Capítulo 23

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"Eu sempre acho divertido quando vocês tentam adivinhar minha identidade. Então eu vou entrar no jogo: já ouviram brincaram de duas verdades e uma mentira? Se não, não é nenhum jogo de xadrez até as mentes mais limitadas podem pegar. Minha primeira afirmação é que vocês nunca vão me descobrir, a menos que eu queira. Se fossem espertos o bastante para saber quem eu sou, já teriam falado a essa altura. A segunda é que eu realmente não me importo com vocês. Por que me importaria? E a terceira é que vocês focam demais no que não é relevante. Hoje iremos falar sobre o amor. Nada me deixa mais feliz ao ver um casal genuinamente apaixonado ficando junto, e eu posso afirmar que adivinhei esse antes de todos vocês…."

Blog da Lady Whistledown, março de 2010

Colin sonhou com Penelope aquela noite. Sonhou tirando aquele vestido preto escandalosamente justo. Sonhou tocando os seios dela, sonhou com o gosto dela na sua boca. Sonhou com o toque dela no seu corpo, sonhou com os sussurros dela pedindo mais. E acordou suado e duro para uma manhã fria.
    Ele pegou o telefone esperando ter alguma mensagem dela, mas não tinha. Talvez ela ainda estivesse dormindo. Ele ignorou os irmãos. Por que ela tinha um poder tão grande sobre ele? Ele não conseguia entender. A menos de 24 hors atrás ele estava tão em dúvida sobre voltar para Londres porque tudo na cidade lembrava ela. Cheirava a ela. E então ela simplesmente apareceu em Nova York. Decidida. Nem mesmo quando eles namoravam…
    E ele a queria. Deus e os seus lençóis eram testemunha de como ele a queria. Mas uma parte dele ainda tinha medo. Mas ao mesmo tempo, ali estava ele, dizendo sim para tudo que ela propunha, esperando uma mensagem dela. Colin suspirou e foi até o banheiro. Ele não pode evitar se tocar pensando nela, já era parte do seu ritual matinal, mas as imagens em sua mente agora não eram antigas. Era Penelope ontem, com um decote propositalmente tentador, escolhido a dedo para fazê-lo ficar de joelhos. Era a penelope com seu novo cabelo acima dos ombros, a franja, e o sorriso determinado.
    Quando ele saiu do banho, ele se perguntou se o dia anterior não teria sido uma fantasia, uma alucinação. E ao mesmo tempo, ele se perguntou porque ele só não dizia sim. Ele a amava tanto. Colin então se perguntou se era assim que Penelope se sentia quando ele dizia que a queria. Uma parte dela queria acreditar, mas outra apenas não deixava. Ele caminhou até o armário, quando o telefone começou a tocar. Ele correu até ele, achando que era a Penelope, mas era sua mãe.
    — Mamãe. — Ele atendeu sorrindo.
    — Por que você não respondeu as minhas mensagens? Achei que algo tivesse acontecido com você! — Colin riu.
    — Eu estava no banho, não vi as mensagens.
    — Você também não respondeu seus irmãos no grupo!
    — Porque eles estavam querendo se meter na minha vida, para variar. Então eu deliberadamente resolvi ignorar.
    — Você não estava com a Penelope, então? — Ele conseguia escutar o desapontamento da sua mãe. Tentou não sorrir, em vão.
    — Eu jantei com ela ontem.
    — Só isso? Ela não passou a noite aí? — Colin engasgou. — Você pode me contar, sabe que eu não sou nenhuma puritana.
    — Dona Violet! — Sua mãe riu do outro lado. — Não, ela passou a noite no hotel dela.
    — Por quê? — Ele podia ver o rosto da sua mãe através daquela intonação.
    — Ah mãe, porque… ela estava cansada. — Sua mãe não respondeu. Ela sabia que tinha mais. — E porque nós não voltamos.
    — E por que não? Ela não foi aí atras de você?
    — E eu deveria voltar com ela só por que ela quis? — Ele riu e falou aquilo para provocar a mãe, enquanto escolhia uma roupa.
    — Não, claro que não. Mas achei que fosse o que você queria. — Violet falou. — Eu nunca vi você tão desolado assim. Parecia que uma parte de você tinha se partido, me lembrou… — Sua mãe suspirou. — Me lembrou de mim mesma, quando perdi seu pai. É como se uma luz dentro de você tivesse se apagado. — Colin ficou em silêncio e se sentou na cama.
    — Eu… eu tenho medo. — Ele falou quase num sussurro.
