Winter Flower

Capítulo 41

AVISO DE CONTEÚDO: homofobia internalizada.

Jimin parou antes de abrir a porta com a senha que tinha de cabeça. E, se Taehyung e Jungkook não quisessem companhia? E se eles estivessem dando o próximo passo, como o melhor amigo comentou anteriormente?

Receoso, mas sem coragem de ir embora, ele colocou a senha, abrindo a porta com cuidado e deixando seus sapatos na porta, pegando as pantufas já separadas para ele na prateleira.

— Meninos?

Ele ouviu uns sons abafados e seguiu para sala de estar, logo encontrando Taehyung e Jungkook aos beijos. Jimin sorriu. Por quê? Não sabia dizer.

— Oi, meninos.

Taehyung abriu os olhos, vendo Jimin ali parado. Sorrindo por entre o beijo, o príncipe não se separou do namorado até eles precisarem respirar. Só então, Jimin recebeu atenção do casal.

— Minnie, você veio! — Jungkook sorriu, sem saber que seus lábios estavam tão inchados que Jimin teve que desviar os olhos para não ficar encarando.

— Que demora, hein? O que você tava fazendo? — Taehyung quis saber.

— O-oh... Na-nada demais. — Jimin deu um sorriso fraco. — Vocês já comeram? Posso preparar algo ou pedir uma pizza.

Jungkook olhou para o namorado e de imediato eles notaram que Jimin estava diferente. Era fácil reconhecer os sinais após passarem tanto tempo juntos.

Jimin, sem perceber as trocas de olhares, retirou o cachecol, jogando-o no sofá junto do casaco grosso, o aquecedor deixava o ambiente agradável.

— Ah, você estava transando. Entendi. — Taehyung bufou. — Poderia pelo menos ter respondido minhas mensagens.

Jimin levou a mão ao pescoço, lembrando-se das marcas de chupões, elas ainda estavam avermelhadas, somente no dia seguinte estariam roxas. Ele sentiu as bochechas esquentarem e quis correr dali.

— D-desculpa.

— Hm... Nos trocar por uma transa — Jungkook proferiu, fazendo o biquinho que Jimin achava sempre tão fofo, enquanto fingia estar indiferente à situação. — Tanto faz, só vamos comer logo. Não precisa pedir nada, mandaram uma ceia para nós lá do castelo. A rainha que mandou, ela lembrou da gente, diferente de certas pessoas.

Jimin se sentiu ainda pior.

— E-eu vou ao banheiro.

Outra vez, Jimin se viu indo se esconder no banheiro. Ele trancou a porta atrás de si e deixou algumas lágrimas escorrerem por sua bochecha. Não culpava os meninos, sabia o que tudo aquilo parecia, mas precisava tanto de palavras bondosas que não conseguia levar para o lado pessoal. Doía demais todo aquele medo que estava sentindo se alastrar pelo seu corpo.

Os minutos passaram e ele não conseguia sair do banheiro. Havia se apoiado na borda da banheira e encostado a cabeça no piso frio da parede, respirando fundo várias vezes para não chorar alto. Não queria acabar com a festa dos seus amigos.

— Jimin, está tudo bem aí?

— 'Tá...

Jimin proferiu, arrependendo-se em seguida, pois era óbvio que Taehyung reconheceria seu choro naquela simples sílaba.

— Abre a porta, Minnie.

— E-eu não a-acabei ainda.

— Faz meia hora que você está aí, Jimin. Ou, você está com uma diarreia absurda, ou aconteceu algo e você está se escondendo no banheiro.