Capítulo 24

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Diogo

Todos foram embora muito tarde. Ellen parecia cansada.

— Como você está? — Abracei-a por trás, apertando seu corpo contra o meu.

— Melhor do que achei que estaria.

Ellen se virou de frente para mim, colocou os braços sobre meus ombros, e me deu um beijo rápido.

— Fico aliviado que você esteja bem.

— Vocês me fazem sentir bem.

Olhei nos olhos dela, sentindo toda a sua intensidade. Toda vez que eu olhava no fundo daquelas íris azuis, eu sentia meu coração bater mais rápido. Desci os olhos para sua boca, e ela fez o mesmo comigo.

Ela quem tomou a iniciativa, puxando-me de encontro à sua boca. Aproveitei que estávamos perto da pia e a segurei pelas coxas, levantando-a e colocando-a sentada.

Quando as coisas estavam começando a esquentar, fomos interrompidos por um choro manhoso vindo do quarto.

Afastamo-nos imediatamente.

— Acho que tem alguém querendo dormir.

— Eu faço isso. Pode tomar seu banho à vontade.

— Jura? — Ela me olhou com expectativas, como se eu fosse fazer-lhe um grande favor.

— Claro. Preciso conversar com meu garotão.

Não deixei que ela reagisse à minha fala, simplesmente dei um beijo rápido nela e me afastei. Queria que Ellen se acostumasse com meu carinho por Pedro, e que isso fosse algo espontâneo, não precisaria de elogios, ou comentários por amar aquele menino.

No meio do caminho, peguei meu chapéu, que estava sobre o balcão.

Quando cheguei ao seu quarto, ele estava se esticando no berço, ainda resmungando. Peguei-o no colo e fui para a cadeira de balanço, que ficava em um canto.

— E ae, garoto, está na hora de dormir.

Ele soltou alguns sonzinhos animado ao me ver. — Você gosta desse chapéu, não é? Por isso que eu o peguei. — Coloquei o chapéu em sua cabeça, que ficava muito grande para ele. — Quando você ficar maior, te dou um igualzinho a este. E quem sabe não te passe esse futuramente.

Ele sorria tentando tirar o chapéu da cabeça.

Seus movimentos estavam um pouco mais lentos, o que era sinal de que estava com muito sono, então tirei o chapéu de sua mão, colocando-o de lado, e comecei a niná-lo, para que dormisse mais rápido.

— Não sou muito bom com histórias, Pedro. Mas posso fazer um esforço por você. — Apertei levemente seu nariz com um dedo. — Era uma vez, um fazendeiro. Ela apreciava a sua solidão, e a considerava uma dádiva. Ele realmente gostava da sua vida, sabe? Era feliz tendo sua família por perto. E do outro lado do mundo, havia uma mulher, uma guerreira. Ela também vivia em meio a uma solidão, mas não a apreciava. Ela ficava mal sozinha. Um dia, ela pediu a Deus, que lhe mandasse um anjo da guarda, para que pudesse cuidar dela, e não ficar mais sozinha. Então ele lhe mandou um lindo bebezinho. Algum tempo depois, o fazendeiro, já estava cansado da sua solidão. E pediu ao mesmo Deu, uma companhia...

Quando olhei para Pedro, ele já estava dormindo. Passei mais um tempo com ele, para ter a certeza de que tinha adormecido. Quando o coloquei no berço, ele se remexeu um pouco, mas não acordou.

— Boa noite, pequeno.

Peguei meu chapéu e quando saí, deixei a porta meio aberta e fui em direção ao quarto de Ellen – que agora seria meu quarto também.

O Cowboy, a Viúva e o BebêWhere stories live. Discover now