    — Entendo. — Sua mãe falou.
    — Se ela… se ela me deixar de novo, como eu posso fazer isso novamente? Como eu posso passar por isso de novo? Se eu me acostumar novamente, com o cheiro dela, com ela na minha cama, na minha vida… Se eu me permitir sonhar novamente com um futuro para nós dois e ela me deixar, como eu vou viver?
    — Filho. — Violet falou com calma. — Eu não quero soar alarmista ou fatalista, mas você nunca sabe o dia de amanhã. Você nunca sabe o que pode acontecer. Você pode estar vivendo sua vida, tranquilamente, com o seu amor e um dia ele morrer inesperadamente por uma picada de abelha. Você pode achar que tem a vida toda com a pessoa e hoje ser o último dia. E isso para qualquer pessoa que você conhece. Perder seu pai… foi a coisa mais dificil que aconteceu comigo. Ainda dói, eu ainda sinto falta dele. Mas se você me perguntasse se eu faria tudo de novo, a resposta é sim. Eu passaria pela dor toda de novo, porque os momentos bons valeram a pena.Porque qualquer dia a mais com o amor da sua vida vale a pena. O amor é coisa mais valiosa que você experimentará na vida. É justo que que os riscos sejam altos. Você não pode esperar que algo que valha tanto não custe nada. Mas o medo da perda não pode impedir você de viver. Se você tiver uma semana com a Penelope ou trinta anos, ainda vale a pena se ela for o amor da sua vida. Se existe uma chance que seja de vocês verem esse amor florescer, dar frutos. Ou só se você passar uma tarde com ela… Eu daria tudo, tudo para passar uma tarde a mais com seu pai.
    Eles ficaram em silêncio por um tempo.
    — Eu só quero que você seja feliz. — Violet falou por fim. — E se você acreditar que ela possa ser a pessoa…
    — Disso eu não tenho dúvidas. Eu não deixei de amá-la um minuto se quer.
    — Meu menino, então tenha coragem. Você sempre foi o mais destemido dos seus irmãos. O que subia mais alto nas árvores, o que ia mais distante no mar. O que viajava para mais longe. Está na hora de você fazer isso pelo seu coração também.
    — Mesmo que ele se parta de novo?
    — Tenhamos fé. Ela te ama, sabe?
    — Eu sei.
    — E amor pode não ser tudo, mas alinhado com uma boa dose de boa vontade, ele é o suficiente.
    — Obrigado, mãe.
    — Ah, não me agradeça ainda. Eu espero ter lindos netinhos ruivos em breve. — Colin riu.
    — Sophie está grávida! É de se esperar que que isso fosse satisfazer a senhora por um tempo.
    — É claro que eu estou feliz e satisfeita, mas quem disse que eu preciso me contentar com apenas dois netos? Falando nisso, tem uma loja aí em Nova York que vende um tipo específico de carrinho de bebê, que eu andei dando uma olhada, eu vou querer que você encomende um para o seu irmão.
    — ENcomende?
    — Eles são feitos por encomenda.
    — Está bem.
    — Tem também algumas outras coisas… — E sua mãe começou a passar detalhes de lojas de bebê e apetrechos para o seu novo neto, até que Colin se perdeu e pediu que ela mandasse para ele por escrito, as coisas e as lojas ele prometeu que iria, pessoalmente, atrás daqueles itens. — Mas não demore para voltar, filho. Sinto sua falta. Tinha me acostumado com sua presença aqui.
    — Eu também sinto sua falta, mamãe. Sinto falta de todos vocês aí.
    — E  lembre-se, se no fim, tudo der errado, você sempre terá o colo da sua mãe para recorrer. — Então seu celular vibrou. Era uma mensagem de Penelope.
    — Preciso ir.
    — Vai encontrá-la?
    — Ela quer patinar no Rockfeller Center.
    — Ela sabe que você é um péssimo patinador, não sabe? — Violet riu.
    — Eu tentei avisar.
    — Bem, não vou manter você ocupado. Bom encontro, filho. Divirta-se. E mande um beijo para Penny..
    — Pode deixar. E mãe?
    — Sim?
    — Eu te amo.
    — Eu também te amo, meu menino.
    Colin sorriu para o telefone antes de de abrir a mensagem de Penelope. Sua mãe sempre tivera uma forma de alcançá-lo. Anthony e Benedict sempre foram mais ligados ao pai, mas Colin sempre tinha sido um “filhinho da mamãe”. Ele sempre levou os conselhos que sua mãe lhe deu muito a sério, ele sempre a levra em consideração. Talvez por isso não tivesse sido repreendido tanto quanto seus irmãos crescendo (ou porque ele, ao contrário dos irmãos, sempre assumia sua culpa e sabia parecer sinceramente arrependido). O importante é que as palavras de Violet eram importantes para COlin. E se ela acreditava que ele poderia fazer aquilo de novo… talvez ele devesse.
    “Acordei.” Era a mensagem de Penelope, seguido de uma foto dela, ainda na cama. O coração de Colin deu um pulo. Ela era tão linda que parecia injusto.
    “Dormiu bem?” Ele respondeu, enquanto se vestia para encarar o frio que estaria lá fora.
    “Como um bebê. Por que as camas de hotel são sempre melhores que as nossas?”
    “Você só deve ter ficado em bons hotéis então, porque eu dormi em umas tenebrosas.”
    “Está pronto para o nosso passeio?”
    “Acabei de sair do banho, ia me vestir, mas minha mãe me ligou, estou agora escolhendo o que vou usar para te seduzir.” Ele respondeu brincando com a temática do dia anterior.
    “Você quis dizer que você está pelado?” Ela respondeu.
    “Não, sua tarada! Estou de cueca.” E então ele riu, mas tirou uma selfie sua, sem camisa, e mandou para ela.
    “Ok, então você sabe exatamente o que vestir para me seduzir. Nada.” Ela mandou o que fez ele gargalhar. “E também, é impressão minha ou você andou malhando?”
    “Tinha que queimar a energia acumulada.” Ele respondeu.
    “Pessoas normais se entopem de sorvete.” Ela mandou em seguida. “Não que eu esteja reclamando, você parece ter saído de uma série da CW.” Colin gargalhou.
    “Vai se arrumar.”
    “Estou indo. Poderia me mandar outra foto? Só em caso deu não ter a chance de ver pessoalmente.”
    “Já me vesti, sua tarada.”
    “Mas que tristeza. Vou me arrumar então.”
    “Te vejo em meia hora?”
    “Está bem.”
    Colin terminou de se arrumar, checou os emails e então as mensagens dos irmãos. Tudo com um sorriso no rosto, porque tinha conversado com Penelope. Porque iria passar o dia com ela. Talvez sua mãe tivesse razão. Não, no fundo ele sabia que sua mãe tinha razão. Talvez Penelope o deixasse novamente. Talvez ele não fosse suficiente para ela, mas estar perto dela era tão bom! Era um clichê, ainda que verdade, mas ela o fazia sentir de uma forma que ninguém jamais fez.
    Ele apenas mandou os irmãos cuidarem da própria vida, enquanto Eloise se gabou de ter detalhes por causa da Penelope. Quando ele estavva trancando o apartamento seu telefone tocou e ele atendeu sem ver quem era.
    — Alô.
    — Cols.
    — Fala peste. — Ele respondeu ao escutar a voz da irmã.
    — Você está indo encontrar a Penny?
    — Sim, Elo.
    — Você quer escutar a versão irmã, psicóloga ou melhor amiga?
    — Que tal nenhuma?
    — Revisite as opções. Te dei essa? Não.
    — Está bem. A versão psicóloga.
    — Sério? Achei que você ia preferir a versão irmã.
    — Rápido Elo, eu só demoro dez minutos até o hotel da Peps e eu estou saindo de casa agora.
    — Está bem, está bem. Eu não quero que você se magoe mais. Eu consigo entender porque você está cauteloso. Mas a Penny vem trabalhando muito nas inseguranças dela. Ela tem visto menos a família tóxica, tem ido a terapia. Ela está tentando Cols. E claro, não há garantias. Nada na vida tem. Talvez, para você se sentir mais seguro, vocês devam ir devagar. Voltar a sair sem compromisso antes de namorar sério. Para que você reconstrua aos poucos essa confiança no amor dela, assim como ela também consiga aprender a lidar com os comentários sobre vocês dois juntos.
    — Na verdade, é um conselho muito bom.
    — Sério? — Eloise pareceu surpresa, o que fez ele rir.
    — Sim, mas só tem um problema, irmãzinha.
    — Qual?
    — Eu não sei ir devagar se tratando dela. Eu sei que eu quero passar o resto da minha vida com ela.
    — ENTÃO MAS QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ ESPERANDO, SUA ANTA?
    — Tchau, Eloise.
    — Colin Bridgerton, se a Penelope me volta sem você, eu… — Mas Colin desligou o telefonema quando ele virou na rua do hotel e viu Penelope esfregando as mãos na porta, no mesmo casaco que ela usava no dia anterior, mas com um gorro creme e luvas. Ela abriu um sorriso enorme ao vê-lo e Colin simplesmente soube.
    Ele sempre voltaria para ela. Não importava quantas vezes ela o chutasse. Ele voltaria quando ela estalasse os dedos porque ela o tinha na palma da mãe. Ele não sabia qual era o feitiço que ela o tinha colocado e no fundo ele não se importava. Desde que todos os sorrisos dela fossem assim. Fossem para ele.
    — Sem vestidos provocantes hoje? — Ele perguntou sorrindo.
    — Nunca se sabe o que eu tenho debaixo desse casaco. — Ela levantou uma sobrancelha. Depois riu. — Não, hoje temos um suéter e duas blusas.
    — Igualmente sexy.
    — E você?
    — Absolutamente nada embaixo desse casaco.
    — E se a gente cancelasse esse passeio e apenas subisse para o meu quarto? — Ela perguntou. Ele riu.
    — Não senhora. Até porque minha mãe me deu uma lista enorme de coisas de bebê para encomendar.
    — Vamos as compras? — penelope sorriu.
    — Sim, mas antes vamos tomar café. Tem uma cafeteria muito boa perto da estação de metro.
    E então, meio que por hábito, meio que por vontade própria, a mão de Colin procurou a dela, e mesmo as duas estando com luvas grossas pelo frios, aquele toque pareceu correto. Pareceu acalmar a inquietude de Colin novamente. Penelope encarou aquilo e não falou nada. Ela apenas sorriu e ele sorriu de volta.
    Eles comeram e pegaram o metrô até o centro de Manhattan, onde ficavam a maioria das lojas eo Rockfeller Center e tudo já estava em clima de natal. Colin veio contando a Penelope sobre o livro e como estava na última parte e deveria sair ano que vem. Ele também contou sobre a proposta de emprego que recebeu sobre o Himalaia e sobre as exposições. Penelope escutou com calma e deu sua opinião sobre tudo (ela jamais subiria o Himalaia, mas ele tiraria boa fotos, ela tinha certeza) e os dois chegaram a primeira loja de bebê, a do carrinho, que estava arrumada com decoração de natal.
    Eles entraram na loja, que na opinião de Colin, parecia só uma loja superfaturada de carrinhos de bebê e uma mulher veio em sua direção.
    — Boa tarde, como posso ajudá-los? — penelope encarou Colin que pegou o telefone do bolso e falou.
    — Eu estou procurando um carrinho de bebê. Espere um momento. — Ele leu o nome do carrinho.
    — Esse carrinho tem um tempo de manufatura de três meses.
    — Está tudo bem. — Penelope sorriu para ela e se virou para Colin. — Dá tempo, não dá?
    — Acho que sim. Vocês entregam em Londres?
    — Podemos providenciar a entrega sim. Eu bem reparei no sotaque de vocês. Estão aqui para fazer o enxoval? É o primeiro filho de vocês?
    — Ah não, não é pra gente. — penelope corrigiu.
    — É para o nosso sobrinho. — Colin falou. — Ou sobrinha.
    E então a moça os levou para uma área onde eles poderiam escolher detalhes personalizados do estofamento e tecido do carrinho onde ele só fez  uma careta e deixou Penelope escolher. Ela recorreu ao couro marrom e verde, porque segundo ela, lembravam os olhos de Sophie. Eles acabaram encomendando também uma cadeirinha de carro e uma espécie de balanço automático? Colin achou interessantes, mas Penélope ficou animada, então eles pagaram tudo e foram para próxima loja de bebê que ficava na rua seguinte.
    A manhã dos dois passou rapidamente, de loja de bebê em loja de bebe, cumprido a lista que Violet tinha dado a eles, e os dois também fazendo compras próprias, para o bebê que estava chegando e presentes de natal para Edmund. Lá pela terceira loja eles deixaram de desmentir que o presente era para o sobrinho deles. As pessoas perguntavam se era o primeiro filho e os dois riam em concordância. Estava muito cedo para saber o gênero, Penelope respondia. Mas eles estavam muito animados, Colin completava.
    — Estou faminta. — Penelope disse ao sair da última loja.
    — Você quer almoçar em algum lugar decente ou gostaria de provas as famosas comidas de rua NY?
    — Elas não vão me dar uma intoxicação alimentar, vão? Mês passado eu comi peixe e batatas em Bloomsbury e passei uma semana colocando tudo para fora.
