Redenção - DEGUSTAÇÃO

Minha luta real... Depoimento por Felicidade Dias

Eu vou contar a minha história. Aos 36 anos tinha feito análises, exame de rotina e estava tudo bem. Eu tenho por hábito fazer apalpação da mama quando estou com o período, e nesse dia, estava no banho e fiz mais uma vez o auto exame e descobri um nódulo. Fui à médica e pedi uma mamografia e uma ecografia, aqui em Portugal aos 36 anos acham que é muito cedo para se fazer estes exames, mas a minha médica muito contrariada me mandou fazer. Era um nódulo regular mas que tinha que ter vigilância.

Passados 6 meses voltei a fazer os exames e o nódulo tinha aumentado muito, fiz uma biopsia e o médico que estava a fazer, dizia que não era maligno porque doía, era regular, para não me preocupar. A minha médica não concordou e disse para me preparar para o pior, mas nunca estamos preparados. Passados 15 dias, veio o resultado: era maligno, e tinha que tirar a mama. Fui internada dia 29 de Dezembro de 2009, dia 30 fiz a mastectomia (tirei a mama) e no dia seguinte estava em casa porque era ano novo e tinha 2 filhos que me esperavam, com 4 e 8 anos.

Pensei que ia morrer porque A palavra por si só assusta. Ia falar com a oncologista para começar os tratamentos de quimioterapia e recebi outra má notícia, podia ter metastases, tinha que fazer esvaziamento ganglionar, que por coincidência, calhou no meu dia de aniversário.

Entrei no bloco a cantarem os parabéns para mim, e eu pensei que ia morrer no meu dia de aniversário, ou então ia vencer. Mas ao longo deste percurso Deus esteve sempre comigo e me mandou sinais através do poema Pegadas na areia. Nos momentos mais difíceis o poema vinha até mim em papel por email e em livro, ele dava me forca.

Fiz 1 ano meio de quimioterapia em que vinha muito mal para casa, mas sempre fiz tudo em casa com os meus filhos . Não foi fácil, mas já passaram 5 anos e estou curada. Não e facil a caminhada, mas venci e como eu, muitas mulheres. Apesar de perder a mama, o cabelo, foi o periodo em que me senti mais linda e sexy.

Há 2 anos fiz a reconstrução da mama e estou feliz porque apesar da palavra ser tão assustadora é possível vencer.