Querido Caos | Davenport #1

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Se pudesse morar em outro lugar sem ser Seattle, seria sem dúvidas em Malibu. Emma morava numa casa em frente a praia e Hunter tinha me dito que chegou a trabalhar em um restaurante bem perto dali. Tínhamos acabado de sair do taxi, quando vi uma loira que parecia ter uns quarenta e pouco se aproximando, ela desceu as escadas e abraçou Hunter.

— Filho, essa casa não e a mesma sem você —abre um sorriso e reparo no tanto que ele se parece com ela, se eu não soubesse que era mãe dele podia jurar que era a irmã mais velha dele.

— Também estava com saudades, Mãe —fala ele alisando as costas dela, Emma se afasta me notando.

— Você deve ser a Ruby, sou Emma —estendi a mão e ela me puxou para um abraço, olhei para Hunter que deu de ombros.— Nem acredito que você veio mesmo, obrigada por ter aceitado o convite.

— Fico muito feliz em estar em outro lugar sem ser Seattle —a gente se afasta e me olha como se entendesse, depois comprimenta a Olivia e o Jake.

Ela me apresentou a casa, já que os outros conhecia, foram se acomodar nos quartos. A casa possui dois andar, bem estilo casa na praia, e a vista do mar era como um sonho.

— Deve ser bom acordar e ter essa vista —falei tocando no corrimão que dava para ver o mar.

— É uma vista como nenhuma outra. —murmura ela.— Espero que tenha ouvido coisas boas sobre mim.

— Algumas sim e outras nem tanto —olhei para Emma— Mas te entendo, passar por tudo aquilo sozinha...deve ter sido muito dificil, você foi muito forte —toquei na sua mão.

— Nem tanto, eu os deixei com ele —sua voz parecia embargada— Fui uma péssima mãe, devia ter enfrentado mais mesmo se isso me matasse.

— Mas agora você contou a verdade a eles, é me parece um bom sinal —ela abre um sorriso e funga.— Os dois até ouviram a sua versão dos fatos, e estão vindo te visitar sempre que podem. —Emma balançou a cabeça devagar e me olhou.

— Tenha cuidado com o Andrew, ele é muito perigoso —abro um sorriso fraco.

— Acho que monstro seria a palavra certa, ele vai pagar por tudo que fez, Emma. Pode anotar isso —falei com raiva e seus olhos parecia ter captado algo.

— O que ele fez com você? —perguntou parecendo ter medo da resposta.

— Nada em comparação ao que fez com a minha mãe -murmurei e olhei para porta, e como não tinha ninguém a vista, voltei a olhar para ela— Ele matou a minha mãe, quando cheguei já era tarde. 

— Sinto muito, Ruby. —me puxou para um abraço e enterrei o rosto no seu ombro, ela alisou as minhas costas— Se quiser saber de qualquer informação sobre ele, vou te ajudar no que puder.

— Obrigada. Deve saber que ajudo o James —me afasto dela que assente. Contei poucas coisas a ela como da primeira vez que achei a passagem secreta, o diário dele onde contava a primeira vez que bateu no filho entre outras coisas.— Quero saber como conheceu o Andrew e tudo que puder me contar, se ele tem algum ponto fraco.

Ela fez menção de abrir a boca quando a porta da varanda, foi aberta por Olivia vindo em nossa direção.

— Estava a procura de vocês —passou a mão nos braços— Aqui está frio. —nem tinha percebido que estava anoitecendo e ventando, entramos e sentei no sofá da sala. 

Jake estava no tapete fofinho perto da mesa de centro, encostado no sofá jogando peças de monopoly na mesa. Olivia sentou ao lado dele e vi Hunter descendo as escadas. Emma tocou no meu ombro e fez um gesto para cozinha, ela foi na frente.

— Eu quero a torre —disse Jake.

— Não. Quando jogamos sou sempre a torre —Hunter tocou no meu braço e beijei sua bochecha, e me levantei indo para cozinha.

