capítulo 25

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Sento- me na grama fofa, ali mesmo no chão. Não sei quanto tempo demorei para organizar às salas. Ao todo, foram vinte. Como o esperado, Thomas não apareceu. E como resultado, tive que limpar tudo sozinha. Mas é preferível saber disso. Além do que, a última coisa que gostaria, é estar perto dele.

— Ele disse que iremos nos encontrar após o fim dos jogos. Disse que aquela foi a carta mais linda que já leu. — Antony abraçou os próprios joelhos enquanto sorria ao se lembrar. — Obrigada Scarllet, se não fosse você...

Eu não o respondi. Não tinha nem o que dizer. Tudo que queria, era mandar a real para ele, mas as pessoas se tornam sensíveis quando estão apaixonadas.

— Você vai limpar tudo isso? — ele fez a pergunta mais óbvia. Pareceu ignorar o saco plástico e as luvas em minhas mãos.

Levantei- me, embora tudo que quisesse, fosse permanecer sentada, descansando. Mas quanto mais cedo eu terminar, melhor para mim. Minha tarefa era exclusivamente recolher todo o lixo, e fazer uma anotação mental sobre os porcos sem consciência que aqui estudam.

Me inclinei para o chão, pude sentir minhas costas estralarem. Tudo que fiz nas últimas horas, foi permanecer com a coluna arqueiada. Ela já se encontra dolorida.

— Enquanto ao Collin? Qual tarefa ele foi designado a fazer? — Antony ficou observando.

— Eu não sei. — suspirei.

Prefiro não contar que ele deveria estar aqui também, porém no momento, não quero ouvir seu nome, me traz lembranças ruins.

Foi então que notei que alguém havia passado e jogado lixo no chão, mesmo vendo que eu estava recolhendo. Não contive minha reação negativa, só por isso caminhei até ela, ainda com o saco plásticos por entre os dedos. Em um segundo estava me aproximando e no seguinte, já estava gritando para ela inusitadamente.

— Com licença? Será que poderia não jogar lixo no chão?

Hanna virou- se com rigidez. Ela me olhou com desprezo, mas antes que pudesse dizer algo, eu disse antes.

— Pode por favor, não jogar lixo no chão?! — repeti bruscamente.

Antony levantou- se tropeçando nos pés e correu até mim e Hanna. Ela no entanto, me olhou em silêncio, aparentava não saber o que dizer.

— Como é garota? — depois de um bom tempo, foi a única coisa que saiu de sua boca.

— Recolha a embalagem de chocolate que jogou no chão. — ordenei, a deixando boquiaberta.

— Não. — deixou escapar um riso nervoso.

A essa altura, já estou muito cansada. Não aguento mais. De uma maneira ou de outra, Hanna não sai daqui antes de recolher essa embalagem.

— Scarllet, o que está fazendo? — Antony perguntou abismado, cochichando em meu ouvido. Eu o ignorei. Estava com a atenção voltada para Hanna.

— A diretora vai ficar muito desapontada em saber os nomes dos alunos que jogam lixo no chão. Se quer saber, vou anotar. O seu estará em vermelho.

Ela lançou um olhar nervoso. Fiquei feliz em saber que minhas palavras foram boas. Só por isso, quis deixar isso mais divertido. Ela já me perturbou muito. Já me disse coisas horríveis. Já me tratou muito mal. Não acho que uma coisa tão boba quanto a que eu vá dizer, seja algo frustrante, mas para ela, sim. Hanna é orgulhosa e quando se ver obrigada a recolher o papel, irá se sentir humilhada, e essa é a graça.

— Recolha o papel, eu estou sendo generosa com você, mas se você não arriscar a me obedecer, será a próxima a limpar tudo isso.

— Scarllet, o que merda você tá pensando? Sabe que se ela colocar na cabeça que irá destruir nossas vidas, ela consegue. Deixe- a ir. — Antony orientou baixinho.

A última noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora