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Assim que acordamos, arrumamos tudo e voltamos pro chalé, tomamos café da manhã e decidimos voltar para casa. Hunter deixou Jake em casa e logo em seguida foi em direção para a mansão. Ao entrar no meu quarto, vejo minha mãe sentada na ponta da  cama ao que parece estava me esperando.

— Aconteceu alguma coisa? —tiro a mochila das costas jogando no chão.

— Senta aqui —deu algumas batidinhas na cama ao seu lado.— Se você decidir voltar...muito coisa vai mudar —sento na cama.— Andrew me disse que anda preocupado com você —tocou em uma mecha do meu cabelo. Preocupado?essa era boa.

— Sobre?

— Como para onde vai à noite? —perguntou e dei de ombros.

— Não sabia que estava sendo interrogada —soltou um suspiro.

— Vai me responder ou não? —tocou na ponta do meu queixo erguendo para olhar pra ela.

— Estou fazendo defesa pessoal, já disse —me afasto do seu toque.

— Posso pedir ao Andrew que ceda alguns dos seguranças dele caso não se sinta em segurança —quase sinto vontade de rir.

— Não, obrigada —falo entre dentes.

Andar com os seguranças que trabalham pro Andrew?isso só podia ser alguma tipo de piada.

— Queria entender porquê você é assim —murmurou em um tom de aborrecimento me olhando

— Acho que começar pelo fato que você abandonou a gente, já é um grande começo —argumento e ela revira os olhos.

— Ruby —faz menção de tocar na minha mão mas afasto— Isso são águas passadas. Seu pai já me perdoou —franzo a testa.— Conversamos por ligação ontem, e ele me disse que esta morrendo de saudades sua. E a Daisy também. —passo a língua nos lábios.— Se você decidir voltar, estou pensando em comprar uma casa pra gente.

— Com o dinheiro do Andrew?não, obrigada.

Sou uma puta de uma hipócrita afinal vivia na casa dele, bebia e comia, usava o carro que ele me deu. Dane-se. Se isso me torna uma hipócrita, sou uma então.

— Não. Vou usar o dinheiro que ando juntando da grife. —expôs.

— O que é a mesma coisa —debato.— Se eu for voltar não vai ser por isso —giro um dedo em relação a casa— Mas sim pelos amigos que fiz aqui.

— Lutei muito para chegar onde estou —falou sério— Por que é tão dificil conversar com você? —tocou no meu braço—  Precisa superar que larguei vocês porque era melhor assim, não sou feita para ser mãe. —controlo a vontade de chorar.

Ela estava certa.

— Está bem —forço um sorriso.— Daisy soube muito bem suprir a sua falta. —ela soltou meu braço e não vi nenhum arrependimento nos seus olhos. Ela nunca se arrependeu de ter largado o papai e eu.

— Sei disso. Ela é a mãe que você mereceu  —diz firme com o rosto indecifrável— Não eu.  —balanço a cabeça assentindo— Foi um erro ter te trazido para passar um tempo aqui.

— Mesmo depois de tudo? —ela soltou uma risada falsa.

— Tentei ser sua amiga desde que veio para cá, mas nunca me conta nada —franze a testa— Como pode deixar todos terem aquela imagem de você?Chase mereceu sofrer pelo que te fez.

— Nunca liguei e não vai ser agora que vou ligar para o que pensam de mim, o que me importa é se vão machucar as pessoas que amo.

— Era só isso que queria falar com você —se levantou e tirou algo do bolso de trás da calça jeans— Já comprei sua passagem —estendeu e a peguei, antes mesmo que pudesse debater já tinha ido embora.

Querido Caos | Davenport #1Where stories live. Discover now