— Pedi pizza antes de vocês chegarem, espero que goste de mussarela e calabresa —aceno e me encosto na parede perto do batente da porta.— Podemos deixar a conversa pra amanhã? —olhou para a sala e assenti.

— Hunter, ah meu Deus...a tia Ems me disse que tinha nos deixado de vez —ouço uma voz feminina e vou até a sala, vendo uma morena abraçando o Hunter.

Quem era essa?

— Só resolvi voltar pra casa do meu pai, mas pretendo vim aqui sempre que puder  —ela se afastou do abraço e tocou na ponta do nariz dele.

— Não esqueci que me prometeu umas aulas de surfe e sabe que adoro cobrar os outros —ela usava uniforme de pizzaria, era todo vermelho com o logo da empresa pequeno ao lado direito da camiseta.

— Posso te dar umas aulas se quiser - Olivia se aproximou dela— Quem é você? —olhou para a morena.

— Sou Jenna. —respondeu ela olhando para Olivia.— Você deve ser a irmã do Hunt.

— Eu mesma —andei até eles.

— Ruby —estendi a mão, Jenna me olhou e depois para Hunter que acenou.

— Espero que tenham reatado —apertou a minha mão sorrindo.

— Algo parecido —brinco sorrindo e Hunter passo o braço ao redor da minha cintura.

— Algo parecido é? —murmurou no meu ouvido e soltei uma risadinha baixa.

— Ele passou os meses todo falando de você. Ruby pra lá, Ruby pra cá —provocou Jenna.— Vivia morrendo de saudades, da sua voz, seu cheiro, a trepad...

Levei a mão a boca, prendendo o riso.

— Já chega, Jenna. —falou Hunt.

— Ah mas eu nem comecei, Hunter. —ela abriu um sorriso.

Acabou que Jenna ficou com a gente, ela trabalhava na pizzaria dos pais e fazia delivery, trouxe as pizzas e comemos enquanto jogamos monopoly.

— Passa Londres —pediu Emma estendendo a mão para Jenna que soltou um suspiro, mas passou o card do país pra ela. Jenna e eu estávamos nos dando muito mal neste jogo, estava quase falindo.

Depois que Hunter venceu o jogo, Jenna se despediu e levei ela até a porta.

— Cuida bem do meu amigo. —pediu.

— Pode deixar.

— Talvez amanhã eu passe aqui com o meu namorado. Se forem mesmo surfar pela manhã —comentou. Tinha convidado ela a ficar com a gente amanhã para surfar.

— Vamos sim. —acenei pra ela quando subiu na moto e fechei a porta quando virou um pontinho de luz na pista, tranquei e voltei para sala. Emma desejou boa noite e foi pro quarto, Olivia ficaria no seu quarto com o namorado, Hunter e eu dormiriamos no quarto dele.

— Estou exausta —suspirou Olivia— Boa noite pra quem fica. —acompanhei ela pra pegar um pijama seu emprestado— Quando estiver pronta pra conversar, estou aqui. —franzo a testa— Te conheço o suficiente pra notar que está estranha desde que voltou para casa. —me deu um beijo na bochecha e tirou um pijama da mala, me entregando e se jogando na cama.

Tomei banho no banheiro do corredor e ao entrar no quatro de Hunter, tinha ajeitado a cama e avisou que tomaria banho. Meu celular tocou assim que saiu do quarto, vi a tela brilhar com o nome de Margot.

— Oi, Margot —falo assim que atendo.

— Desculpa te ligar a essa hora, e que Fiore acabou de sair daqui de casa, me entregou um bilhete que estava no bolso da calça da sua mãe —explicou— É um papel com um endereço e na parte debaixo parece ser uma senha, dei uma pesquisa e o endereço leva a um banco.

Será que seria o dinheiro que tinha roubado de Andrew?

— Poderia me mandar uma foto?

— Claro. —nos despedimos e desliguei a ligação, ela me enviou a foto logo em seguida.

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NÃO REVISADO.

Gostaram da Emma?