Capítulo 06 - parte 2

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Ele faz meu sangue ferver quando me provoca, me faz odiá-lo e desejá-lo com a mesma intensidade.

Quero que ele vá embora, entretanto ele sempre fica, pois sabe que a minha boca diz não, enquanto meu corpo diz sim.

Quero beijá-lo, e ao mesmo tempo morder seus lábios.

Ele chegou na minha vida como aquela chuva que é tão esperada numa terra árida.

O sol forte retorna e me queima quando ele se vai, mas quando ele volta, traz consigo a água que me dá vida e refresca a minha alma.

O desejo arde em mim.

Quero esquecer as razões que me levam para longe dele e me perder nos seus braços.

Por Melody Olivatti

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Afundei-me no banco do carro fechando os olhos, logo o perfume do casaco dele que me aquecia, invadiu minha mente e eu puxei um pedaço do casaco para perto da boca a fim de sentir mais seu cheiro enquanto pensava em uma maneira de fugir. Ele estava fingindo o tempo todo no coquetel, todo o carinho, paciência, atenção. Mas pelo menos meu plano havia dado certo. Depois do que pretendia fazer comigo naquela noite, ele me deixaria em paz.

Senti o carro parar. "Como vou me livrar dele agora?" Perguntei-me se ele ia mesmo querer transar comigo e minha cara de enterro. Ao perceber que ele não se moveu para fora do carro, olhei pela janela, e avistei minha casa. Uma sensação de surpresa e alívio me invadiu de repente. Olhei-o agradecida, ele parecia magoado, quase ferido. Não me olhou de volta, apenas explicou:

— Achei que não estava se sentindo bem lá. Você pode ir.

Tive vontade de agradecê-lo, mas abri rapidamente a porta antes que ele mudasse de ideia. Assim que desci do carro com uma estranha sensação de liberdade, dei os primeiros passos em direção a minha casa, mas parei de repente. Não sabia bem o que estava fazendo, devia correr para dentro de casa e para longe daquele homem, mas me senti de alguma forma, responsável pela tristeza na voz dele. Mesmo que fingindo, ele fora legal comigo a noite inteira. Pensei em voltar e perguntar se ele precisava de mais alguma coisa. "Você ficou louca?" Só podia estar ficando. Antes que tomasse qualquer decisão, o senti ao meu lado, ele me perguntou preocupado:

— Qual o problema, Gabriella?

— Você quer entrar? — perguntei de repente.

Como não respondeu de imediato, olhei para ele e percebi a surpresa surgir em seus olhos, ele abriu a boca, mas não disse nada. Eu o havia deixado sem palavras? Ele respirou fundo e vi o esboço de um sorriso em seus lábios.

— Claro — respondeu finalmente.

Senti uma pontada de arrependimento, mas deixei passar.

De certa forma, eu havia vencido aquela noite, não fiz o que ele queria e, principalmente, não fui para a cama com ele. Abri a porta e acendi as luzes, novamente ele reparou minha casa, queria perguntar qual era o problema dele com ela, mas resolvi não começar uma discussão, esperava que ele fosse embora logo. Assim que coloquei a bolsa no sofá, não sabia o que fazer com ele ali. Por que o havia convidado para entrar? Lembrei-me de Christopher na mesma posição que ele, esperando uma atitude minha. Estava tão desconfortável quanto com Christopher.

— Você quer um café? — perguntei sentindo o vento que vinha da porta.

— Seu café é bom — concordou ele assentindo.

O clima estava estranho, tenso. De alguma forma, eu estava mais leve, mais tranquila, mas ele ainda estava ali me olhando daquele jeito estranho e fixo, como me olhava desde a primeira vez que nos vimos. Lavei as mãos e me aproximei do armário para pegar o pote de café, mas não o alcancei. Stacie, sempre que fazia café colocava o pote bem para trás, de forma que eu não o alcançava. Eu me virei para pegar uma cadeira, mas no mesmo instante, Richard estava ao meu lado. Ele esticou o braço e facilmente alcançou o pote.

Redenção - DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora