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Capítulo 2

"Nós sabemos que cada Bridgerton tem uma característica marcante. ( Se você acompanha esse blog e não sabem quem são os Bridgertons, você não acompanha esse blog. Se você é novo aqui, eu sugiro usar a barrinha de busca). Mas como eu ia dizendo, você pode amar ou odiar os Bridgertons por várias razões, mas por favor, odeie ai na sua casa. Essa blogueira aqui tem um lugar no coração guardado apenas para eles, afinal quando nada acontece, eles ainda dão notícia para esse site."

Blog da Lady Whistledown, 2011.

Colin chegou no seu quarto de hotel levemente zonzo. Ainda era cedo, passava pouco das nove horas da noite e a Cidade do México fervilhava. Mas ele estava cansado. Odiaria admitir para qualquer pessoa, mas aos 29 anos já não tinha o mesmo pique que aos vinte, e a terceira noite seguida de comemorações iria o tornar imprestável no dia seguinte. E honestamente, já não queria estar ali. As gravações do documentário acabaram tinha mais de duas semanas e ele ficou trabalhando ali mesmo, mas poderia fazer os ajuste de qualquer lugar. E ele já estava começando a ficar inquieto. Ok, se ele fosse honesto ele estava inquieto a mais tempo que isso, mas era uma inquietação diferente dessa vez. Colin sempre fora inquieto, desde pequeno. Quando criança, havia sido diagnosticado com hiperatividade, mas nos anos noventa, quem não foi? Mas ele sempre se sentira assim. Agoniado. Isso fez com que ele aceitasse o emprego de assistente de fotografia que o Mark Jonhson ofereceu a ele aos dezoito anos e saísse mundo afora pela National Geographic antes que sua mãe pudesse convencê-lo a ficar e frequentar Cambridge como seus irmãos. Ela não pediu para ele não ir, apesar de sempre pedir para ele ficar um pouco mais. Dona Violet sempre soube que Colin precisava encontrar seu lugar no mundo, e para isso ele precisaria testar todos os lugares.

Aparentemente, também não era o México.

Ele deitou na cama e pegou o telefone, que tinha dezenas de mensagens. Ignorou Celina, os amigos e outras mulheres e continuou passando até ver que tinha muitas mensagens no grupo da família. Sorriu. Morria de saudade de seus irmãos. Quando abriu o grupo ficou levemente confuso. Era verdade que não era lá o correspondente mais fiel, mas o que estava acontecendo? Ele não sabia se culpava a tequila ou o fato de que todos falavam ao mesmo tempo. Colin largou o celular na cama, tomou um banho, pediu uma pizza e voltou pro grupo da família. O assunto começou com uma notícia de Francesca saindo com o Stirling.

- Mas ela está sempre grudada no Stirling, desde de sempre. Até eu sei dessa. - Colin bufou. Então ele percebeu que não era o de sempre. - Tem dois? Frannie, Frannie. - Ele riu e respondeu a mensagem do grupo com olhinhos.

Continuou lendo quando entendeu realmente qual era o assunto: o atual namorado da Eloise, que ele não conhecia ainda, havia traído ela e sua irmã tinha descoberto pela Lady Whistledown.

- Fofoqueira de uma figa.

Ele abriu o link e depois entendeu que não havia sido ela a noticiar primeiro. Ele abriu a foto, depois o perfil do cara. Desejou estar em casa para abraçar a sua irmãzinha. Desejou estar em casa para segurar esse otário enquanto o Anthony quebrava a cara dele. Continuou a ler o grupo enquanto os irmãos e a mãe se preocupavam com a Elo, ele respondeu algumas mensagens, e então viu que a irmã respondeu, dizendo que estava chateada, mas bem. Quando seus irmão perceberam que ela estava falando a verdade, o tom mudou. De preocupação, os Bridgertons passaram a tirar com a Eloise, mandando as melhores zoações da internet, e sua mãe extremamente consternada com tudo. Colin riu e ficou genuinamente triste por não ter participado.

Depois o assunto mudou para o casamento do Benedict que aconteceria em três meses e então o almoço de noivado de Daphne que aconteceria neste domingo. Não era a festa oficial ainda, e ele sabia que a irmã faria uma festa enorme, era só a comemoração da família. Por fim, o assunto se tornou a Penelope, amiga da Eloise, já que a irmã disse que amiga não estava querendo ir, pois se sentia uma intrusa, e recebeu protestos de todos, incluindo da sua mãe. Até ele achou absurdo. Penelope era melhor amiga da Eloise desde sempre, e tendo em vista a família que ela tinha, a sua tinha acolhido ela. Se parasse para pensar, quase todos os eventos de sua família nos últimos dez anos, Penelope esteve ali. Sempre quieta, quase sempre calada e grudada em Eloise. Sempre rindo. Como duas meninas que sabem algo que os outros não. Sim, Penelope era da família. Então ele continuou lendo e viu que sua mãe estava tentando casar Penelope na família. Ele riu. Tão Violet! Ele não terminou de ler pois recebeu uma mensagem da Daphne.