Capítulo 3

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"Spotted: Colin Bridgerton foi visto pegando um táxi no aeroporto de Londres na manhã do dia de hoje. Estaria o filho pródigo pronto para uma longa temporada ou é só uma visitinha rápida? Essa autora aqui toparia qualquer um dos dois. Afinal, não é segredo para ninguém que todos os meus 'crushes', Colin com certeza é o que detém a maior parcela do meu coração."

Lady Whistledown, twitter, na mesma tarde do almoço de noivado de Daphne e Simon.

Penelope se lembrava com perfeição do dia em que conhecera Colin, afinal havia sido o mesmo dia em que se apaixonou por ele. Era o seu primeiro dia de aula na escola preparatória Saint James e ela estava pra lá de atrasada. Mas isso se devia ao fato de que a biblioteca da escola era péssima. Ela tinha ido lá, nas férias, conhecer. E implorou aos pais que a deixassem ir para uma escola pública mas eles acharam um absurdo. Prudence havia estudado lá, Phillipa estudava lá então Penelope também deveria. E era de se esperar que, para a pequena fortuna que os pais pagavam, a biblioteca do colégio fosse melhor sortida. Até hoje ela não sabe porque diabos achou que era uma ideia passar na biblioteca pública antes da aula. Era óbvio que ela perderia a noção do tempo e se atrasaria, o que resultou numa Penelope com uma mochila muito pesada e mais cinco livros nas mãos correndo pelas ruas de Londres. Os acontecimentos seguintes se deram num efeito dominó digno de Hollywood e dos livros que ela tanto amava. O elástico de cabelo dela estourou, fazendo com que seus cabelos se soltaram e o vento ajudou que os mesmos ficassem constantemente caindo no seu rosto. Quando ela estava atravessando uma faixa de pedestres, um homem muito grosso resmungou algo sobre crianças lentas e esbarrou de forma muito rude nela. O peso de sua mochila fez com que Penelope não conseguisse se equilibrar, e ela acabou caindo (ela gostaria de dizer graciosamente. Porque se fosse realmente como nos livros dela, a mocinha cairia graciosamente e o mocinho surgiria como um anjo para socorrê-la. Mas não foi o caso.) ralando os dois joelhos, esparramando e danificando alguns dos livros (que ela teve que pagar de volta a biblioteca). Mas o sinal abriu enquanto Penelope ainda estava caída na faixa catando seus pertences e como era de se imaginar, vários londrinos não se importaram muito com a moça no chão e deram partida. No entanto, um motociclista, que surgiu sabe-se Deus de onde, tentou frear quando a viu. No entanto, como ele estava (na opinião da Penelope) acima da velocidade permitida, ele acabou caindo da moto a centímetros de onde Penélope estava. Buzinas ecoaram de várias direções e ela encarou, ainda mais assustada, a moto jogada há alguns metros e motociclista caído perto dela. Então, antes que ela pudesse se levantar e perguntar para ele se ele estava bem, o moço tirou o capacete, a deixando perplexa.

Ei, você está bem? Eu não te machuquei, né? Eu tentei frear, mas quando vi que não dava só joguei a moto de lado. - Ele riu sem graça e passou a mão no cabelo. - Desculpa, ainda sou novo com isso de moto.

Penelope apenas ficou encarando. Ela tentou dizer algo, mas se esqueceu como. Aquele, com certeza, era o cara mais bonito que ela já tinha visto na vida. E obviamente, ela tinha que causar um acidente. Ele se levantou num pulo, segurando o capacete com a mão e então estendeu a mão a ela.

- Você precisa de ajuda, consegue se levantar? - Curiosos se juntavam ao redor dela, enquanto alguns carros desviavam uma buzina particularmente alta tirou Penelope do transe.

- Eu... eu preciso juntar esses livros. - Ela desviou o olhar dele e começou a catar os livros que se espalharam, (um deles tinha sido atropelado por um carro!)

- Claro!. - Então ele se abaixou e pegou a mochila dela e um livro, enquanto ela pegou os outros.

- Me desculpa. - Ela disse baixo, finalmente. - Eu não queria ter causado essa confusão toda, só que um cara me derrubou, os livros se espalharam e antes que eu conseguisse levantar o sinal abriu. - Penelope fez um esforço muito grande para não chorar apesar da sua garganta ardendo. - E aí você caiu... e sua moto... eu espero que não tenha se machucado. - Ela encarava o chão, agora que todos os livros tinham sido recolhidos, o rapaz detinha sua mochila e caminhava em direção a moto. Ela o acompanhou e nem soube o porque, então os dois foram para o meio fio.

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