Capítulo 17

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"Nesse fim de semana aconteceu o aniversário de um ano de Edmund Sheffield-Bridgerton, primogênito de Kate e Anthony Bridgerton. Não foi ontem que esse menino nasceu? O herdeirinho comemorou seu primeiro apenas com sua família, mas só seus tios enchem uma festa. Parabéns pequeno Ed! Nas redes sociais, o seu tio Colin postou fotos fofíssimas dele. Aiai a tranquilidade de quem nunca vai precisar se preocupar com o aluguel. E falando em festa, essa semana acontece o casamento mais aguardado do ano. Na sua propriedade de campo, os Bridgertons celebrarão o casamento do segundo mais velho (e mais comedido dos oitos), Benedict com a professora de jardim de infância, Sophie Beckett. O casamento terá vibes intimistas, visto que apenas as famílias e os amigos mais próximos foram convidados. Nós da imprensa fomos deixados de fora. :(. Mas tudo bem, sempre tem alguém para vazar uma fotinha. Sem ressentimentos, Benophie! Lady Whistledown deseja toda felicidade do mundo para vocês."

Twitter da Lady Whistledown, na semana do casamento de Benedict e Sophie.

Quando ela finalmente desistiu de tentar dormir, Penelope levantou e foi até a cozinha fazer um chá. Andou quase na ponta dos pés. Eloise estava dormindo quando chegou e não queria acordá-la. Ela saberia que tinha alguma coisa errada. Eloise sempre sabia. E não deixaria Penelope em paz até saber exatamente sobre o que era. E ela não queria conversa. Já tinha sido quase impossível convencer o Colin a deixar ela em casa sozinha. Enquanto esquentava a água, ela encarou a rua pela janela da cozinha, tão silenciosa às três da manhã. As vozes das mulheres ainda ecoavam em sua mente.

"Colin é muita areia pro caminhãozinho dela". E ela não sabia disso? Não era a primeira vez que ela escutava aquilo, era claro. Toda vez que eles adentravam espaços públicos de mãos dadas, haviam os olhares. O Colin era lindo. Magnífico com aqueles olhos verdes e sorriso fácil e seu jeito de encantar a todos por onde passava. Ela era só uma garota gorda e desajeitada que constantemente igualava a cor do rosto a dos cabelos. Penelope riu com um tanto de amargura enquanto despejava a água fervendo na xícara. Era estranho aquilo porque ela não se sentia assim desde o ensino médio. Desde o início da faculdade. Desde o Dean. Ela tinha jurado, depois do Dean, que nunca mais se envolveria com ninguém que fosse muito superior a ela. Seus outros namorados não eram tão lindos fisicamente, então ninguém julgava. Mas ela não conseguia se afastar do Colin. Todo aquele amor que ela tinha achado que havia passado, superado, que havia ficado no passado, a inundou como uma avalanche. Todos os sentimentos que ela teve sobre o Colin simplesmente estavam enterrado. Não, enterrados não é uma boa metáfora. Estavam presos, numa represa que arrebentou e agora eles corriam dentro dela. Infelizmente, junto com o amor também vinha a certeza de que ele não era um par ideal para ela. O que diabos ele estava fazendo com ela, meu Deus? O que ele via nela? Ela era uma péssima namorada, que não servia nem para transar de dia. Ela preferia a morte do que deixar que Colin visse todas as suas gorduras e celulites a luz do dia. Ou a qualquer luz. Pois ela sabia que não estava a altura dele, mas não era nobre o suficiente para deixá-lo. Seu amor, ao que percebeu, era cruel e egoísta, e ela queria prender seu lindo herói Colin a megera que ela era. Não importa se ele merecesse uma princesa também.

 - O que você faz acordada tão cedo? - Eloise a encarou, pouco depois das quatro da manhã. - Ou você ainda está acordada? Achei que dormiria no Cols.

- O que você está fazendo acordada tão cedo? - Ela encarou a amiga.

- Vou para Gloucestershire, se eu sair as seis, chego lá pouco antes do café. Vou conhecer os gêmeos hoje.

 -Animada?

 - Ansiosa. O Phillip diz que eles dão muito trabalho e não são receptivos. Na verdade, ele pintou as crianças como verdadeiros capetas. - Penelope riu. - Mas sabendo pelo que eles passaram, sei que pode ser muita coisa além de malcriação.

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