Capítulo 25

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Ellen

Eu nunca imaginei que minha vida poderia ser tão boa ao lado de um companheiro, como estava sendo com Diogo.

Ele era uma das melhores coisas que eu poderia ter encontrado na vida. Estava feliz, e completa.

Nas duas últimas semanas, não havia acontecido nada, mesmo que a policia não tivesse dado notícias de quer algo seria feito. Como Diogo havia dito, Leonardo era um homem influente naquela cidade, e ninguém o enfrentaria pelo que eu estava vendo. Mas o importante é que ele não havia voltado, e estávamos felizes.

Preparava o almoço, quando Diogo entrou na cozinha, batendo a botina no tapete para que tirasse o excesso de terra.

— Amor, José me ligou pedindo ajuda na fazenda. Parece que uma das vacas entrou em trabalho de parto, e o bezerro está enroscado.

— Vai sim, querido. — Continuei virada para a pia, com atenção nas verduras que picava e não me dei conta de Diogo se aproximando de mim, até passar os braços ao redor da minha cintura.

— Você vai ficar bem? — Depositou um beijo no meu pescoço.

— É claro que sim.

A verdade era que desde que se mudara para minha casa, Diogo não me deixava sozinha. Saía apenas quando Arnaldo ainda estava aqui, e voltava antes de que o mesmo saísse. Eu fingia que não me sabia disso, mas Diogo tinha receio em me deixar sozinha.

— Eu volto o mais rápido possível. Qualquer coisa, só me ligar que eu venho correndo.

— Claro, meu cowboy herói.

Ele me virou para si, deu um beijo um pouco mais lento, e saiu com a camionete. Fiquei um tempo observando-o percorrer o caminho até sua casa da minha janela, até que sumiu da minha visão. Virei-me para a mesa, em direção ao meu filho.

— Ei, Pedro. — Meu menino estava no seu bebê conforto sobre a mesa, e soltou alguns sonzinhos assim que chamei por seu nome. Era mágico ver os avanços daquela criança, acompanhar cada evolução dele. — Estamos bem, não é? Estamos felizes, e isso que importa.

Fiz algumas gracinhas com ele, que soltou uma gargalhada contagiante. Além de estar bem, e feliz, Diogo era maravilhoso com meu filho, o que contava e muito, para que eu o amasse cada dia mais.

Alguns minutos depois que ele saiu, ouvi um barulho de sua camionete parando no portão. Não me dei ao trabalho de conferir, apenas olhei para Pedro, fiz uma gracinha em sua barriga, para que risse comigo.

— Parece que o Diogo esqueceu alguma coisa. Vamos dar risada dele? — Antes que Diogo entrass e na cozinha, comecei a conversar com ele. — O que esqueceu? Ou você é tão bom assim, que já terminou o serviço?

Mas ele não me respondeu, o que achei estranho. Mas às vezes ele só estava um pouco mais estressado com o trabalho que tinha pela frente. Mesmo que tivesse saído daqui com um humor excelente.

Antes que eu pudesse falar com ele novamente, ouvi os sapatos batendo contra o piso da cozinha. E faziam barulhos diferentes do costumeiro de sua bota. Imediatamente levantei meus olhos para ele, dando-me conta do quanto estava errada.

Não era Diogo na porta da minha cozinha, e sim Leonardo. O homem que eu passei a temer.

Nenhuma palavra saiu da minha boca, e eu só consegui dar um passo para trás.

— Que é isso, querida. Correndo de mim? Não faça isso, que fico chateado.

Ele lentamente deu um passo à frente em minha direção. Eu estava sem reação no momento, querendo fugir, mas ao mesmo tempo estática sobre o piso embaixo dos meus pés.

O que me fez agir, foi o gritinho de Pedro, como se quisesse me chamar de volta à realidade, como se gritasse por mim.

A primeira reação que tive, foi pegar a faca que usara para cortar os legumes, que ainda estava sobre a pia.

Assim que apontei a faca para Leonardo, ele já estava em cima do meu filho, segurando o seu bebê conforto, mas sem tirar os olhos de mim.

— Saia de perto do meu filho.

— Ou o quê? Vai me furar com essa faca de cozinha? Hoje você não tem aquele cowboy para te salvar, querida. Abaixe isso, e vamos conversar.

Ele levou a mão para perto do meu filho, na intenção de encostar nele. Eu sentia nojo, medo, um misto de sentimentos que não me deixava pensar direito. E assim, me vi correndo para cima do homem que se atrevia a mexer com meu filho, com uma faca na mão. Mas não tive tempo de fazer muita coisa, já que Leonardo segurou meu braço que estava com o objeto, e começou a torcer minha mão.

— Solta isso, sua vagabunda, ou as coisas podem ficar piores para o seu lado — ele falou entre os dentes, a raiva nascendo em seus olhos.

Eu não queria soltar. Seria capaz de enfiar aquela faca em seu coração, apenas por chegar perto do meu filho. Mas a pressão era forte no meu braço e pulso, e não aguentei manter a faca na minha mão. Quando ela caiu no chão, o homem na minha frente a chutou para longe.

Quando ele me soltou, peguei Pedro no colo e me afastei o máximo que conseguia, mantendo-me no mesmo cômodo. Eu deveria correr, trancar-me em algum lugar. Mas sabia que nada impediria aquele homem.

— O que você quer comigo? — gritei com ele.

— Já te falei. Eu tenho plenos direitos sobre você. E se não colaborar, posso arrumar um destino para o seu pequeno também, se isso te interessar.

Sua fala dava para entender que não era coisa boa. Mas nem precisava de uma entonação em sua voz, para que eu soubesse disso.

— Não mexa no meu filho. — Desta vez minha voz saiu um pouco mais falhada. Eu não deixaria que ele fizesse nada com o meu pequeno, nem que para isso eu tivesse que morrer.

— Bom, que tal uma troca justa? — Ele abriu aquele sorriso de lado, que me deixava ainda mais assustada. Era como se ele pudesse, e soubesse disso, ter o mundo aos seus pés. Que tudo o que queria, iria acontecer, mais cedo ou mais tarde. — Se você quer viver com o seu cowboy, aceito o moleque no seu lugar. Afinal, alguém tem que cobrir a divida do seu falecido e querido marido. Ou, se quiser que eu deixe o menino em paz, venha comigo.

E que outra opção eu tinha? Tentar lutar com Leonardo, e ele acabar levando meu filho de mim? Se eu o deixasse ali, logo Diogo apareceria e cuidaria dele. Provavelmente iria atrás de mim, já que sabia quem me ameaçava. Eu só tinha que torcer para que ele me encontrasse a tempo.

— Tudo bem. Eu vou com você. Só deixa meu filho em paz.

Calmamente, coloquei Pedro dentro do bebê conforto novamente e comecei a ir de encontro com Leonardo.

— Você fez uma boa escolha.

Agarrando meu braço, ele começou a me arrastar para fora de casa. Naquele momento foi que comecei a rezar para que tudo terminasse bem.

O Cowboy, a Viúva e o BebêWhere stories live. Discover now