    — Você não sabia, mas já era a pequena Agatha dando sinal. — COlin apontou para um carrinho de rua de pretzels.
    — Agatha?
    — Nossa filha.
    — Eu sempre quis Jane. Como em Jane Austen.
    — Eu acho Agatha um nome tão lindo. E começa com A, como uma boa Bridgerton. — Ela sorriu.
    — Está bem. Mas se for menino eu escolho. — ela falou dando uma mordida no pretzel e Colin pensou que aquela poderia ser a vida deles. Aqueles poderiam ser eles no futuro. Viajando juntos para novos lugares, discutindo nomes de bebê. Planejando uma casamento. Uma vida.
    — Como você está se sentindo? — Ele perguntou.
    — Bem. — Ela respondeu. — Se vai dar uma dor de barriga ou não saberemos mais tarde. — Ele sorriu.
    — Com relação a nós. E os outros. Os olhares e os comentários que te incomodam. — Penelope parou. Ela encarou ele, os cantos da noca sujos de açucar. Os olhos brilhando tanto quanto o céu aquela manha. Azuis como uma mãe ensolarada de inverno, aquela seria a melhor definição.
    — Para ser honesta, eu não reparei. — Então ela sorriu, ampla e abertamente. — Eu não reparei! Nem ontem, nem hoje. Bom, talvez eu tenha reparado na hostess do restaurante te dando uma secada, mas ela apenas deu de ombro. Mas no restante, na rua… eu estava focada demais em você. Em matar saudade das suas expressões, dos seus  sorrisos. Em fazer você me querer de volta.
    Eles estavam parados embaixo da árvore do Rockfeller Center. Mesmo que não estivesse anoitecido ainda, a árvores estava acesa e era algo de outro mundo. O ringue de patinação estava logo a frente onde dezenas de pessoas e crianças se aventuravam, riam, caiam. Havia um áurea de paz agitada naquele lugar. Uma onda de felicidade.
    Colin sentiu seu coração bater tão descompassadamente que era possível senti-lo em seus ouvidos, era possível sentir em qualquer parte do seu corpo. Colin tirou as luvas, mesmo que estivesse muito frio, ele queria tocar o rosto dela. Ele pegou a mão livre de Penelope e levou ao se peito e segurou lá. A outra ele tocou o rosto dela.
    — A única coisa que eu sempre quis foi que você dividisse seus medos e suas angustias comigo. Eu sou capaz de entender, acredite, eu não só um rostinho bonito. Eu não espero que um dia para noite todas as inseguranças e medos sumam. Não é assim, se fosse assim eu já teria feito isso com as minhas anos atrás. Mas eu quero ser a pessoa com quem você as confidencia. Eu quero ser seu ombro amigo se alguém um dia fizer voc~e se sentir mal sobre si mesma. Eu quero ser a pessoa a te lembrar que você é maravilhosa, é perfeita.
    — Eu não sou perfeita, Col. — Mas mãos dela segurou com força a camisa dela e havia emoção nos seus lindos olhos.
    — Você é para mim. Se um ano atrás me perguntassem qual era a mulher perfeita, eu diria que não existe tal coisas. Mas então a gente se tornou amigos, depois namorados, depois eu fiquei sem você o suficiente para compreender que você é perfeita. Para mim. Eu conheço todas as sua qualidades e seus defeitos, seus medos e suas manias, e para mim, você é perfeita com cada uma delas. Por cada uma delas. E eu te quero tanto, Peps! Tanto que eu nem sei lhe dizer. Mas eu preciso que você me prometer que não vai me excluir. Que não vai me deixar de fora quando algo ruim acontecer. Porque eu preciso ser querido também. Eu preciso ser necessário. E tudo bem se eu não for para mais ninguém, mas eu preciso ser para você.
— Você é. Acredite Colin, você é. Cada pedaço do meu coração, cada sonho, cada desejo. São sobre você. Me perdoar por ter feito uma confusão tão grande com meus medos que te fiz acreditar o contrário. Eu te amo. Eu te amo tanto que apenas seu sorriso me deixa feliz. Mesmo que você não queira mais nada comigo, se eu souber que você está feliz, eu vou ser feliz. Mas eu também nunca vou amar outra pessoa, porque meu coração é seu. Meu amor, minha paixão, meu desejo. E eu sei que não sou sempre estável nem confiante, mas eu prometo que eu vou tentar que não seja algo entre nós novamente, se você estiver disposto…
Mas aquilo era tudo que Colin queria. Ele sabia que era verdade. Ele sabia que ela ia tentar e eles dariam um jeito. Talvez nem sempre ela conseguisse, mas ele acreditava nela. Que ela faria o seu melhor, que o amava e o queria, e também, ele tinha passado tempo demais sem beijá-la.
