Capítulo 7

3K 227 112
                                    

"A Elite Londrina em Camden? Kensington deve estar para lá de tedioso! Foram avistados em uma exposição do jovem artista J. P. Adams, as irmãs featherington mais jovens (que não costumam aparecer por frequência aqui, ao contrário de suas irmãs) Penelope e Felicity e as letras C, E e H Bridgerton. As mais jovens postaram essas fotos maravilhosas em seus feeds. Deve ser ótimo ter um fotógrafo profissional no rolê, não é?"

Instagram da Lady Whistledown, no sábado da exposição.

Quando Penelope acordou no dia seguinte, uma parte do seu cérebro achou que as lembranças do dia anterior eram sonhos. Foi surreal demais. Depois que começou a pensar, mesmo que ainda estivesse com muito sono, não conseguiu voltar a dormir. Parecia dias diferentes. O que tinha acontecido com o Nigel... Ela se sentia péssima. Tinha mandado uma mensagem pedindo desculpas novamente quando saiu do apartamento dele, mas ele não tinha respondido. Ela pegou o celular da mesinha de cabeceira e checou as horas: quase onze. E tinha diversas mensagens, nenhuma do Nigel.

Algumas de Colin.

Colin.

Penelope prendeu a respiração enquanto o coração dela acelerava. Era um truque que ela tinha aprendido para justificar seu coração batendo mais rápido.

As mensagens tinham sido enviadas tinha pouco tempo.

"Ei, me manda o endereço?"

"Bom Dia"

"Que horas vocês vão?"

Penelope encarou as mensagens e deixou o telefone cair lentamente na cama. Que noite surreal. Ela conversou com o Colin. Claro que ela já tinha falado com ele. Na época do da escola, quando ela estava no primeiro ano, Colin e Daphne estavam no último. E eles almoçavam com Eloise duas vezes na semana, religiosamente. E ela almoçava com Eloise todos os dias então era matemática básica. Naquele tempo, no entanto, ela mais escutava que falava em si. Nos anos seguintes as conversas eram superficiais.

"Como vai a faculdade, Peps?" "Ah, tudo tranquilo. E como foi em lugar incrível x?" "Ótimo" "Bom te ver. "Bom te ver também." E pequenas variações disso. Claro que eles participavam de conversas em grupo e sempre sabiam algo da vida um do outro assim. Mas ontem eles dois conversaram. Sozinhos, sobre a vida. Como amigos. Ela achou engraçado, irônico, até, que agora que ela não era mais apaixonada por ele, ela conseguia manter uma conversa decente. Mas era, ao mesmo tempo, esquisito. Ela levantou e se arrastou até a cozinha. Pôs a xícara na cafeteira e assistiu o café cair aos poucos pensando se uma proximidade com o Colin era perigoso para si. Estar apaixonada por ele não foi legal. Penelope se sentou a mesinha que elas tinham ao lado da janela da cozinha, segurando o café e encarando a passagem. Ela deu dois goles. Não era culpa dele. Ele provavelmente nem sabia que ela foi apaixonada por ele. Ela encarou as mensagens na tela.

"Bom dia Colin. Acho que a gente deve ir por volta das cinco da tarde. Quando a Elo acordar eu confirmo com ela. Segue o endereço."

"Valeu Peps! A Elo ainda está dormindo? Preguiçosa!"

Penelope sorriu, e naquele mesmo instante ela escutou a porta. Eloise apareceu na cozinha com roupa de malhar e algumas sacolas, tirou o fone quando viu a Penelope.

- Bom dia Penny! Que cara de morta é essa?

- Eu que pergunto, que animação é essa?

- São onze da manhã, Penelope Featherington! E está um dia até agradável para o fim de março. - Penelope olhou pela janela. Apesar do pouco de sol, as pessoas estavam empacotadas. Depois olhou para a amiga com descrença. - Enfim, já malhei, já fiz compras para o almoço... Ah, deixei as flores no 101. A senhora Parker adorou. Foi uma boa ideia. - Penelope deu outro gole no café e concordou balançando a cabeça. - Que horas você foi dormir? Parece destruída.

HomeWhere stories live. Discover now