Capítulo 13

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Diogo

Eu estava acordando mais animado do que o costume naquela semana.

E eu sabia muito bem o motivo. Ter um tempo com Ellen, ajudá-la e presenciar a sua força de vontade e o quanto ela estava empenhada em aprender e melhorar todos os dias, fazia com que eu sempre quisesse mais e mais ficar ao seu lado. Nem que fosse apenas para jogar conversa fora.

E era para a sua casa que eu estava indo, no lombo de Tempestade.

Assim que cheguei, desci e deixei o cavalo solto. Ajeitei o chapéu na cabeça e parti para a mangueira, onde estava sendo nosso ponto de encontro de todas as manhãs.

Quando eu chegava, ela já havia começado a ordenhar, e naquele dia não fora diferente, apenas por uma presença nova.

Parei ao lado do carrinho que trazia um menino tão desperto quando qualquer um de nós. Ele brincava com os pés para cima, tentando pegar alguns brinquedos que estavam pendurados no carrinho.

— E ae, garotão. Veio nos ajudar hoje? — Fiz algumas gracinhas em sua barriga, o que arrancou risadas frouxas de Pedro.

Ele era uma criança linda e saudável. E eu me encantava por ele todas as vezes que o via.

— Hoje ele não quis dormir depois que mamou, então resolvi trazê-lo para cá. — Ellen apareceu na porteira assim que ouviu minha voz. —É bom que ele fica ao ar livre, e começa a interagir com tudo.

Olhei mais uma vez para o menino que estava sobre a sombra de uma árvore. Se ele seguisse os passos da mãe, seria um homem incrível. Eu torcia para que isso acontecesse.

— Isso vai ser muito bom para ele. — Fui em sua direção, passando por cima da porteira e pendurando meu chapéu em um prego.

— Hoje eu já adiantei o trabalho.

Olhei para Ellen que tinha um sorriso vitorioso no rosto. A cada dia que passava, ela aprendia uma coisa nova, ou se aprimorava em algo que já sabia.

— Muito bem. Então vamos terminar os serviços que eu tenho coisa nova para te ensinar.

E lá estava o sorriso de alegria dela. Eu havia notado que toda vez que ela se superava, ou aprendia algo, ficava ainda mais radiante. Era como se uma fumaça que obscurecia sua felicidade fosse se dissipando a cada passo que ela dava. Como se tudo aquilo a levasse para uma liberdade que antes não tinha.

Quando terminamos os trabalhos com as vacas, cuidamos do bezerro, e tudo estava pronto, levei Ellen para perto de Tempestade.

— Ele é lindo. — Ela esticou a mão e foi se aproximando aos poucos do cavalo.

— É sim. — Segurava as rédeas enquanto ela dava passos lentos. Minha voz tinha um tom de orgulho.

Aos poucos Ellen foi se aproximando do cavalo, alisando seu pelo e fazendo carinho.

Eu sabia que o meu cavalo era manso, se fosse o contrário, não colocaria aquela mulher em risco, mas ela tinha que ir no seu tempo, tomar a coragem para se aproximar. E a cena dos dois estava linda.

Quando vi que ela estava mais segura ao lado dele, apoiei um cotovelo na lombar do animal e me virei para Ellen.

— Que tal aprender a montar hoje?

O sorriso que ela estava no rosto sumiu, dando lugar a uma careta incrédula e ao mesmo tempo animada. Se é que isso fosse possível.

— Você está falando sério?

— Claro. Como você não tem carro, e o meio de transporte por aqui é mais rápido a cavalo, por que não? E você tem alguns maravilhosos no pasto.

E tinha mesmo. Se eu fosse outro tipo de pessoa, poderia insistir para Ellen vender aquelas belezas de cavalos. E provavelmente conseguiria um preço bom negociando com ela. Mas não era do meu feitio passar ninguém para trás, principalmente... Bom, principalmente alguém que vinha se tornando especial a cada dia que passava.

O Cowboy, a Viúva e o BebêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora