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Ele não vai me deixar presa aqui, mas não vai mesmo! Ele acha que só porque ele é o rei pode fazer o que bem quiser?... na verdade ele pode, mas não manda em mim.

Quando estava a noite e todos dormindo, eu coloquei uma capa vermelha que estava em meu quarto, estava frio nas ruas. Normalmente aqui fazia mais frio do que calor, o que fazia eu e meu irmão José passarmos muito frio a noite.

Abri a porta de meu quarto e olhei para os lados em um corredor grande. Hoje a tarde eu fiz as minhas investigadas, dei uma olhada nesse palácio o dia todo. Também vi onde a cozinheira colocava as suas chaves.

Eu poderia estar arriscando voltar para a casa onde papa me agride e me humilha, mas eu faria de tudo pelo meu irmão, não posso deixa-lo lá sozinho. Ele pode estar com fome.

Fui até a cozinha e abri o pote onde a cozinheira colocava as chaves, sorri quando vi as chaves lá. Praticamente corri até a porta dos fundos do palácio, eu estava nervosa e me tremendo muito quando eu ia colocando chave por chave naquela porta imensa.

Quando a chave virou, eu praticamente gritei de alegria. Vi um segurando dormindo na porta e eu tentei ao máximo não fazer barulho algum... e deu certo.

Aproveitei pegando as suas chaves do grande portão. Vi de longe alguns guardas, eles estavam longes e dava tempo de eu sair correndo.

Eu corri, como se minha vida bastasse disso. Abri os portões chorando e quando eles se abriram eu ouvi os gritos dos guardas. Eu entrei no meio de uma floresta, sabia os caminhos desse lugar melhor do que ninguém.

Estava escuro, e eu estava com medo. Os galhos iam cortando a minha pele como a última vez, mas eu não podia parar, não era a minha vida que corria risco, era de José.

Subi em cima de uma árvore grande, cheia de folhas. Eu não estava me aguentando, eu subi quase morrendo, mas valeu a pena.

Os guardas passaram correndo achando que eu tinha ido por um lado. Eu suspirei, minha perna sangrava muito, assim como minha barriga.

Eu não iria conseguir descer dali hoje, então passei a noite ali agonizando de dor. No outro dia eu desci assim que o sol nasceu, assim poderia seguir vendo melhor o local.

Eu andei por horas, andar machucada não era uma tarefa muito fácil. Quando eu avisei uma casa, fiquei apreensiva, tinha uma senhora ao lado de fora.

Ela parou e ficou me olhando por um tempo, eu já estava preparada para correr.

__ Se eu fosse você não correria por aí, eles estão todos desse lado.

__ É... Obrigada.__ me virei para ir para outro lado e ela falou novamente.

__ Quer entrar? Eu tenho chá e você precisa cuidar dessas feridas.

Eu não tinha muitas coisas a perder, então aceitei. Sua casa era simples, mas organizada. Vi várias ervas colhidas e algumas flores.

Ela colocou um pouco de chá em uma xícara e saiu andando para outro cômodo da casa. Quando voltou, ela estava com uma maleta branca.

Se sentou em um banquinho em minha frente e perguntou se poderia passar álcool em meus machucados. Eu concordei e ela colocou minha perna em cima da sua, passou o álcool com delicadeza, mas ardeu pra cassete.

Enquanto ela passava o álcool e algumas ervas em minha perna, ela não parava de olhar em meu rosto, eu já estava ficando com medo.

__ Não precisa ter medo. Estou vendo que isso já é bem comum em sua vida.__ deixei a xícara em cima da mesa e olhei para a senhora.

__ Do que estas falando?

__ Já ouviu falar sobre a lenda?

__ Que lenda?__ pergunto curiosa e com dúvida.

__ Quando o Rei encontar o seu verdadeiro amor, ele não saberá, mas não a deixará em paz. O seu amor não irá ama-lo, mas ele lutará para que isso aconteça. Você me lembra muito dessa lenda, e os guardas reais estavam atrás de você. Talvez seja por isso....

__ Era por outro motivo.__ digo seria e a cortando.

__ Eu não acho isso. Mas se você está falando, não acho que você diria mentiras.__ ela se levantou me olhando profundamente.__ terminei, se você quiser ficar fique a vontade. Ninguém á de incomodá-la aqui.

Ela se virou levando a maleta, quando ela ia virar e sair do meu campo de visão eu a chamei.

__ Senhora, obrigada.__ digo e ela sorri.

__ Não tem de que, filha.

Vi os olhos da mulher brilharem. Eu sorri abaixando minha cabeça e voltando a bebê meu chá. Meus machucados não doíam mais, que estranho.... O que diabos essa mulher passou em minhas feridas?

Ela me levou até um quarto quando voltou, disse para mim descansar e que iria me chamar na hora do almoço. Eu estava sentindo um pouco de frio, então ela me deu um cobertor quentinho e peludinho.

Eu dormi igual uma pedra, não duvidaria que eu tivesse roncado. Ela me acordou no horário do almoço, comemos uma sopa deliciosa. Enquanto o dia, vi alguns guardas reais passando, o que aquela mulher tinha me falado não saia de minha cabeça.

Lenda?... Eu seria a mulher dessa lenda?... Ele seria o Rei dessa lenda? Eram tantas perguntas que se passavam em minha cabeça, ela poderia responder para mim.

A protegida do Rei.Onde histórias criam vida. Descubra agora