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Quando Daisy chegou a quarenta semanas e três dias, começou a se desesperar com o nascimento do bebê. A sua barriga estava enorme e quase não conseguia se abaixar. Passei a fazer todas as tarefas de casa e ficar de olho para Daisy não fazer nenhum esforço.

- Não preciso de babá -resmungou em uma certa manhã- Posso fazer meu próprio misto quente.

- Querida, por favor -pediu papai dando um beijo na sua testa.

- Pare de ser uma velha reclamona -mostrei a língua a ela, colocando o prato de misto quente na sua frente.

- Estou indo e qualquer coisa, me liga -avisou papai me olhando,aceno e ele beija a minha bochecha, deu um selinho em Daisy e foi embora para o trabalho.

Desde desta semana ele estava pegando carona com um amigo caso a bolsa estourasse, e eu fosse a única pessoa que pudesse levar Daisy ao hospital.

- A gente pode assistir crepúsculo -sugiro e seus olhos se iluminaram.

- Sim -abriu um sorriso dando uma mordida no misto.

Nunca tinha conhecido uma pessoa viciada em assistir crepúsculo como Daisy. Passamos a maior parte das nossas tardes assistindo filmes românticos e pelo menos duas vezes na semana maratonar os filmes de crepúsculo. Era de lei. Não era muito fã mas isso animava Daisy.

Assim que terminamos o café da manhã, ela foi se sentar no sofá e fui recolher a mesa.

Lavei a louça e deixei no escorredor, ouço um gritinho vindo da sala e ao chegar no cômodo, encontro Daisy estática olhando para o chão.

- Daisy? -me aproximei dela que estava sorrindo e olhei pro chão onde tinha uma poça de água.

A bolsa tinha estourado.

- Vai nascer o bebê! -disse animada erguendo o rosto para mim- Rápido!ligue para o seu pai e vamos pro hospital. Ah, pegue a minha mala e a do bebê. -assenti meia anestesiada.

Corro pro quarto do bebê que era todo neutro, peguei a mala e depois peguei a mala de Daisy. Ao descer as escadas liguei para o meu pai avisando que era para ir pro hospital que o bebê ia nascer.

Ajudei Daisy a sair de casa e entrar no carro, coloquei as malas no banco de trás e ao entrar no carro percebi duas coisas: a primeira estava usando um pijama cheio de ursinhos e segundo, não conseguia parar de tremer.

Meu irmão ou irmã ia nascer!

Coloquei o cinto e vi que ela tinha feito a mesma coisa, abro o portão com o controle e o fechei assim que parei o carro na rua.

Daisy soltou um grito levando a mão a barriga, falei que ela precisava fazer a respiração cachorrinho e a mesma se negou.

- Sem chance! -soltou outro grito em seguida.

- Quer uma música? -faço menção de tocar no som e ela deu um tapa.

- Não!só quero que dirija isso, é rápido.

- Que agressividade.

- Vai se foder,Ruby. -soltei uma risada.- Você é uma péssima enteada viu...

Tentei ao máximo agilizar para chegar logo ao hospital que ficava no Rio. Meu pai insistiu em ser em um particular.

- Sou a melhor enteada que você possa ter -abro um sorriso e ela soltou um gemido de dor.

Assim que chegamos no hospital, Daisy já foi encaminhada e dei todos os dados para a moça da recepção. Meu pai chegou minutos depois e já correu para a sala. Fiquei no corredor esperando.

Querido Caos | Davenport #1Where stories live. Discover now