Ele interrompeu ela colando os lábios no dela. Seu coração parecia que sairia pela boca e Penelope ficou surpresa por um instante e então retribuiu. E novamente, ele se acalmou. Quando ele era jovem, sempre acreditou que o amor deveria ser algo inquietante, avassalador. Mas a idade e a experiência o mostraram que o melhor tipo de amor não é o que te perturba, é o que acalma. O que faz com que todos os seus anseios e vozes interiores se acalmem. Porque beijar Penelope o fazia se sentir bem. Completo, em paz. Penelope suspirou, levando a mão live  aos cabelos dele  enquanto ele a puxou mais  perto, e o beijo se intensificou. A paixão começou a falar mais alto, e a língua dele encontrou a dela, também ávida. Também exigente. Ele apertou ela pela cintura e então uma voz desconhecida falou.
— Tem crianças aqui! — Penelope começou a rir, os lábios ainda colados nos seus, e ele relutava em deixá-la, mas ela se afastou mesmo assim. Quando ele a encarou, Penelope estava vermelha e radiante.
— Eu te amo tanto. — Ele falou consertando o gorro na cabeça dela, ajeitando a franja.
— Tem certeza? Essa é a sua última chance de escapar de mim. Porque se você me aceitar de volta eu vou grudar em você que nenhuma escalada do Everest vai separar.
— Você escalaria o Everest?
— Nas suas costas, como uma mochilinha. É a vantagem de ser pequena. — Colin a abraçou.
— Já fui no Everest, não tenho nenhuma pretensão de voltar. O Himalaia é algo que podemos ver, juntos. Tudo que fizermos agora, será pensado em nós, no nosso futuro. O que você me diz?
— Eloise me disse que devíamos ir com calma. — Ela falou mordendo o lábio.
— Ela me veio com essa lorota também. — Colin fez uma careta e Penelope riu. — Mas assim que a gente voltar podemos enxotar ela pra fazenda do Phillip e você e eu podemos nos mudar.
— Se você acha que vai simplesmente se enfiar no meu apartamento sem nenhum anel no meu dedo, está muito enganado. — Ela falou, rindo. Penelope tinha um sorriso de orelha a orelha agora.
— Eu tenho um método ou outro, mas podemos providenciar isso do anel.
— Eu estou brincando! Meu plano é te acorrentar a cama até o próximo ano.
— Eu não estava, podemos aproveitar e passar na Tiffany. Você ama aquele filme mesmo.
— Não pense que vai fugir do ringue de patinação com promessas de noivado, Colin Bridgerton. Vamos alugar um patins antes que acabe!
— E se nós só formos para casa e transarmos até alguém pedir arrego?
— Depois. Agora eu quero patinar. — Ele choramingou.
— não quero começar nosso namoro com você me vendo falhar e ser nada atlético.
— Então você vai ter que me compensar atleticamente depois. E vamos lá, eu prometi vídeos seu caindo de bunda para seus irmãos.
Colin revirou os olhos, mas a seguiu. E claro que ela era seria graciosa e uma excelente patinadora, enquanto ele estava firmemente agarrado a barra lateral na maior parte do tempo. Penelope patinava ao seu lado, dava voltas ao seu redor, andava de costas, na sua frente, tentando o convencer a soltar a barra.
— Você está se exibindo.
— Um pouco. — Ela riu. — vem me dê a mão. Vamos patinar de mãos dadas como um casal em todos os filmes de natal.
— Peps, eu possuo zero equilíbrios nisso. Olha meu tamanho. Olha a finura deste negócio!
— Vamos, Col, você não vai se afastar da lateral, apenas solte a barra e segure minha mão.
Colin teve uma visão de como seria a vida deles. Cinquenta anos de discussões perdidas para ela e depois para garotinhas que se parcessem exatamente como ela. Ele faria tudo pra sempre vê-la assim.
— Então tá. Se eu quebrar o braço, você se entenda com minha mãe.
— Eita que homem dramático. — Ela parou ao lado dele e segurou sua mão. — Solta  barra meu amor. — Ele sorriu ao escutar ela falar aqui e soltou. E levou um tempo para se equilibrar.
— Agora deslize. Devagar. Não tente me acompanhar, eu vou te acompanhar.
