Capítulo 11

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Ellen

Passar uma noite na companhia de Diogo havia sido maravilhoso. A companhia dele era agradável e me deixava leve, espontânea.

Eu não me sentia daquele jeito nem mesmo com Otávio.

Mas já fazia dois dias que eu não o via. E mesmo assim, meus olhos sempre me traíam, direcionando-se para a porteira, em uma esperança tola de encontrá-lo ali.

— Bom dia, menina.

Sr. Arnaldo cumprimentou assim que adentrou o quintal, com sua enxada nas costas como de costume.

— Bom dia, Arnaldo. Como o senhor está? — A cada dia que passava, eu me apegava mais aquele senhor tão simpático e que me ajudava tanto.

— Levando a vida. O Pedro está bem?

O carinho que ele tinha por meu filho, fazia com que eu gostasse ainda mais dele. Toda e qualquer pessoa que tratasse meu filho bem, já tinha um lugar garantido no meu coração.

— Dormindo ainda.

— Bom. Vou ver como está a Jurema. Aquela vaca deve criar hoje ainda.

Jurema era uma das vacas da propriedade que estava prenha, quase ganhando o bezerrinho. Seria o primeiro filhote desde que me mudei para aquele lugar, e eu estava muito empolgada.

Quando Sr. Arnaldo descia para a mangueira, onde estava a vaca, entrei na casa para passar um café para nós. Quando estava pronto, preparei duas xícaras e desci para encontrá-lo.

— Seu Arnaldo, preparei um café para a gente. Como andam os trabalhos com Jurema? — comecei a falar antes mesmo de entrar no lugar.

Quando me aproximei mais da mangueira, consegui ouvir duas vozes, provavelmente alguém havia se juntado com Arnaldo enquanto eu estava fora.

A segunda voz, antes mesmo que eu pudesse distinguir quem era, fez o meu coração parar por breves segundos. Aquela efêmera bombeada irregular em um órgão que a tanto eu não sentia reviver em meu peito. Parei de caminhar, sentindo meus pés pararem no meio do caminho.

— Ela é uma mulher maravilhosa — era a voz de Arnaldo.

— Eu sei que é. — Diogo concordou.

Eu não queria me intrometer na conversa deles. Mas fiquei curiosa para saber de quem falava. Um pedacinho dentro de mim, torcia para que fosse sobre mim.

— E ela é muito batalhadora. Criar um filho sozinha. E olha o que ela está fazendo com esse lugar. Nem parece o mesmo de um mês atrás.

— Eu admiro Ellen cada dia mais, Sr. Arnaldo — a voz de Diogo estava carregada de um sentimento que eu não conseguia distinguir.

Era sobre mim que eles falavam, então... Um sorriso bobo fez meus lábios se contorcerem. Mas era errado ouvir conversas alheias, então aprumei minha postura e comecei a caminhar em direção a eles enquanto voltava a falar.

— Hora do café quentinho.

Quando entrei no lugar, os dois se viraram para mim. E inevitavelmente, meus olhos recaíram em Diogo.

Ele usava uma camisa de flanela, uma calça jeans desbotada, nos pés uma bota e o chapéu sobre a cabeça.

Quando levantei meus olhos para ele, vi que também me analisava dos pés à cabeça.

— Oi... Não sabia que estava ai. — Estendi minha mão para cumprimentá-lo.

— Vim ajudar no parto da Jurema. Arnaldo me disse que ela estava prestes a ter o bezerro.

O Cowboy, a Viúva e o BebêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora