Capítulo 87

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AVISO DE CONTEÚDO : xenofobia; ódio a minorias



Há muito Taehyung não ficava com os olhos na televisão como estava no momento. Seu pai estava em coma e sua mãe acreditava ser melhor que Taehyung ficasse no apartamento, seguro. Ele se perguntava se sua mãe já sabia quais eram os planos de Woobin.

— Ficar em frente a televisão somente vai te deixar mais ansioso, baby — proferiu Jimin, entregando uma caneca de chocolate quente para o namorado.

Taehyung sabia daquilo, mas parecia impossível permanecer sem assistir o jornal para saber o que Woobin estava fazendo com o reino. As pessoas que conheciam o carácter do seu irmão mais velho estavam todas apavoradas, então parecia idiota não sentir o mesmo medo que eles.

— Desculpa amor, eu não consigo — disse Taehyung, desviando os olhos da televisão para encarar o namorado. — Estou muito preocupado e aquela ligação de Jin me assustou.

Jimin suspirou pesado. No dia anterior, pela noite, Seokjin ligou para Taehyung para dar notícias de Namjoon, o duque não dissera o que realmente acontecera, porém, estava óbvio que Woobin e ele não era mais amigos e pela forma como Seokjin falava do príncipe, havia muita raiva envolvida. Então, Taehyung estava esperando o pior, o que o deixava bastante assustado. Qual seria o futuro deles e da nação em que viviam? O que Woobin faria com eles?

— Tae, faz mal ficar desse jeito.

— Jungkook está igual, Minnie! Ele está enfurnado no quarto e escrevendo sem parar! — disparou Taehyung, com um suspiro pesado. — Essa ideia dele de escrever com um pseudônimo não dará certo, Woobin descobrirá tudo.

O segurança entendia a preocupação do namorado, porém, ele não podia fazer nada. Jungkook amava seu trabalho e amava ser uma voz consciente entre os mais novos, não podia o proibir de fazer o que ama, por mais que fosse perigoso. Era doloroso, mas era a realidade.

— Baby ... — Jimin suspirou cansado, sentando-se ao lado de Taehyung,

Ele deixou a sua caneca de café na mesinha de centro e com seus pés desnudos, ficou brincando com o tapete felpudo da sala, lembrava-se de comprar o tapete com os namorados há umas semanas. Agora, ele tinha medo de terem que se esconder por um bom tempo.

— Eu queria que Kangdae despertasse logo — disse Jimin, olhando para o príncipe. — E, eu queria vê-lo. Nem tive a oportunidade e eu... Deixa para lá.

— Se você quiser, podemos visitá-lo, Minnie — disse Taehyung, afagando o braço do namorado. — Sei como papai é importante para você.

Com um fraco sorriso, Jimin negou com a cabeça.

— É melhor ficarmos protegidos — disse Jimin, engolindo a seco. — Não sabemos o que seu irmão pode fazer.

Taehyung concordou, voltando a olhar para a televisão. Pensar em Woobin e nos planos dele estava o deixando nervoso. Precisava sair daquele ciclo eterno de pensar que as coisas dariam errado e ficar assustado com aquilo, porém, ao mesmo tempo, parecia impossível se alienar da realidade. Era uma faca de dois gumes e em ambos os lados, ele saía perdendo.

— Espera, o que estão falando...? — perguntou Jimin.

A voz de Jimin era urgente e Taehyung piscou, antes de pegar o controle remoto e aumentar o volume. Tudo isso aconteceu no exato momento me que Jungkook saía do quarto. Assim, os três ficaram parados, encarando a televisão enquanto um jornalista falava que o rei chamou uma comitiva de imprensa.

— De novo isso... — Taehyung murmurou, mordendo o lábio inferior. Estava com medo agora. — O que será que ele vai falar?

— Seu pai está bem, né, Tae? — Jungkook questionou, ocupando o lugar ao lado do príncipe no sofá.

Winter FlowerWhere stories live. Discover now