Capítulo 18

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"Parece que o casal real da St. James chegou ao fim. Colin e Honória foram vistos separados nos últimos dias pelos corredores da escola e é tudo que se fala agora. O nosso garoto de ouro tem se escondido com a irmã mais nova e sua amiga, duas calouras pouco relevantes nesse blog de fofoca (mas vamos ser honestos, calouros raramente são). As senhoritas do St. james estão fazendo fila para consolar o nosso Bridgerton favorito, porque parece que nesse fim, foi ele quem saiu mais machucado. Agora meninas, sejamos honestas, dificilmente alguém conseguirá subir ao patamar da Honória. Ela tinha tudo para ser uma Cressida: beleza, inteligência, família e dinheiro de gerações. Mas ela tem algo que se destaca da multidão: graça e bondade inata. Juro que certa vez a vi passeando no Hyde Park e os pássaros cantaram ao seu redor. Agora, se vocês acham que com essa maquiagem de mal gosto e um par de calças baixas vão conseguir substituir nossa princesinha no coração da letra C... Bom, vocês são mais ingênuas do que eu achava."

Blog da Lady Whistledown, setembro de 2009

Colin tinha uma reunião com um editor da Basset Editora naquela manhã e ele se sentia muito nervoso. Achava que toda aquela história de publicar livros era completamente maluca, ele não era nenhum escritor. Nunca tinha sido mal aluno na escola, mas não era um nerd. Na verdade, ele tinha uma certa preguiça. Lia de vez em quando um livro ou outro, mas não era o que poderia ser considerado um leitor voraz. Depois que ele começou a namorar com Penelope, na verdade, ele passou a ler mais por se sentir envergonhado. Muitas vezes eles iam se deitar e ela estava com o kindle lá, pronta para continuar uma história. Na verdade, aquele leitor de livros era grudado nela como uma extensão do braço, quase como sua câmera era para ele. E como ele não queria que ela o considerasse burro ou alguém não culto, ele vinha lendo um pouco mais.

Mas ele publicar um livro? Loucura.

Ainda assim, ele colocou um paletó, arrumou os cabelos e saiu em sua moto em direção a Editora, onde teria uma reunião com Bryan Taylor, um colega de trabalho da Peps. De início, ele só cogitou aquilo por causa dela. Penelope o olhava com uma admiração que fazia doer os ossos. Ela acreditava tão cegamente em Colin, que ele tinha medo que um dia ela simplesmente o olhasse e visse que ele era bem menos do que ela acreditava, e então o deixasse. Mas então, ele conversou com Benedict no domingo, quando eles estavam no aniversário do Edmund.

— Você não acha meio maluco isso?

— Na verdade, não. — Benedict falou.

— Sério?

— Não tem tanta diferença assim entre expor suas fotos numa galeria e em livro, tem?

— Claro que tem, porque eles querem que eu publique meus... diários também, junto com as fotos.

— Diários? — Benedict levantou uma sobrancelha.

— São anotações. Como na vez que eu tive que ficar pendurado de cabeça para baixo numa arvore na floresta amazônica para poder tirar a foto de uma onça rara, ou as vezes quando eu me metia em confusão em algum lugar... Um fato ou outro que eu achava interessante, uma história que eu queria contar para vocês quando eu voltasse. — Benedict sorriu.

— Bom, suas histórias são sempre boas. Parando para pensar, Colin, você sempre teve um jeito com as palavras. Quando você começa a contar alguma de suas aventuras todo mundo para pra escutar.

— Foi o que a Peps falou. Ela disse que minhas histórias tem um magnetismo.

— Penelope é excelente no trabalho que faz. Se ela acha que seus diários são dignos de publicar, eu irei aceitar as palavras dela. Quanto as suas fotos, eu sei que são. Então não vejo porque não dar uma chance?

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