Ele tentou. E caiu. Uma. Duas. Três vezes. Na quarta Penelope já estava filmando. Ele falou meia dúzia de palavrões, recebendo olhares feios dos adultos e risadas das crianças. Quando ele caiu de novo, dessa vez levando Penelope com ele, ele se recusou a levantar.
— Chega.
— Está tudo bem, Cols. Eu ensinarei nossos filhos a patinar.
— Nossa filha nunca vai ter um negócio desse, é muito perigoso.
— Eu deixo você embalar ela em plástico bolha. — Coli a olhou, sentada ao lado dee, ainda deitado no gelo, as pessoas passavam pelos dois olhando. — Vamos embora?
— Por favor. Para onde você quer ir agora? Pensei eme de noite te levar para o bar dos meus amigos. Eles adorariam te conhecer.
— Podemos pensar nisso depois. Agora nós temos duas opções: seu apartamento ou meu hotel.
— Meu apartamento.
E Colin se levantou em um pulo.
Eles voltaram para o apartamento de Colin em silêncio confortável, às vezes quebrado por planos de lugares para visitar em Nova York : uma peça em cartaz na Broadway, uma exposição no Met, uma livraria famosa, presentes de natal e planos pro futuro. Planos para o próximo ano. Planos de viagem, planos de vida. Colin talvez fosse uma manteiga derretida, mas aquilo tocou fundo no seu coração. Ela encostou a cabeça em seu ombro e abraçou seu braço e Colin entrelaçou os dedos aos delas. As mãos dela eram tão pequenas perto das suas e ele ficou apenas admirando como mesmo assim se encaixavam. Como se ela tivesse sido feita especialmente para ele, dos sonhos que ele nem sabia que tinha.
— Pelo menos dessa vez eu so te fiz esperar um dia. — Penelope riu.
— Eu esperaria a vida inteira por você. Você vale a pena, sabe? — colin beijou o topo da cabeça dela. — Mas vamos zerar essa conta. Você nunca me deve nada, eu jamais ia querer que você ficasse comigo por algum senso de obrigação. Gosto da nossa história como é. Você veio para mim quando estava pronto e mesmo assim eu não soube lidar direito, na adolescência teria sido um desastre. Agora estamos prontos. Esse é o nosso momento. Temos o agora e todo o futuro pela frente.
— você fala coisas tão bonitas…. —- ele disse dando um beijo embaixo do lóbulo dela.
— Espere até escutar o que eu tenho a dizer quando estivermos sozinhos.
Antes que Colin abrisse a porta do apartamento, ele e Penelope estavam aos beijos. O romantismo e a suavidade tinham dado espaço para a paixão e a saudade e os braços de Penélope tentavam fazer com que Colin perdesse o casaco. As mãos de Colin puxava ela para perto, tocando, alertando, sentido novamente o corpo dela perto ao seu.Ele encostou contra a porta, ainda do lado de fora, pressionando sua ereção contra ela enquanto ela gemia seu nome.
— É melhor entrarmos, ele falou passando os dentes no pescoço dela. Minha vizinha da frente é uma senhora de setenta anos.
— Aham. — Penelope concordou, enfiando as mãos por baixo do suéter de coline passando a unha no abdômen dele.
— Nunca liguei pra essa coisa de tanquinho mas me sinto me pegando com um ator de Hollywood.—Colin riu e afastou o suficiente para enfiar a mão no bolso e pegar as chaves para abrir a porta. Penelope pegou seu gorro que estava no chão e riu ao olhar para ele e seu estado nada discreto. Ele abriu a porta ainda a encarando e quando ela passou, sorrindo para ele, Colin deixou o casaco cair no chão e bateu a porta com baque. Penelope a encarou e tirou o próprio casaco jogando em cima do dele, junto com as luvas e o gorro e então tirou também o próprio suéter e as blusas que estavam por baixo. Ela usava um sutiã em um tom de vinho e desafiou o colin a fazer o próximo movimento.
Colin não pensou muito quando a puxou para a si em um movimento rápido, e a imprensou novamente contra a porta. Dessa vez ele a levantou, de forma que os seios dela estivesse mais próximos de sua boca e ela passou as pernas ao redor de sua cintura.
— Olá meus queridos. Finalmente nos encontramos novamente. Sentiram minha falta?
Então a boca dele estava explorando os seios dela novamente, e ele sentiu o bico de um deles se endurecer entre seus dentes. Penelope gemeu seu nome e Colin mordeu eu um pouco mais forte e então o soltou segurando o outro com a outra mão, apertando, massageando entre os dedos para que não ficasse com inveja do irmão que estava recebendo atenção dele se outra forma. Ele sentiu Penelope se arquear movendo a virilha contra ele.
