Quando o dia estava amanhecendo, acabamos de arrumar tudo, eu já estava morta. Pensei em Richard, ainda lá, com cara de sono, arrumando as cadeiras em seus devidos lugares. Eu iria para a casa dormir, mas ele ainda tinha um dia de trabalho pela frente. Não entendia onde ele queria chegar bancando o bonzinho daquele jeito, ainda achava que ele estava aprontando alguma coisa. Aproximei-me dele com um copo de café que eu havia passado na área de funcionários. Ele sorriu ao tomar.
— Adoro o seu café — comentou.
Sorri também.
Quando saímos finalmente, ele destravou o alarme do carro e me olhou.
— Será que posso te levar em casa?
Percebi que ninguém o aguardava no carro e me lembrei que ele havia dado a noite de folga para Charles. Ele percebeu que eu procurava alguma coisa e sorriu.
— Saudade do Charles, Gabriella? Porque se estiver, eu vou ter que mandá-lo para o outro lado do mundo.
O encarei surpresa e entrei no carro. Richard resmungou por eu não ter esperado que ele abrisse a porta para mim. Ligou o rádio e uma música lenta tocava. Eu fechei os olhos, mas tive de abri-los antes que adormecesse. Olhei para ele para me certificar que ele não estava dormindo ao volante. Ele sorriu.
— Eu não sou você. Não saio por aí atropelando os outros quando dirijo com sono.
Dei de ombros e ele apertou meu ombro como aviso para que eu parasse de fazer aquilo.
— Se bem que, se você não fosse tão barbeira, não teria me atropelado e eu não teria te conhecido.
Olhei para ele nervosa, meu sono até dispersou.
— Eu não sou barbeira!
— Claro que não. Você não conseguiu frear um carro que estava quase parado. A que velocidade estava? Dez quilômetros?
Fiz uma careta para ele e me recostei novamente no banco. Avistamos Stacie e Ben no ponto de ônibus e ele fez a volta parando o carro em frente a eles. Ben rapidamente pulou no carro enquanto Richard abria o teto solar para que ele pudesse ficar de pé.
Richard fez questão de levá-lo até a escola e entrar para conhecer a professora e a diretora. Enquanto ele fazia isso, senti meu coração apertar no peito. O que ele pretendia? Criar laços com a diretora nova para aprontar de novo? Mas ele parecia preocupado, realmente interessado com o bem-estar de Ben. Deixou claro que qualquer coisa que precisasse em relação a ele, ela deveria avisá-lo e que ele era o responsável por Ben e não Christopher.
Stacie me encarou sem entender o que estava acontecendo e eu apenas dei de ombros, também não entendia nada. A diretora ficou me analisando e olhando para Richard. Eu bufei, será que as pessoas sempre reagiriam desse jeito ao nos ver juntos? Qual era o problema de um homem rico e lindo como ele se interessar por alguém como eu? Finalmente ela se aproximou de mim e perguntou baixo:
— Como está o Christopher?
Richard me olhou imediatamente esperando minha resposta.
— Eu não o vi desde aquele dia, mas acho que está bem.
Ela assentiu e se afastou quando Richard aproximou-se de mim passando o braço em volta da minha cintura de forma que deixasse claro que eu estava com ele e não com Christopher.
— Achei que o teatro só começaria a noite — comentei baixinho.
Ele apenas revirou os olhos.
Quando encostou o carro em frente à minha casa, começou a falar animado:
— O seu vestido vai chegar por volta das dezessete horas e você deve estar pronta às dezoito horas, eu venho te buscar.
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Redenção - DEGUSTAÇÃO
RomanceTODOS OS DIREITOS RESERVADOS. PROIBIDA CÓPIA OU DISTRIBUIÇÃO PARCIAL OU TOTAL DESTA OBRA SEM CONSENTIMENTO DO AUTOR. PROIBIDO ADAPTAÇÕES. PLÁGIO É CRIME! APENAS 7 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO. ESTE LIVRO POSSUI UMA NOVA EDIÇÃO COM NOVA REVISÃO, PORÉM...