me viu.
- Ih, tô aqui é pra comer outra coisa- sorri cínico.
- Tá doido pra levar um tiro né, moleque?- sacou a pistola, apontando na minha direção.
Dei risada, passando por ele e batendo na porta, que logo foi aberta pela minha sogra.
- Entra, meu filho- Mariana sorriu, dando espaço- vou falar com o Cabeça e já entro, pode ficar a vontade!
- Cadê a encrenqueira?- dei risada, adentrando a casa.
- Ih moleque, sai fora da minha casa- Vinicius me olhou, todo largado no sofá.
- Cadê tua irmã, pivete?- fiz toque com ele.
- Tá lá em cima- coçou o saco.
- Segura esse piru, punheteiro- dei dedo pra ele, subindo as escadas.
- Fecha a porta- Priscila grunhiu da cama, assim que eu adentrei o quarto.
Suspirei, fechando a porta e me aproximando da cama onde ela estava deitada.
- Oq você tava fazendo na casa das primas?- levantou a cabeça, me encarando.
- Po, nem te conto- cocei minha nuca, sentando na ponta da cama- chega aqui- puxei ela pelo braço.
Ela suspirou, vindo deitar no meu colo.
- Estou esperando sua explicação, Lucas- me encarou.
Olhei nos olhos dela, que estavam vermelhos e marejados e suspirei.
- Não é oq você tá imaginando, amor- sussurrei, acariciando a bochecha dela.
- Então me fala, Lucas. Oq você estava fazendo lá? Por favor...- murmurou.
- Quem te contou?- tirei meu boné, jogando do outro lado da cama.
- Me mandaram foto Lucas, olha!- praticamente gritou, me mostrando o celular.
Na foto, eu saía da casa ao lado do meu pai, Cabeça e Novinho.
- Você promete que não vai ficar triste?- suspirei.
- Me fala a verdade- a voz dela fraquejou.
- Meu pai e o seu compraram umas meninas lá no casarão- acariciei o cabelo dela.
- Que?- ela soprou, sem entender.
- Tráfico humano, Priscila- murmurei- eles compraram umas meninas e vão mandar elas pra Alemanha, lá elas vão ser leiloadas pra uns mafiosos de alto padrão- fui sincero.
- E você tá envolvido nisso, Lucas?- ela grunhiu.
- Não, eu e o Novinho não quisemos entrar! Foi teu pai e o meu que fecharam negócio com a dona do puteiro- expliquei.
- Meu Deus, isso é pior que traição- ela se encolheu no meu colo.
- Vem, deixa eu te dar um banho- puxei ela pelo braço, que veio bem murcha.
- Sem safadeza- ela murmurou.
Dei risada.
- Sim senhora- abracei ela por trás, despejando um beijo no ombro dela.
Coloquei a banheira pra encher e tirei a roupa dela, medindo aquele corpo de cima a baixo.
...
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