— Da para você tirar o caralho dessa roupa? — Ele riu e a apoiou mais firmemente contra porta enquanto usou uma mão para se livrar do suéter e da blusa. Penelope o encarou com um olhar faminto então levantou as duas mãos para cima.
— Obrigada Deus, por me dar uma segunda chance nesse parquinho de diversões e eu prometo ser uma boa menina daqui para frente.
— Não é isso que eu estou esperando para hoje. — ela sorriu e puxou ele pela nuca para um beijo, apertando ainda mais as pernas em torno dele. As mãos dela começaram a explorar seu torso enquanto a boca dele desceu para sua orelha, e então seu pescoço, mordendo e puxando a pele ali. Penelope retribuiu puxando os cabelos dele para que ele sua boca retornasse a dele então as mãos dela desceram pelo abdômen dele e colin usou uma das mãos para tocá-la por cima da calça mesmo. Ela gemeu em sua boca.
— Por favor, Colin.
— Para que a pressa? Nós acabamos de chegar. As coisas que eu quero fazer com você… Melhor eu te levara para o quarto, onde eu possa te deitar na cama e apreciar cada pedaço do seu corpo. Onde eu possa beijar cada pedaço de pele até que você esteja toda vermelha e…
— Pelo amor de deus! Eu não transo há seis meses. — Ela falou, segurando o rosto dele com as duas mãos para que ele a encarasse. — SEIS. MESES. Estou por aqui de dedos. Depois você pode fazer o que quiser comigo. Agora por favor, por favor, apenas tire essa calça e me coma de uma vez.
Colin poderia ter rido, mas não riu. Entendia o apelo. Ele também não transava a seis meses. Então ele a pôs no chão e procurou pela carteira no bolso do casaco de inverno e tirou a camisinha de lá. Penelope não sorriu quando ele começou a desabotoar a calça. Ela o encarou como se ele tivesse fazendo algo muito importante e em um minuto, rapidamente se livrou das suas, de forma que ele não pudesse apreciar. Então eles estavam se beijando novamente.
— Quarto? Sofá? — Ele arfou enquanto a mão dela pressionou seu pênis.
— Aqui está  ótimo pra mim.
Se ela queria ali, ali seria. Ele a levantou novamente com um impulso e ela estava de novo contra a porta. A luz de fim de tarde do dia entrava pela janela e faziam os cabelos de penelope brilharem num tom acobreado quase místico e quando colin entrou nela, Penelope estava apertada e úmida e ele precisou se concentrar muito para não gozar na primeira estocada.
— O que foi? — Ela perguntou.
— Também faz seis meses para mim sabe? Não quero fazer feio na nossa segunda primeira vez. — Os de Penelope brilharam.
— Você não ficou com ninguém nesse meio tempo?
— Não existe ninguém pra mim alem de você, Peps. Ninguém.
Penelope se moveu e o puxou para um beijo, então eles encontraram um ritmo, que logo ficou mais rapido, e em algum momento ele parou de se preocupar se as costas dela estavam batendo contra a porta, enquanto ela cravava as unhas em seu ombro e gritava seu nome.
Horas mais tarde, o sol já tinha se posto e Penelope  estava deitada em seu peito e ele fazia um carinho em suas costas enquanto ela precisava brincar com seu abdômen.
— Eu realmente gostei disso de tanquinho.
— Eu vi. — Ele riu.
— Não deveríamos estar nos arrumando para ir encontrar seus amigos? Eu preciso ir no hotel me trocar.
— Precisamos ir jo hotel buscar suas coisas. Não faz sentido você ficar lá. Quero voce aqui, comigo.
— Está bem. — Ela depositou um beijo no seu peito. — Deus eu estava fora de forma. Algo me diz que nao estarei andando amanha, o que dirá patinando. — Colin gargalhou.
— Quando você precisa voltar pra Londres?
— Não sei.
— E seu trabalho?
— Eu tinha ferias acumuladas de qualquer jeito e… eu andei trabalhando no meu livro. Ele está pronto. Acho que… está na hora de eu publicar minhas próprias histórias.
— Você vai me deixar ler dessa vez?
— Sim. — Colin a encarou e ele ajeitou a franja dela. — Você vai voltar para casa comigo? — Ela perguntou.
— Eu estou em casa. Meu lar é qualquer lugar em que você esteja. Mas sim, eu vou voltar para Londres com você. Afinal, o almoço de família essa semana vai ser muito interessante.

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