Capítulo 03 - parte 01

54.1K 4.5K 269
                                    

Que mais queres que eu diga. Que te desejo? Que te quero?

Que estar com vc é ir ao abismo do prazer?

Que esse desejo insano que sinto por ti está me fazendo delirar?

Que te quero fazer minha? Que quero possuir seu corpo e levá-la ao mais puro extase?

Se é isso que queres ouvir saiba que não é uma pequena parcela do que realmente quero com você.

Você será apenas MINHA e não medirei esforços para tê-la em meus braços; para tê-la ao meu corpo.

Quero te fazer ir ao mais profundo prazer. Quero faze-la esquecer de si mesma.

Quero acordar e sentir o calor do seu corpo; o sabor dos seus beijos; sentir cada pedacinho seu.

Você pertence a mim. Saiba disso , pois agora nao tem mais volta.

Por: Ketty Oliver

—————————————————-

Três noites após a visita perturbadora de Richard Becker, ele não havia mais dado nem sinal de vida. Stacie dizia que era porque estava se preparando para as consequências que eu teria que aguentar por ter negado sua proposta. Não me importava, ele havia me ofendido, não estava no direito de reclamar nada. À noite, estava servindo as poucas mesas com os únicos clientes da noite, o movimento de quinta-feira costumava ser fraco. Bombava mesmo nos fins de semana, Layla e Dayse, as famosas dançarinas locais, estavam ensaiando seu número de Pole Dance, e fazendo piruetas no palco. Foi quando Layla desceu animada tirando a bandeja de minha mão.

— O que está fazendo? — gritei temerosa por cima da música alta.

Já podia imaginar o que ela estava fazendo, ela soltou meu coque deixando meu longo cabelo ondulado cair até minha cintura e tirou o avental branco e encardido que estava cobrindo a minha blusa. Ela e Dayse deram aquela olhada quando viram minha blusa, estava usando uma blusa preta de alcinha e muito decotada, mas era por causa do calor do Hot Point, era realmente quente, como dizia o nome. E o avental cobria a parte decotada.

— Dança — falou Layla animada.

— Eu não sei! — gritei.

— Não importa, ninguém está vendo.

Divertido, Carlo, nosso chefe, fechou o bar pela primeira vez em meses a fim de que pudéssemos nos divertir um pouco, já eram quase duas da madrugada, provavelmente ninguém mais apareceria. Dayse me ofereceu uma dose de vodca, virei o copinho na boca sabendo que acabaria em merda, era muito fraca para bebida, mas ninguém veria mesmo. Resolvi entrar na brincadeira, não me arrisquei no Pole Dance, mas pulei feito uma louca com a música alta, os garçons subiram no palco também, tirando seus aventais e dançando para tirar o cansaço emocional da nossa rotina. Era divertido, de vez em quando trombávamos um no outro e quase caíamos, mas ríamos muito entre um copo de vodca e outro. Quando uma música mais sensual começou a tocar, entramos no clima e cada um dançava à sua maneira. Foi então, enquanto rebolava até o chão com Dayse, que flagrei um olhar fixo em mim, eu reconheceria aquele olhar em qualquer lugar, exatamente iguais aos meus pesadelos, Richard Becker estava parado, com sua expressão divertida, me analisando.

Atrás dele, Charles, com um terno azul marinho muito parecido com o que usava no dia do acidente, também olhava divertido para as garotas. Embora tenha sentido um baque e tenha tido vontade de correr, não daria esse gostinho a ele, continuei dançando e me virei de costas para não vê-lo. Henrique, um dos garçons, passou o braço em volta da minha cintura e começamos a rodar feito dois loucos. Logo, ele me pegou no colo me rodopiando, o efeito do movimento com a vodca que eu havia tomado começava a me assaltar. Senti minha cabeça rodar pela primeira vez. Foi quando a música abaixou e pude ouvir a voz autoritária de Richard com Carlo.

Redenção - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now